Como podem segurar o meu canto,
Se quem canta recita um poema,
Exale todo o preconceito
E jamais abandona quem ama.
Como podem atirar o meu manto,
Se nem num abrigo tenho morado,
Deixem pelo menos o livro
E dêem liberdade ao meu canto adorado.
Não me oprimam desse jeito,
Nem um pouco tão sutil,
Mas me deixem que eu cante
No ar desse infinito céu anil.
Quero cantar junto a esse verde mar,
Suspirar e soltar a sabedoria
De quem viveu e sentiu no coração,
A verdadeira força para amar.
Mas se porventura alguém perdido,
Não quiser dar a mão de amigo,
Posso eu prosseguir afora do perigo
E nem por isso vou lhe dar um castigo. |