Eu vinha do colégio, estudava no Assedipa, tudo me preocupava, Olhando a própria sombra no asfalto quente, a ponto que meus olhos ardiam na claridade difusa que minhas pupilas absorviam a luz.
Um cartaz solto, retido pelas solas de meu sapato, anunciava um show. A cumplicidade dos passos me fez acreditar que era um sinal para o fim de meus dias entediantes.
Após incansáveis justificativas, razões probabilisticas, ensaios e presces; papai, tomou o resto de café e disse - vá!
No dia, a multidão se acotovelava e a música paraiva no ar, fumegante no vapor do extase. Tudo vibrava. Eu fazia parte do show.
O fim. A música desceu ao silêncio. Marasmo. Na volta, um vazio de vida desconexa e partida largou-me na obscura realidade.
|