Terminada a refeição, fiquei alguns instantes a olhar para a rua. Bem na frente do restaurante tem uma loja onde se lê logo abaixo do nome ‘O cliente é nosso rei’. Lá dentro, mil e uma quinquilharias, dessas importadas (da China). Uma selva colorida, com milhões de guarda-chuvas pendurados e mochilinhas cor-de-rosa, além de montanhas de objetos que de longe eu não conseguia identificar... Algo, porém, me chamou a atenção. Logo na entrada, na altura de olhos infantis, estavam enfileiradas algumas vaquinhas de plástico, como se estivessem deitadas. Vermelhas, azuis, amarelas, verdes, bem chamativas. Com chifres, cara, rabo, tudo da mesma coloração forte, só os olhos pretos com uma rodela branca em volta. Tão esquisitas... do tamanho de gordos cachorrinhos de verdade. Fiquei a imaginar como é que uma criança brincaria com aquilo. Certamente enrolaria um barbante no pescoço dela e sairia puxando como se fosse seu auau de estimação. Que faria muuuuu em vez de latir... Nisso a garçonete se aproximou e perguntou se eu queria mais alguma coisa.
- Muuuu... respondi meio aérea.
- Como?!
- Au au... Quer dizer, um café... por favor.
Depois atravessei a rua e fui olhar mais de perto. Acima das tais vaquinhas tinha um papel escrito a mão: “Cavalinhos”!
Assim mesmo, o dono do restaurante me disse que aquilo vende pra caramba. A toda hora ele vê crianças saírem de lá abraçadas às enormes ‘vaquinhas’. E rimos muito ao imaginá-las tentando cavalgar... Seria mais fácil com aqueles cavalinhos de cabo de vassoura...
Fiquei sem saber se o coreano da loja não soube traduzir direito ou se para aqueles outros lados do mundo tem chifre em cabeça de cavalo... hahaha!
