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Artigos-->O uivo do coiote -- 28/08/2005 - 14:57 (Athos R. Miralha da Cunha) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




O uivo do coiote

Athos Ronaldo Miralha da Cunha



Estava no alto do prédio onde trabalho. Contemplava a Praça Saldanha Marinho com certa ansiedade por conta das mudanças do tempo. A noite havia chegado mais cedo nessa tarde incerta e pouco confiável. Por volta das 16 horas nuvens escuras tomam conta do centro da cidade. Um vento norte movimentava as árvores e impacientava as pessoas.

Nesse momento ouvi um uivo longo e agudo. Parecia vir do alto do prédio da Caixa. Era um complemento com um quê de mistério para uma tarde com prenúncios de vendaval. - Estou ficando louco! Santa Maria não tem coiote.

Fim do expediente. Dirijo-me para uma reunião com amigos. Um bate-papo informal. Jogar conversa fora. Como sempre fazemos nas quintas-feiras no Coyote Café.

O vento deixava as pessoas apressadas e ansiosas para fugir do iminente temporal. As luzes do calçadão já estavam acesas e alguns comerciantes fechavam suas lojas. O fim de tarde seria com um forte aguaceiro.

Percebo vultos que se deslocam em alta velocidade pelo calçadão, um seguido de outro. Vultos velozes. Movimentam nossos cabelos e acariciam nossas faces. Não é o vento da natureza. São seres presentes em nosso meio. Dois seres em alta velocidade. Sempre, um após o outro. Muito estranho.

Fazendo um acompanhamento para esses seres, o persistente uivo do coiote. Agora mais próximo, parecia estar por perto da entrada do Shopping.

- Mas Santa Maria não tem coiote! – sigo não acreditando no que ouvia.

Ando pelo calçadão. Os vultos vão e vem como algo inusitado como algo do além. A tarde moldura um quadro de mistério. Essa coisa meio terror, meio hora do espanto, meio sexta-feira 13. Pensei. Ainda bem que é quinta.

Entro no shopping, os vultos continuam pelos corredores. Era inacreditável, mas estavam cada vez mais velozes. O uivo do coiote agora vindo de um dos andares superiores do prédio.

Todos no ambiente do café pareciam normais, com atitudes normais, sem perceber aquela correria de seres, ou vultos, pelos corredores. Não sabiam que um temporal se armava para os lados do Itararé. Entretanto, os vultos estão lá, agora no corredor do térreo do Shopping. Vão e vem e os deslocamentos de ar penetram no café como aviso de uma tragédia.

De repente a imagem congela em frente a porta do Café Coyote. Um ser com pernas longas e delgadas e pescoço longilíneo olha para dentro do recinto.

- Bip-bip! Bip-bip!

Papa Léguas dispara, deixando um rastro de poeira no térreo da Pasqualini.







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