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Artigos-->Vargas, um homem no tempo -- 23/08/2005 - 15:19 (Hamilton de Lima e Souza) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos



 




                                                                                                                            Vargas, um homem no tempo







     O dia 24 de agosto de 1954 é uma data inesquecível para milhões de brasileiros. Alguns deles hoje na faixa dos 80 anos ou mais, importantes numa nação sem memória, por terem sido contemporâneos de um dos homens mais polêmicos e mais capazes do cenário político nacional e quem possa duvidar, da América do Sul em todos os tempos.

       A data é referência ao caudilho Getúlio Dornelles Vargas, um rio-grandense da cidade de São Borja, perto da Banda Oriental. Foi o presidente que mais tempo governou o país, tanto pela força das armas quanto pela força do voto.

       Ditador, paternalista, democrata de ocasião, membro da Academia Brasileira de Letras, deixou fãs, seguidores e inimigos talvez em diversas proporções.

       Graças ao eficiente trabalho do Departamento de Imprensa e Propaganda  conquistou a massa trabalhadora brasileira manipulando a direita e a esquerda, enfrentando forças tradicionais da política café com leite que desejavam um país agrário e voltado apenas para a exploração de recursos naturais de pouca valia no cenário econômico internacional.

      Acostumado a um palco de lutas históricas que envolviam maragatos e chimangos nos campos do Rio Grande do Sul, conquistou aliados importantes no cenário nacional e foi guindado à condição de líder durante o movimento que se contrapôs ao governo de Washington Luís em 1930, num plano mal articulado pela elite paulista.

     Getúlio comandou o movimento que estabeleceu num país sem tradição democrática mais um governo de força, com tendências positivistas, simpatizante dos movimentos nacionalistas que dominavam o cenário da Alemanha, Itália e outros países na gênese dos anos 30, sequência mal resolvida do primeiro conflito bélico globalizado(1914-1918).

      Assumiu seu lado totalitarista plenamente em 1937, quando implantou o Estado Novo. Tentava ali sepultar de vez a República Velha, movimento que tinha em alguns poucos itens de exportação como o café seu lastro hegemônico.

      Pelas circunstâncias históricas lutou ao lado das forças aliadas contra o nazi-fascismo, o que custaria seu mandato na volta das tropas que foram à Europa lutar contra os seguidores de Hitler.

      Entre tantos atos foi responsável pela Consolidação das Leis do Trabalho, voto feminino, implantação da Petrobrás, Companhia Siderúrgica Nacional, Vale do Rio Doce e fortaleceu os laços políticos e comerciais com os Estados Unidos, ampliando o raio de influência ianque sobre o continente do Sul; mas projetou um país mais forte implementando grandes projetos industriais e de ocupação de espaços.

      Amaldiçoado por caçar  Luís Carlos Prestes, participou ativamente da trama que enviou Olga Benário para a Alemanha para morrer num campo de concentração.

      Atuou para manter o poder com o apoio incondicional de Felinto Muller, homem de ferro da polícia política.

      Alguns analistas acreditam que Getúlio cometeu um erro grave ao insistir numa política nacionalista, independente do bloco soviético e da influência norte-americana. Esta aceitou pela força diplomática conhecedor de um ardil ianque para tomar posse de parte do litoral nordestino durante a Segunda Guerra Mundial.

      Em troca da aliança os EUA ofereceram dinheiro para obras de estrutura que servissem aos interesses dos empresários norte-americanos, principalmente no setor do aço. Entusiasta de reservas estratégicas como o petróleo sob o controle do Estado pagou alto preço pelos ataques da mídia e pela sabotagem contínua de seu trabalho.

      Getúlio contava com opositores liberais e conservadores, tendo em Carlos Lacerda, jornalista, seu principal adversário.

      Um atentado fracassado (ou forjado) contra Carlos Lacerda vitimou um oficial da aeronáutica em 1954, gota d’água nas relações já bastante desgastadas com os políticos de oposição e parte da elite brasileira.

      Um tiro no coração e uma carta testamento: último legado do caudilho no dia 24 de agosto de 1954. O texto é contestado por alguns, mas deixa a frase que serviu como um dos melhores epitáfios para um dos homens que melhor representou seu tempo: “Deixo a vida para entrar na história”.

      Num país sem memória é sempre bom lembrar que alguém pensou um país melhor, desenvolvido, capaz de superar suas dificuldades. Os estadistas são homens diferentes. Getúlio é um deles. Até o momento o maior do Brasil.

*Dedico este texto a todos aqueles que acreditam que um povo pode viver melhor se tiver referenciais; em especial aos alunos do Curso de Comunicação Social da Faculdade Faro, o primeiro projeto de Comunicação Social de Rondônia, encerrado em 2012. 

 *Publicado originalmente no site rondoniadigital.com.br em 23/08/2005.     *Reeditado em 19/08/2016 na cidade de São Borja.

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