"É algo que data de há muito, quiçá desde Liérmontov. Daquelas décadas da vida russa em que para uma pessoa decente não havia serviço pior nem mais sujo do que o de agente da polícia secreta, e isso se dizia em voz alta. Mas tudo vem de mais longe ainda. Sem o saber, resgatávamos a liberdade com o que nos restava - moedas de cobre e peças de dez copeques das moedas de ouro deixadas pelos nossos bisavós, nos tempos em que a moral ainda não era considerada relativa e o bem e o mal se diferenciavam simplesmente através do coração".
Alexandre Soljenítsin, in "Arquipélago Gulag", Difel, São Paulo, pg. 165.
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