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Artigos-->A posse da UNE -- 02/09/2005 - 12:06 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
UNE demonstra prestígio reunindo autoridades na solenidade de posse



http://www.vermelho.org.br/diario/2005/0901/0901_une.asp

Brasil, quinta-feira, 1 de setembro de 2005





A solenidade de posse da diretoria da União Nacional dos Estudantes (UNE) demonstrou o prestígio da entidade estudantil reunindo personalidades políticas dos mais diversos setores no auditório Freitas Nobre da Câmara dos Deputados, em Brasília, nesta quarta-feira (31). A diretoria que tomou posse foi eleita no 49º Congresso da entidade, realizado no início de julho, em Goiânia.



Compareceram ao evento de ontem do oposicionista Artur Virgílio, senador pelo PSDB-AM, ao deputado pelo PT-SP e ex-militante estudantil José Dirceu. Os discursos abordaram desde a crise política até o repúdio às insinuações de que a entidade seria “chapa-branca”, passando por assuntos polêmicos como a necessidade da reforma política e mudanças na política econômica do governo. O ponto de união foi a importância das lutas empreendidas pela entidade na busca de um estado democrático e pela melhoria da qualidade de vida do povo brasileiro.



Foi do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), ex-presidente da UNE, o discurso mais inflamado, citado pelos demais oradores como referência. “A UNE nunca procurou nem inventou a terceira margem do rio, porque ela não existe. Quando os interesses das forças conservadoras e oligárquicas se chocaram com os interesses da democracia, da soberania do país e com os interesses do nosso povo, a UNE sempre esteve ao lado desse povo e do país”, disse Rebelo, definindo a ação da entidade – elogiada por todos.



“Não se pode esquecer aquilo que é fundamental, que é a história, do que a UNE está escrevendo e vai escrever, mesmo por que já escreveu para trás, que faz parte do patrimônio afetivo de todos nós”, disse Artur Virgílio.



José Dirceu, chamado à mesa como as demais autoridades, recusou o convite. Também não falou. Preferiu ficar na platéia, junto a outros parlamentares e convidados.





Petta continuará à frente da entidade



A solenidade reuniu representantes de entidades do movimento social, como a CUT (Central Única dos Trabalhadores), o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), a Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura) e a Conam (Confederação Nacional das Associações de Moradores), entre outras entidades e representantes de movimentos culturais e representações de partidos políticos.



Um grupo de parlamentares foi homenageado pela entidade pelo trabalho em defesa dos interesses dos estudantes brasileiros. Gustavo Petta — que continuará à frente da entidade, sendo o primeiro presidente da UNE reeleito para a função — presidiu a solenidade ao lado da vice-presidente eleita, Heloísa Caroline, saudada pelos oradores como importante representação das mulheres no movimento estudantil.



Petta destacou o evento como início das comemorações dos 70 anos da entidade – a única de representação dos estudantes no Brasil. “Poucos países têm experiência parecida com a nossa, a de construir uma entidade nacional com a pluralidade que tem a UNE, com muitas visões e forças políticas”, disse.



Para ele, “é por meio dessas diferenças que nós conseguimos construir opiniões que representam o conjunto dos estudantes brasileiros”, acrescentando que “a história da UNE é marcada por posições firmes e corajosas. Pode-se questionar a UNE por suas posições, mas não pela falta de coragem, pela apatia ou pela omissão nos momentos mais importantes da história do país”.



Durante a solenidade, vários parlamentares e representantes do governo e dos movimentos sociais se revezaram ao microfone, ora exaltando a contribuição da entidade na luta pela democracia no país, empunhando as bandeiras do povo brasileiro; ora relembrando suas experiências pessoais como dirigentes da entidade.



O líder do PCdoB na Câmara dos Deputados, Renildo Calheiros (PE), ex-dirigente da UNE, lembrou que na época em que participou da direção, a entidade também foi vítima de ataques porque apoiou a eleição de Tancredo Neves para Presidência do Brasil pelo colégio eleitoral.



O que se disse sobre a UNE:



Deputado federal Carlos Vignatti (PT/SC)



“O trabalho desenvolvido na última gestão foi muito bonito, com a presença da UNE na construção da proposta discutida e assumida com o Presidente da República da criação do Conselho Nacional da Juventude, que tomou posse em três de agosto último, em que a UNE faz parte, com mais de 40 entidades representadas. A criação desse órgão foi importante para o país e a UNE teve um papel preponderante e propositivo na formulação dessa política. O desafio pela frente é muito grande. Quero que vocês continuem com essa postura firme e decisiva, insistindo na investigação para esclarecimento dos fatos políticos que geraram a crise atual. A UNE precisa também participar do movimento pela reforma política, para fazer parte ao lado de vários setores da sociedade. O Congresso Nacional teve 262 trocas partidárias até a última quarta-feira e isso pede uma reforma política profunda, com financiamento público de campanhas e outros instrumentos para a construção de um país diferente. Vamos à luta com a UNE e os deputados que já foram dirigentes estudantis, de maneira solidária, para enfrentar os desafios. Parabéns à nova direção e conte com a gente nesse processo de luta”.





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Deputado federal Nelson Pellegrino (PT/BA)



“Fui com muito orgulho que, como diretor da UNE e militante do movimento estudantil em 1983/1984, que comecei minha trajetória política. Atuei ao lado de figuras importantes como os companheiros Aldo Rebelo e Renildo Calheiros. A presença na UNE no movimento estudantil foi muito importante para a minha vida. Na luta contra a ditadura e pela redemocratização do país, pelo ensino público e gratuito para todos. Nos últimos 69 anos, a UNE esteve presente, com participação destacada, em todas as manifestações importantes e sempre foi ouvida por ministros e por presidentes da República e tem cumprido seu papel. Portanto, a minha presença aqui hoje é para homenagear e prestigiar a nova gestão, que vai enfrentar uma batalha muito importante agora - vai enfrentar uma grave crise política, na qual a questão da ética e da moral se discute; a apuração de erros e desvios e as punições têm que ocorrer. Mas eu tenho colocado que não adianta fazer todo esse barulho sem ter uma conseqüência prática para extirpar esse tumor. E o tumor nós sabemos qual é. É o sistema eleitoral que permite e estimula e faz com que o caixa dois seja uma realidade em alguns casos. O sistema permite as trocas de partidos e as campanhas caras. Se o Congresso Nacional quiser ser conseqüente na inteireza do que está fazendo, ele tem que fazer uma profunda reforma no sistema eleitoral brasileiro para evitar que o poder econômico seja decisivo nas eleições e evitar financiamentos privados. Precisamos fortalecer e consolidar os partidos políticos para descontaminar as relações entre o setores público e privado. Ou seja, a redemocratização radical do Estado brasileiro como requisito para a realização de um governo popular no nosso país. Tenho certeza que a UNE vai empunhar essas bandeiras. A UNE está nas ruas, identificando e combatendo a corrupção, mas sabe que temos um governo que tem que ser defendido, porque foi uma conquista do povo brasileiro, que precisa ser mantido pela força popular, nas ruas, pela mobilização do povo e a UNE está ao lado do povo”.





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Deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP)



“Eu faço minhas as colocações dos companheiros Vignatti e Pellegrino. A UNE cumpre o seu papel ao longo de décadas de sua história, exatamente por se vincular à história e aos interesses do povo e do Brasil. Essa luta custou à União Nacional dos Estudantes o preconceito, a calúnia, a contrariedade das forças conservadoras, que nunca aceitaram que a juventude, que os estudantes e que sua entidade, tivesse lado na história do Brasil.



A UNE nunca procurou nem inventou a terceira margem do rio porque ela não existe. Quando os interesses das forças conservadoras e oligárquicas se chocaram com os interesses da democracia, da soberania do país e com os interesses do nosso povo, a UNE sempre esteve ao lado desse povo e do país. Para mobilizar as forças democráticas na luta contra o nazismo, nós não éramos partidários do Estado Novo. Vivíamos no Estado Novo, mas a UNE fez campanha para arrecadar recursos para adquirir aviões para a nossa iniciante Força Aérea Brasileira combater os inimigos na Itália.



Quando as forças do obscurantismo tentaram impedir a posse do presidente João Goulart, a UNE mobilizou os estudantes em todo o Brasil e integrou a cadeia da legalidade, não porque fosse oficialista, mas por ser democrática e saber o que estava em jogo naquele momento no país.



Quando em 1964, o então presidente da UNE, José Serra foi convocado a prestar depoimento em uma CPI em que a entidade era acusada de receber dinheiro público, de ser entidade chapa branca, e ele veio depor convocado pela UDN, aqui nesse Congresso, nós mobilizamos os estudantes para defender a UNE, para defender a democracia, porque o golpe que se avizinhava dizia claramente o que estava em jogo naquele momento. O interesse não era investigar coisa nenhuma, o interesse era ferir profundamente a luta pela democracia e os interesses dos estudantes na pessoa do presidente da entidade dos estudantes e hoje prefeito de São Paulo, José Serra.



Quando depois do golpe que prendeu, baniu, exilou, torturou, matou patriotas, democratas, lutadores, dirigentes estudantis como Honestino Guimarães e Helenira Resende, entre tantos outros, a UNE, na clandestinidade, lutou e combateu em defesa dos interesses do país.



Por décadas, por mais de duas décadas, lutamos nesse país por liberdade e democracia. Conquistamos a anistia, conquistamos a redemocratização, conquistamos as eleições diretas e ao longo dessas lutas elegemos pela primeira vez na história do Brasil o presidente que tem origens no povo. Trabalhador, líder operário, dirigente sindical, metalúrgico chega à Presidência de uma das mais importantes nações do planeta, para, em meio a grandes dificuldades, conduzir o Brasil no caminho democrático, pelo caminho da negociação, pelo caminho da composição dos mais diversos interesses em uma sociedade tão desequilibrada, tão injusta e tão desigual como é a sociedade brasileira. Ele procura reerguer a dignidade do nosso país nos fóruns internacionais, procura se aproximar dos irmãos da África, da América do Sul, da Ásia, aos quais sucessivos governos do nosso país tinham virado as costas. Procura valorizar a presença da juventude com iniciativas, mesmo que tímidas, e mesmo que limitadas, na área do esporte, na área do soldado cidadão, na retomada do Projeto Rondon, para fazer com que a juventude brasileira pudesse conhecer e ter noção melhor do que é o nosso país.



Na ausência de quem pudesse enfrentá-lo numa possível sucessão, inicia-se talvez uma das mais violentas campanhas de desestabilização de um governo democrático no nosso país. A UNE e todos nós somos favoráveis a qualquer tipo de investigação e também da punição das irregularidades e o governo Lula tem demonstrado, desde o primeiro momento, de que essa é a sua disposição, porque nunca se investigou tanto, nunca se puniu tanto e nunca se prendeu tanto por acusação de corrupção como nesse governo.



Mas não é esse o objetivo central, o objetivo é desacreditar, é esvaziar e tirar a possibilidade dessa experiência política pioneira e única no Brasil poder fincar suas forças para ter sentido de continuidade.



Os estudantes brasileiros não se enganam, nem se iludem nos momentos dessas batalhas. Por essa razão eu trago o abraço da direção nacional do PCdoB, do nosso presidente Renato Rabelo, aos presentes e à diretoria da União Nacional dos Estudantes. Como diria Napoleão (Bonaparte) diante de suas tropas no Egito, quando se dirigiu aos soldados, diante deles quarenta séculos os contemplavam; eu digo à diretoria da UNE, diante de vocês 69 anos de história, de tradição de luta e de honradez da juventude brasileira, contemplam não só essa direção, mas essa geração da juventude brasileira. Parabéns companheiras e companheiros”.





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Deputado federal Paulo Lima (PMDB/SP) e presidente da Frente Parlamentar da Educação da Câmara dos Deputados



“Nós sempre sonhamos com um Brasil progressista, pautado na probidade. Nós conhecemos o trabalho que o Gustavo Petta tem desenvolvido em defesa da educação, que tem que ter uma política constante. Educação tem que ser uma política de Estado e não de governo. É a partir da educação que vai se formar o embrião do fortalecimento da sociedade. A UNE representa hoje, em todo o país, uma bandeira da igualdade, da fraternidade e da liberdade. São princípios fortíssimos e a entidade tem se manifestado dentro dessa linha. Estamos vivendo um momento político que a sociedade acompanha os arranhões e as discussões dentro do Congresso. Obviamente, em nome do meu partido, temos que apurar e mostrar respostas à sociedade. Não temos dúvidas de que o Presidente Lula está ileso de qualquer situação que comprometa o governo e, dentro dessa visão do presidente Lula, um vencedor, sensível e que busca a igualdade dentro da sociedade brasileira, nós queremos que o presidente Lula continue liderando, no Brasil e no Congresso Nacional, os homens de bem nesse país, com mais políticas públicas que beneficiem a sociedade, com um basta à corrupção, basta a uma elite burguesa. Vamos dizer sim ao povo brasileiro”.





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Senador João Capiberibe (PSB/AP)



“A UNE se apresenta no cenário brasileiro ao lado de outros movimentos sociais e populares na afirmação clara e contundente: “não permitiremos que o Brasil dê um passo atrás, em um golpe contra a promoção de direitos que possa ferir a memória de tanta gente que antes de nós lutou e construiu seus sonhos e constituiu as oportunidades que temos hoje e os avanços que nós desfrutamos na perspectiva do governo do presidente Lula”. Parabéns à nova diretoria e também à que encerra seu mandato”.





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Senador Eduardo Suplicy (PT-SP)



“Ao entrar aqui eu fiquei pensando quando fui estudante e da minha participação no Centro Acadêmico. Em 1973, participei do Congresso Nacional da UNE, e naquela oportunidade foi eleito presidente da UNE o José Serra. Em 1963, como presidente do CA organizei grande assembléia de alunos e professores, às vésperas do dia 31 de março, e nesse debate, a grande maioria votou pela continuidade do processo democrático e contra o golpe. Realizado o golpe, o governo Castelo Branco tinha um ministro que era primo em segundo grau do meu pai – Flávio Suplicy de Lacerda - que fechou a UNE e proibiu os Diretório Acadêmicos. No segundo semestre de 64, não era mais presidente do CA, mas formaram a primeira UEE, sem legalidade, e ai havia um personagem muito conhecido – Sérgio Mota – que indicou o Eduardo Suplicy para vice-presidente da UEE. Eu quero estar sempre participando da UEE e da UNE e quero saudar a contínua luta pela democracia e pela realização de justiça e parabenizar todos vocês”.





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Deputado federal Ricardo Berzoini (PT-SP)



“Eu quero saudar toda a nova direção na pessoa do Gustavo e da Luise e dizer que o PT busca e sempre buscou dar sua contribuição, junto com outros partidos progressistas, na construção de uma entidade nacional de estudantes como a UNE - democrático e unificada -, que possa representar os anseios da juventude e possa significar para o Brasil perspectiva de democracia no sentido mais amplo da palavra. Temos que situar, a partir dessa crise e dessa conjuntura, a responsabilidade da UNE e dessa diretoria, que toma possa nesse momento, que tem e que já foi manifestada recentemente, junto com outras organizações sociais, numa manifestação contra a corrupção, mas contra a perspectiva golpistas de setores da política brasileira, que não toleram a perspectiva de um governo democrático, popular, que quer inverter determinados parâmetros de nossa sociedade. O Brasil vive momento fundamental para sua democracia, que é, além da democracia política que estamos construindo, com suas imperfeições, suas dificuldades, suas contradições; é também a democracia social, econômica, de oportunidades. O Brasil ainda deve muito ao seu povo. E esse povo, que busca construir essa democracia mais ampla, sabe que neste momento que estamos buscando apurar, responsabilizar e punir pessoas que agiram na ilegalidade ou afrontando a ética parlamentar ou partidária, nós temos que lembrar que é perspectiva ética para o país incluir oito milhões de famílias pobres no Bolsa Família para superar miséria no país; a experiência do Projovem; quadruplicar os recursos para agricultura familiar; colocar o FAT e o FGTS à serviço da geração de empregos, que junto com outros instrumentos já significou a criação de três milhões e 100 mil empregos, isso também é ética na política. Mas alguns não aceitam esse tipo de discussão ética, alguns querem fazer, como confessou recentemente o dirigente de um importante partido, varrer da política essa raça, um comportamento que denota, na sua perspectiva racista, o sentido sócio-econômico de classe do nosso país. Temos evidentemente que prestar atenção à essas palavras, para perceber os seus objetivos. Mas nós temos que prestar atenção ao povo, que quer sim o combate à corrupção, quer a punição de todos que se envolveram em eventos que caracterizem ilegalidade ou quebra de ética parlamentar ou partidária, mas ao mesmo tempo, esse país quer que a ética econômica, social e a perspectiva de uma nação justa e democrática esteja como elemento central do julgamento político que temos que fazer. No processo de apuração que temos que fazer aqui do parlamento, da Justiça, do Ministério Público, e fundamentalmente das eleições de 2006, quando o julgamento político é de programa, de correção e de coerência e isso eu tenho certeza que a UNE constrói, no seu dia-a-dia, junto com outras organizações sociais e os partidos progressistas, a perspectiva de uma vida melhor para o povo brasileiro.”





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Orlando Silva (secretário-executivo do Ministério do Esporte, representando o ministro Agnelo Queiroz; e ex-dirigente da UNE)



“Eu estou feliz que a Heloise tomou assento aqui na mesa, porque estava incomodado com a ausência das mulheres (aplausos). No processo político no nosso país, nós avançamos lentamente para a presença, que é muito ativa, das mulheres. Eu queria cumprimentá-los pela posse, que representa troca de guarda dessa bela bandeira azul. Eu lembrava das experiências outras que eu tinha participado de posses da UNE e percebi, nos olhares e expressões dos mais jovens, que assumem nessa tarde hoje, são novos combatentes, novos militantes, novos guerreiros da luta do povo, que assumem a responsabilidade de manter bem alto essa bandeira, que tem atrás dela 69 anos de história, vidas doadas à luta do nosso país, sempre vinculado a grandes ideais, marca histórica da UNE e não devemos perder essa perspectiva. Não são poucas as vezes que se procura apequenar a UNE, apequenando a sua agenda política, tentando intimidar a UNE de tratar grandes temas nacionais. E a grande virtude que a UNE sempre teve foi de nunca se apequenar e sempre manter como guia principal de sua conduta, sua ação política, a luta por melhores dias do povo brasileiro. Esse ato solene também traz, no plano simbólico, a dimensão que tem a UNE - da pluralidade, diversidade, da tolerância, da combatividade, de compromisso com a história do nosso país. Quero desejar êxito a cada companheiro e companheira que assume hoje, fazendo das ruas e das universidades importantes trincheiras da luta dos estudantes, que é desse modo que responde às provocações e vão dizer que, ao invés de chapa branca, a UNE é, no jargão do Rio de Janeiro, chapa quente”.





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Senador Artur Virgílio (PSDB-AM)



“Não tenho a menor dificuldade em estar aqui. Tem um aliança dentro da UNE entre a juventude do PSDB e o PCdoB. E nem precisaria ter para que eu estivesse aqui, como estive na outra posse do presidente Gustavo Petta. Afinal de contas eu estava ouvindo, agora a pouco, o ministro Berzoinni falando, eu não fico sob tensão quando uma situação difícil se apresenta. Eu até tenho uma certa tara, que é a de admirar meus adversários duros, os adversários moles eu não acho bom. Deve ser tara – dos adversários que vem de frente, que me chamam pro combate, que me estimulam a crescer, a buscar minhas idéias, a reconhecer meus erros na luta com eles, me levam a estimá-lo, a respeitá-los. No Congresso, os meus melhores amigos são os meus adversários no próprio Congresso. Ou seja, a política se faz mesmo em torno de idéias e não de pessoas. Mas devo dizer que foi um gesto que me compensou o convite pessoal de Gustavo Petta. Não é preciso arredar pé de suas posições, devemos ter compreensão de que essa é uma democracia pela qual devemos zelar. Eu tenho consciência de que faço oposição necessária, porque não existe democracia sem ela; decente, porque quem vence as eleições tem o dever de governar e quem perde as eleições tem obrigação de fiscalizar, fora disso, é se pendurar em cargos e vantagens. Não é nem correto se o povo do Amazonas me elege e diz vá ser um bom senador e o povo do Brasil me derrota, diz seu candidato não vai ser presidente, o outro tem que ser desprezado por mim e por outras pessoas que perderam a eleição. Isso é democrático, é da essência do regime plural, que a UNE mais uma vez manifesta prezar, quando mais uma vez recebe, com tanto carinho e apreço, pessoas que tem divergido dela em momento de sua atuação. Não se pode esquecer aquilo que é fundamental, que é a história, do que a UNE está escrevendo e vai escrever, mesmo por que já escreveu para trás, que a faz parte do patrimônio afetivo de todos nós. Nós fazemos uma oposição que eu desejo a mais democrática. Não se pode comparar Lacerda ao que a gente faz, nem pelo talento e nem pela vontade que tinha de golpear. Nós queremos um processo em que o presidente cumpre o seu mandato e passa ao seu sucessor, ali na Praça dos Três Poderes, em frente ao povo, como Lula recebeu do seu antecessor e o seu antecessor de seu antecessor. O povo obedecido e respeitado nas suas definições e eu entendo que é um direito e dever do presidente completar o seu mandato, lutar por isso e procurar cumprir com o dever, Eu quero ele passando a faixa prá ele mesmo ou outro, como é tradição das democracias que se consolidaram. Eu venho dizer de todo coração que vi traços de democrata no presidente Gustavo, vi traços de tolerância. Vi atuação forte do PSDB dentro da UNE, que discute reforma universitária para o país . Eu sei que se minha carreira política dependesse dos votos dos que estão aqui, eu não me elegeria, mas eu não pretendo os votos dos que estão aqui, eu pretendo o respeito. Muitas felicidades na sua trajetória, que é uma trajetória que a todos nos enternece.”





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Sérgio Mamberti, secretário da identidade e da diversidade cultural, representando o ministro Gilberto Gil (Cultura)



“Nessa tarde hoje, Gustavo, em que você assume esse novo mandato - eu tive em praticamente todas as mudanças de gestão da UNE e vejo cada vez mais assumir seu papel histórico e que se reflete nesta tarde que tivemos aqui. No momento de grande crise, o ambiente aqui é festivo, com energia positiva, que é energia desse país novo, que emerge, apesar da crise, em que a UNE tem atuação extraordinária. O recente apoio da UNE ao governo Lula, em todos os seus processos realmente transformadores, ao mesmo tempo mantendo o distanciamento crítico e lutando pela ética, por uma política de transparência, expressam claramente a responsabilidade que a juventude tem na consolidação desse processo. Quando o presidente Lula foi eleito, a gente sabia que não ia ser fácil - mas não sabia que ia ser tão difícil - de enfrentar os problemas que estamos tendo hoje, mas isso faz parte do processo. Eu, que tem longa militância na vida política, tenho experiência de que quando a gente aparentemente está próximo da conquista, as coisas ficam mais difíceis, porque a gente tem que se aprofundar. Sem a reforma política, que realmente mude essa relação, o processo continuará comprometido. Embora a UNE seja uma entidade que se manifesta politicamente com muita clareza, gostaria de destacar a forma de atuação da UNE através da cultura. É esse o processo transformador, que só pode ser alicerçado no processo cultural. Eu quero trazer a palavra do ministro Gilberto Gil, que se comprometeu em criar parceria para construir processo de cultura democrática, a reconstituição de rede cultural de estudantes, a partir da UNE, que passa a ser elemento estratégico no processo democrático do Brasil. E desejar a toda nova diretoria muito sucesso e que vocês continuem com essa luz”.





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Vivaldo Barbosa (ex-deputado e representante do PDT-RJ)



“Há certas entidades que adquirem caráter especial, a UNE adquiriu esse caráter especial na história das universidades do Brasil. Adquiriu carisma, adquiriu simbologia na vida social, política e institucional do Brasil de maneira perene. A UNE já entrou na história do Brasil, porque nunca fugiu aos seus deveres, em qualquer de suas fases, como demonstrou agora recentemente. Vocês têm a responsabilidade de continuar a carregar essa bandeira. Nós acreditamos em vocês, porque a UNE somos nós, nossa força e nossa voz”.





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Deputado federal Marcelo Barbieri (PMDB-SP)



“Eu estava lembrando do momento em que comecei a militar e a gente estava em um show e anunciaram a morte do Herzog, foi quando nós entramos no movimento estudantil, fizemos uma grande passeata contra aquele assassinato e depois eu fui eleito para diretoria da UNE. Naquele tempo, a gente nem sabia se ia acabar o mandato, mas agora, passado tudo isso, nós temos que analisar um pouco o momento atual. A raiz dessa crise política tem que ser atacada e é fundamental o papel de vocês. Nós não podemos permitir que nessa casa continue a preponderar o poder econômico. O que se viu na última eleição, de 2002, foi uma enxurrada de dinheiro. Se nós continuarmos com o financiamento privado de campanha, a crise vai vir de novo. Nos temos que mudar sistema político brasilerio, ter coragem para enfrentar, vai ficar muito mais barato o financiamento público e criar condições de igualdades. As pessoas podem pleitear uma candidatura sem ter que ter milhões para gastar na campanha. Essa é, portanto, a raiz do problema, que estamos vivendo. A UNE tem que se posicionar claramente pelo financiamento público de campanha, pela fidelidade partidária. Nós estamos aqui saudando a posse da diretoria da UNE, as conquistas e avanços conquistados - essa grande manifestação que fizeram recentemente em frente ao Congresso Nacional. Em nome do PMDB e da Fundação Ulisses Guimarães, eu quero dizer que é fundamental a ação da juventude brasileira na parte política desse país, na defesa dos direitos políticos que garantam a democracia”.





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Deputado federal Renato Casagrande (PSB-ES)



“A quantidade de lideranças que passaram por aqui demonstra a importância histórica da UNE e a pluralidade na representação da UNE. A UNE hoje é uma das entidades mais respeitadas desse país, por tudo o que ela já fez pela sociedade brasileira e pelo que faz e pode fazer. Mesmo agora, que estamos reconstruindo a nossa democracia, ainda temos muitas conquistas que precisamos alcançar. Repudio veemente as afirmativas de algumas representações da elite brasileira que tentaram imputar à UNE, por conhecer, saber e compreender a importância dessa entidade. Ninguém que se opõe ao sistema estabelecido no nosso país e em outros país fica imume aos ataques, as agressões, e a UNE, na época da ditadura, foi declarada ilegal, destruída; e agora, com indício claro de tentar desmoralizar a entidade, e nos não podemos deixar de repudiar pelo que representa ao povo brasileiro – representa as bandeiras do povo brasileiro. Por isso que tem esse prestígio e essas lideranças estão aqui hoje. Nesse momento de crise, a UNE cobra investigação e punição, cobra com condições de cobrar, porque tem quem cobre hoje, mas que alguns anos atrás estavam condenado, cassado e hoje se coloca como paladino da moralidade”.





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Beto Cury (Presidente do Conselho Nacional da Juventude)



“Eu quero destacar uma realização desse governo que tem a ver com a trajetória da UNE, porque pela primeira vez nesse país, o governo Lula está pautando, na agenda das políticas públicas, a temática da juventude brasileira como prioridade. Um país que tem 50 milhões de jovens de 15 aos 19 anos não pode prescindir de que a temática seja tratada com a importância que exige. Na criação da Secretaria e do Conselho Nacional da Juventude, a UNE é parte desse processo, porque tem assento no Conselho. Com a sua história e na resistência ao golpe militar, na luta pela redemocratização, pelo impeachment, na discussão da reforma universitária, a UNE cumpriu a cumpre o eu papel ao longo de sua história. É inaceitável alguém afirmar que a UNE é chapa branca”.





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Regina Novaes (Secretária Nacional da Juventude)



“É impossível contar a história do Brasil sem contar a história da UNE e nós estamos vendo aqui hoje como a UNE vai se transformando no tempo e o que já acumulou de práticas democráticas, de convivência com correntes, nesse país imenso, com disparidades regionais. E agora tem um novo momento, quando participaram, em diálogo com outros movimentos sociais, na formação da política nacional da juventude. A palavra que eu digo é que essa prática democrática transforme a UNE dentro do Conselho com possibilidade de interlocução. A UNE está desafiada a levar os estudantes brasileiros, que chegaram a universidade, a olhar para toda juventude que não chegam aos bancos escolares e está morrendo vítima da violência. A UNE, pela prática de diálogo, vai nos ajudar a construir a juventude brasileira na sua diversidade, nas suas diferenças e vulnerabilidades. Nós contamos muito com vocês nesse Conselho”.





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Deputado federal Renildo Calheiros (PCdoB-PE)



“Eu estava assistindo a posse como um filme que eu já assisti muitas vezes na vida. Eu fui presidente da UNE vinte anos atrás e dediquei muito tempo da minha juventude ao movimento estudantil e quero dizer que esse é o momento mais importante e que vocês se lembraram com mais saudades da vida de vocês. Isso é o que eu considero mais importante na minha vida política. A UNE faz parte da história do povo brasileiro e é a entidade mais querida e respeitada, dentre os segmentos organizados da sociedade. Pela coragem que sempre teve. O que marca a presença da UNE na história do Brasil foram as posições e atitudes políticas que a UNE tomou. Essa acusação que vocês sofrem hoje, nós sofremos na época em que fui dirigente da UNE, porque apoiamos a eleição do Tancredo Neves no Colégio Eleitoral. Foi polêmico na época e não faltou quem nos acusasse de ser chapa-branca. É um jogo dos que se incomodam com as posições tomadas pela UNE e tentam inibir o movimento estudantil brasileiro. Nós precisamos ter consciência do papel que nós representamos. As diretorias que mais marcaram a trajetória do movimento estudantil foram aquelas que vieram crise política e luta política. Vocês estão vivendo esse momento e tenho certeza que daqui a 10, 15 anos, esse momento vai constar nos momentos históricos mais importantes. O que nos alimenta é a luta por mudança, por justiça social que a população brasileira tenha melhores condições de vida, e nós precisamos dar conseqüência a essa luta política”.





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Gilda Almeida (dirigente nacional da CUT)



“Esse é momento especial em que nós estamos conseguindo a conquistar unidade dos trabalhadores e da juventude brasileira e, a partir da nossa atuação conjunta, nós sabemos que podemos efetivamente construir um novo Brasil. Vocês, junto com a CUT, é de fundamental importância na construção de mudança nesse país. Cumprem papel importante para dizer que queremos um país diferente e que Lula faça as mudanças nesse país. Nós temos lado. Os trabalhadores, estudantes e juventude têm lado. Como disse o Aldo (Rebelo), o rio só tem duas margens. Nós estamos ou de uma ou outra margem. Nesse momento de crise, que vemos a ofensiva das elites, a gente percebe de que lado devemos estar. Também entendemos que precisamos fazer mudanças. O Brasil só será o país dos brasileiros quando a riqueza for dividida. E para isso precisamos mudar a política econômica desse país. É importante que todos nós estejamos unidos para que com nossa mobilização e pressão consigam essa mudança. Queremos desenvolvimento com valorização do trabalho, do salário mínimo, da redução da jornada de trabalho”.



De Brasília,

Márcia Xavier e Rita Polli



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Memória do Movimento Estudantil – UNE: organização-pelego, de Getúlio a Lula



Félix Maier



A União Nacional dos Estudantes (UNE), tropa de choque do governo Lula, é co-irmã de outras falanges totalitárias atuantes no Brasil, como o MST e a CUT. Todos esses onagros vermelhos prosperam com farto dinheiro público, seja por meio da bilionária verba do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), seja por desvios de verbas de estatais, como os Correios e a Petrobrás, ou do próprio erário. Por isso, não deveria causar nenhuma estranheza quando as três bocarras desse cérbero socialista grunhem na Esplanada dos Ministérios para um “protesto a favor” do principal responsável pelas falcatruas que há mais de 100 dias atormentam a nação: o presidente Lula.



Para conhecermos melhor a UNE, nada melhor do que acompanhar a trajetória desse onagro estudantil.



Durante o 2º Congresso Nacional de Estudantes, realizado em 1938, foi feita a proposta de criação da UNE, que teve sua 1ª Diretoria eleita em 1939.



Inicialmente, a UNE era apolítica. Entre 1940 e 1943, mobilizou a opinião pública e o Governo para participar da II Guerra Mundial contra o nazifascismo. Era tutelada pela ditadura Vargas e funcionava em uma sala do Ministério da Educação.



A partir de 1943, começa a insurreição, com comunistas e democratas lutando contra a ditadura getulista. A partir de 1959, aprofunda-se a marxização da UNE; nos anos 60, as organizações que dividiam as massas operárias, além da UNE, eram a JUC, o PC (que atuava através de seus diretórios estudantis), a Política Operária (POLOP) e a Quarta Internacional. Eram todos de esquerda, com dosagens diversas de ideologia marxista. O Partido de Representação Acadêmica (PRA), criado na Faculdade de Direito da USP, era considerado de Direita.



Também nos anos 60, dá-se o encontro ideológico, reunindo a JUC, a Esquerda Católica e o Esquerdismo marxista. A Faculdade Nacional de Filosofia (FNFi) desempenhou papel importante na agitação estudantil e no processo de marxização da Universidade. “Onde o professor é de tempo parcial, como na maioria da América Latina, a tendência dos estudantes é dar mais atenção a preocupações não acadêmicas, inclusive políticas”. (Seymor Martins Lipset, University Students and Politics in Underdeveloped Countries, in “Minerva”, Vol. III, nº 1, 1964, pg. 38-39).





As "Libélulas da USP"



A USP foi fundada em 1934, no governo Armando Sales de Oliveira, e nesta, a Faculdade de Filosofia e Letras, que se tornaria, com Florestan Fernandes, Fernando Henrique Cardoso e Octávio Ianni numa das matrizes de difusão do Marxismo. Nos anos 60, atuava na USP a Libelu (Tendência Liberdade e Luta), grupo estudantil-lambertista (Pierre Lambert foi um dos ideólogos da IV Internacional - Trotskista). O Ministro da Fazenda do governo Lula, Antônio Palocci, foi um de seus integrantes.



As “libélulas da USP” passaram a formar a intelectualidade marxista existente principalmente na Faculdade de Filosofia e Letras da USP, onde hoje há o maior número de PhD em lingüística de pau por metro quadrado no país: Emir Sader, Marilena Chauí, Maria Aparecida de Aquino, Leandro Konder, Paul Singer etc. O costumeiro embuste das “libélulas” pôde ser recentemente visto no seminário “O silêncio dos intelectuais”, que teve à testa a petista Madame Chauí com seu costumeiro chuaaá de bobagens marxistas em defesa do indefensável: a república dos bandidos que se instalou no Brasil.



Além dessas “libélulas” ainda atuantes na USP, podemos citar FHC, que alçou vôo extra muros, tornou-se presidente e pediu para que todos esquecessem o que escreveu quando era filiado à Ordem dos Odonatos.



No dia 28 de março de 1964, os Diretórios Acadêmicos das Faculdades Nacionais de Direito (CACO) e da Filosofia, da Universidade do Brasil, mais o de Sociologia da PUC, lançaram manifesto de apoio aos marinheiros e fuzileiros em greve na sede do Sindicato dos Metalúrgicos.



No dia 31 de março do mesmo ano, membros da UNE exigiram de Jango armas para a resistência contra o levante de Minas, mas tiveram que se contentar com “manifestações anti-golpistas” na Cinelândia. Com a depredação da sede da UNE, o seu presidente, “apista” José Serra, empossado em 1963, pediu asilo à Embaixada do Chile. “Terminava, assim, o ciclo de agitação estudantil, que depois iria se desdobrar em trágicas conseqüências, no terrorismo e na ilegalidade” (José Arthur Rios, in “Raízes do Marxismo Universitário”). O mesmo Arthur Rios é autor de famosa frase: "Pais positivistas, filhos comunistas, netos terroristas". Nada mais exato.



Na “campanha nacional de alfabetização”, no Governo Goulart, a UNE recebeu 5.000 dólares de Moscou – uma prova material do "ouro de Moscou" -, por intermédio da União Internacional dos Estudantes (UIE), com sede na Tchecoslováquia, um dos mais famosos "onagros" comunistas daquela época.





1968 - O quente "ano de dinamite"



Inicialmente, convém lembrar que na década de 1960 vivíamos um período crítico da guerra fria, com muitos movimentos guerrilheiros marxistas sendo instalados em vários países da América Latina. Em 1967, a Tricontinental, em Cuba, com a presença de Carlos Marighela e do Senador Salvador Allende, entre outros, havia criado a Organización Latinoamericana de Solidariedad (OLAS), cujo objetivo era "criar um Vietnã em cada país sul-americano", no dizer do ditador Fidel Castro. Che Guevara havia tentado levar essa revolução "foquista" para a Bolívia, onde foi morto no dia 8 de outubro de 1967. Não é por acaso que depois da criação da OLAS se intensificaram os atos terroristas no Brasil, especialmente nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro.



A partir de 1968, surgiram a ALN de Marighela, de João Alberto Capiberibe (ex-Governador do Amapá) e do Ministro da Justiça de FHC, Aloysio Nunes “Ronald Biggs” Ferreira, a VPR de Lamarca e do ex-Presidente da Petrobrás, Henri Reischtul, o MR-8 de Gabeira e Carlos Minc, a VAR-Palmares de Bete Mendes e e Dilma Roussef, e a AP de Betinho e José Serra. Em 1969, a VAR-Palmares participou do roubo de um cofre em Santa Tereza, Rio, que pertenceria ao ex-Governador Adhemar de Barros, quando foram levados 2,5 milhões de dólares, sendo 1 milhão desviado para o Governo da Argélia onde atuava Miguel Arraes junto à Frente Brasileira de Informações (http://midiasemmascara.org/artigo.php?sid=2997).



O farol que iluminava todos aqueles atos terroristas era sempre Cuba, que oferecia cursos de guerrilha em Pinar del Río e que bem antes do contragolpe de 31 de março de 1964 já oferecia ensino guerrilheiro às Ligas Camponesas. Por isso, deve ser dito com todas as letras que tais movimentos não visavam libertar o Brasil da ditadura militar, como proferem as esquerdas hoje em dia, mas levar o Brasil à ditadura do proletariado, à ditadura comunista. Fosse o Brasil governado por militar ou civil, os atos terroristas teriam ocorrido de qualquer forma, considerando que um governo civil não estivesse compactuado com os comunistas, como ocorria durante o Governo de Jango.



Em 1968, havia uma ânsia incontida de muitos políticos em assumir as principais funções públicas do país, sonho retardado desde o já bastante longínqüo 31 de março de 1964 - uma eternidade para os políticos mais ambiciosos, especialmente os que desejavam assumir a Presidência da República, como Juscelino, Jango, Brizola e Lacerda. Por isso, havia no Congresso um descontentamento geral, tanto entre os parlamentares “imaturos” da oposição, do PMB, quanto entre os políticos da Arena, que mais atrapalhavam o Governo do que ajudavam. “Abrir o nó” que apertava as instituições democráticas, naquele momento, era uma temeridade, pois o país poderia voltar aos anos de anarquia que antecederam o 31 de março de 1964.



Pode-se provar, com uma longa lista de eventos ocorridos em 1968 (http://www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.php?cod=667&cat=Ensaios), que o fechamento do Congresso foi devido a algo muito mais grave do que um discurso “pinga-fogo” feito intempestivamente por um deputado na Câmara, Márcio Moreira Alves, o “Marcito”, por mais que os detratores do governo militar queiram afirmar em contrário.





Revolução Estudantil - de Paris ao Rio



Nesse mesmo ano de 1968, houve um crescendo na agitação estudantil de todo o país, fruto da “Revolução Cultural” implementada na China por Mao Tsé-Tung, com os famigerados livros vermelhos, que atingiu também Paris, quase derrubando o Governo Charles de Gaulle, e pela OLAS de Cuba, prometendo “um Vietnã em cada país latino-americano”. Em Paris, os estudantes eram influenciados pelas idéias neomarxistas de Marcuse e pelo líder estudantil Daniel Cohn Bendit, além de movimentos mundiais contra a Guerra do Vietnã, contestada principalmente pelos negros americanos.



Muitos estudantes, brasileiros ou não, queriam ser os “novos guevaras”, após o “martírio” de Che na Bolívia, em 1967. A agitação estudantil era insuflada principalmente pela Ação Popular (AP), pela Dissidência da Guanabara (DI/GB), pelo Comando de Libertação Nacional (COLINA), pelo Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR), pela Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) e pela Ala Marighela (posterior Ação Libertadora Nacional - ALN). Os principais líderes estudantis eram Vladimir Palmeira e Franklin Martins, da DI/GB, e José “Daniel” Dirceu, da ALN, antes de pertencer aos quadros do Movimento de Libertação Popular (Molipo), criado pelo chefe do serviço secreto de Cuba, Manuel Piñero, o “Barbaroja”.



No dia 28 de março de 1968 foi morto no Rio o estudante Edson Luís de Lima Souto, em um choque de estudantes contra a polícia. Havia sido criado um mártir para as esquerdas. Durante seu enterro, foi depredado um carro da Embaixada americana e incendiado um carro da Aeronáutica.



No dia 31 de março, uma passeata de estudantes contra a Revolução deixou 1 pessoa morta e dezenas de policiais da PM feridos no Rio.



No dia 19 de junho, liderados por Vladimir Palmeira, presidente da UNE, 800 estudantes tentaram tomar o prédio do MEC no Rio, ocasião em que 3 veículos do Exército foram incendiados.



No dia 21 de junho, no Rio, 10.000 estudantes incendiaram carros, saquearam lojas, atacaram a tiros a Embaixada Americana e as tropas da PM, resultando 10 mortos, incluindo o sargento da PM, Nélson de Barros, e centenas de feridos.



No dia 22 de junho, estudantes tentaram tomar a Universidade de Brasília (UnB).



No dia 24 de junho, estudantes depredaram a Farmácia do Exército, o City Bank e a sede do jornal O Estado de S. Paulo.



No dia 26 de junho ocorreu a “passeata dos 100 mil”, no Rio, e o assassinato do soldado Kozel, em São Paulo, como já afirmado acima.



No dia 3 de julho, estudantes portando armas invadiram a USP, ameaçando colocar bombas e prender generais.



No dia 4 de julho, a “passeata dos 50 mil” tinha como principal bordão “só o povo armado derruba a ditadura”. No dia 29 de agosto, houve agitação no interior da UnB, ocasião em que foi preso o militante da AP, Honestino Guimarães, presidente da Federação de Estudantes Universitários de Brasília (FEUB). O deputado Mário Covas lhe deu solidariedade. Honestino, depois do episódio, passou a ser um “desaparecido político”, até hoje não se sabe que destino teve.



No dia 3 de outubro, choques entre estudantes da USP e do Mackenzie ocasionaram a morte de um deles, baleado na cabeça.



No dia 12 de outubro realizou-se o XXX Congresso da UNE, em Ibiúna, SP. A polícia prendeu os participantes, entre os quais Vladimir Palmeira, José “Daniel” Dirceu e Franklin Martins. No “Woodstock” tapuia de Ibiúna foram encontradas drogas, bebidas alcoólicas e uma infinidade de preservativos usados. Havia uma “escala de serviço” de moças para atendimento sexual. Os líderes estudantis, em acordo com Marighela e com o Governo de Cuba, haviam chegado à conclusão de que o estopim para a luta armada viria de uma prisão em massa de estudantes, envolvendo comunistas e inocentes úteis, e jogaria essa massa nos braços da luta armada. Posteriormente, José Dirceu, antigo Rasputin do governo Lula, foi solto, junto com outros terroristas, em troca da vida do embaixador americano Charles Elbrick, seqüestrado em 1969 por Fernando Gabeira, Franklin Martins e outras estrelas do atual cenário pútrido nacional.



No dia 15 de outubro, estudantes tentaram tomar o prédio da UNE, queimando carros oficiais. Fernando Gabeira participou do ato terrorista.





O "Partido da Carteirinha do Brasil"



Nos últimos anos, o Partido Comunista do Brasil (PC do B), em rodízio com o Movimento Revolucionário 8 de Outrubro (MR-8), tornou-se um dos "donos" da UNE. Durante muito tempo, os falsos estudantes da organização fizeram uma festa imensa, com direito a diárias e serviços de hotelaria no Brasil e no exterior, por conta do sacrossanto e exclusivo direito de emitir carteiras estudantis, em média ao preço de R$ 15,00. Foi uma farra e tanto, até o Governo FHC desmamar o guloso bezerro mamão. Por conta daquela boquinha, o Partido do finado João Amazonas era conhecido como o "Partido da Carteirinha do Brasil"...



Porém, neste governo Lula, a orgia pecuniária dos falsos “caras-pintadas” continua, agora com vultoso dinheiro público. “Sabemos que a UNE é uma entidade composta em sua grande maioria de universitários que se beneficiam do paga-meia (carteirinha que dá descontos aos estudantes universitários em estabelecimentos comerciais) e não se identificam com a ideologia que esta entidade carrega. Uma entidade estudantil deveria preocupar-se com a vida universitária, a qualidade de ensino no país e um posicionamento não ideológico e apartidário em defesa dos estudantes, mas o que ocorre é que a UNE é entidade comunistóide, herdeira de uma ideologia falida e sanguinária e um um símbolo de inoperância prática em defesa de sua classe.



Logicamente a liderança da UNE está querendo manter seu caixa, pois já recebeu, somente neste ano de 2005, mais de 1 milhão de reais do governo

Lula. Com esta mamata em jogo, a UNE sai em defesa de uma fonte de renda formidável e, independente da culpabilidade do presidente, defendem sua permanência no poder. Eles não estão querendo fazer uma canja com a galinha que bota ovos de ouro.



Isto prova que a UNE não tem nenhum interesse em defender estudantes e a qualidade do ensino universitário no Brasil, juntamente com alguns outros movimentos anti-democráticos e pró-comunistas como o MST, tanto que defendem o vergonhoso financiamento público de campanha, onde o povo pagará as campanhas dos candidatos nas eleições” (Edison Evaristo Vieira Junior, em 21/08/2005).



No dia 6 de agosto deste ano, um Boeing 707 da Força Aérea Brasileira (FAB) levou 140 estudantes brasileiros, de São Paulo para Caracas, capital da Venezuela, para participar do 16º Festival Mundial da Juventude. Se não fosse a ajuda do corrupto governo Lula, que mistura o bem público e o privado com a maior desenvoltura, os “caras-pintadas-de-pau” seriam obrigados a desembolsar algo em torno de R$ 318.700,00 (R$ 2.276,43 por cabeça) para viajar em um avião comercial.



O Comando da Aeronáutica não notou nenhum problema em ceder o avião, argumentando que os estudantes viajaram num cargueiro do Correio Aéreo... E daí? A safadeza seria a mesma se os “caras-sujas” brasileiros tivessem viajado no Air Force Fifty One, vulgo “Aerolula”. Desde 2004, pelo menos uma viagem mensal é realizada pelo Correio Aéreo às capitais sul-americanas.



Um questionamento grave se coloca, face às conhecidas maquinações do governo petista: a FAB não estaria sendo inocentemente colocada a serviço do Foro de São Paulo, organização socialista que visa a criação de uma União Soviética local, a União das Repúblicas Socialistas Latino-Americanas? Sabe-se que as FARC são sócias do PT neste sonho das esquerdas, de “recuperar na América Latina tudo o que o socialismo perdeu no Leste europeu”, segundo as palavras de Fidel Castro, sócio do PT na criação do mais recente onagro vermelho. Convém lembrar que durante o governo do comunista Salvador Allende, a LAN Chile era utilizada para transportar armas e drogas de Cuba a Santiago, sem passar pela vigilância da alfândega. A FAB não poderia passar a exercer trabalho semelhante, junto aos narcoterroristas da Colômbia? Acusações já foram feitas pelo deputado federal Alberto Fraga, do Distrito Federal, de que as FARC teriam remetido US$ 5 milhões para a campanha presidencial de Lula.



No dia 1º de setembro do corrente ano, Gustavo Peta foi reeleito presidente da UNE. Compareceram à solenidade de posse todas as falanges do governo Lula, como a CUT, o MST, a Contag, a Conan, além de parlamentares de vários partidos e figuras ilustres do “valerioduto”, como José Dirceu, que recusou o convite para compor a mesa. O apoio que o senador Arthur Virgílio deu ao onagro socialista, comparecendo e discursando no evento, comprova que o PT e o partido de FHC são autênticos irmãos siameses: “Não tenho a menor dificuldade em estar aqui. Tem um aliança dentro da UNE entre a juventude do PSDB e o PC do B”, garantiu o senador eleito por Amazonas.



Revendo a história da UNE, comprova-se que a entidade estudantil nasceu como um pequeno pelego da ditadura varguista, para se transformar, durante a Guerra Fria, num importante onagro a serviço do Movimento Comunista Internacional (MCI), dirigido por Josef Stalin. Hoje, o órgão de fachada estudantil não passa de uma falange totalitária a serviço do governo Lula, que, em retribuição ao apoio prestado, distribui verba milionária aos fantoches estudantis. O onagro vermelho não conseguiu livrar-se da pele de urso que veste, embora se apresente aos incautos com uma alva e cândida pele de ovelha.











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