Tentei fazer o melhor que pude, mas não fui muito preciso. A começar do início quando me apresentei como o cidadão ao qual nada dá certo, não percebí o mal estar provocado na platéia.
Mas como ocorre a todo bom macho, fui em frente. Tinha ímpetos de sair correndo, largar tudo aquilo e me afundar em algum lugar desconhecido. Mas os aplausos e ditos de satisfação que se volatilizavam da torcida que me acompanhava animavam-me a prosseguir no objetivo.
Percebí constrangido que os risos que provocava eram sobre minha pessoa confusa e não sobre qualquer dito espirituoso que tivesse pronunciado.
Falei tanta coisa sem graça e nexo que não sabia onde enfiar a cara. Mas tudo passou graças a Deus.
Depois que cantei aquela musiquinha famosa, aliviei-me sentindo que tudo havia terminado.
Sai em disparada do estúdio e com as mãos geladas, fui recebido por minha esposa que constrangidíssima procurava palavras de consolo.
Eu deveria ter aprendido que acreditar nisso em que acreditamos não passa de heresia e confunde o povo de Deus. Por isso quero deixar os mortos sem menção nenhuma, quietos onde se encontram. Para que possa existir a paz em nosso meio devo rir de mim mesmo e não do meu próximo. Devo superar os meus limites próprios e não estar em constante competição neurotizante.
Com Nosso Senhor Jesus Cristo aprendi que o perdão é o ensinamento primordial para a compreensão e harmonia entre os homens de boa vontade.