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Discursos-->PARA A MÃE AMERICANA QUE PERDEU SEU FILHO NO WTC -- 18/10/2001 - 00:09 (Alberto D. P. do Carmo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Recebi e achei oportuno divulgar


Apesar dos erros de escrita, pareceu-me assaz interessante


Como boa parte da humanidade que, a exceção de alguns
Palestinos ou Iraquianos, chora pelas dezenas de milhares de vítimas da
carnificina promovida em plena Nova Iorque, nós também estamos perplexos diante
de tanta crueldade.
Mas o que nos difere de boa parte dos que agora choram pelo
sacrifício do World Trade Center, é que em nossos corações e mentes
subdesenvolvidas ainda existem marcas de outros momentos de extremo sofrimento.
Nós também já choramos pelos nossos pais, tios ou irmãos
caçados, cassados, torturados, e assassinados por uma polícia treinada por uma
certa companhia de inteligência, à mando de ditadores militares que por sua vez
eram patrocinados por uma tal força armada que fincou suas âncoras a algumas
milhas do nosso litoral. Doeu muito quando alguns daqueles mártires tiveram seus
testículos eletrocutados e os miolos estourados a sangue frio.
Choramos pelo cogumelo terrível que se ergueu sobre
Hiroshima e Nagasaki, devastando não as vidas dos fanáticos generais japoneses,
mas de pobres crianças, mulheres e idosos. E caímos em prantos por aquela menina
oriental que corria nua com a pele queimada pelo Napalm e por todas as suas coleguinhas impiedosamente estrupadas ou degoladas por soldados
invasores.
Doeu nosso coração quando, após resistir bravamente aos
contra-ataques do Império, a pequena ilha de Fidel foi transformada em grande e
perigosa ameaça a liberdade, sendo os seus habitantes condenados ao bloqueio
econômico, à fome ou à prostituição como lição por sua ousadia.
Choramos quando nós e nossos filhos e netos fomos
condenados a enfrentar as conseqüências do famigerado efeito estufa, pois os
maiores poluidores do mundo não querem se sujeitar a limitar seus despejos
tóxicos, já que isso vai abalar seu elevado padrão de vida.
E choramos porque nossos doentes são obrigados a pagar caro
pelas nossas próprias plantas e ervas, porque alguns invasores roubaram o que a
natureza nos fornecia de graça e extraíram um tal de princípio ativo.
Choramos pelos negros arrancados de sua terra de origem e
escravizados, cujos filhos, ainda que considerados cidadãos livres, são surrados
e assassinados por homens com capuzes de bico bem comprido que costumam queimar
cruzes mesmo se dizendo cristãos e se orgulham de sua pele branca e raízes
anglo-saxônicas.
Choramos quando foram executados todos aqueles que pareciam
comunistas. Eles não defendiam o "socialismo real" da finada União Soviética,
mas falavam em propriedade coletiva, em cooperativas ou em compartilhar os seus
bens. Talvez isto não tenha muito a ver com cristianismo, porque aqueles caras foram execrados ou simplesmente assassinados...
Sobretudo, choramos porque na África, na Ásia, na América
Latina, no nordeste brasileiro, no vale do Jequitinhonha... nossas crianças
estão em pele e osso, condenadas a morte lenta, não por fuzilamento ou pelo
bombas. Sua morte é bem mais dolorosa e sofrida: eles se definham aos poucos
pela falta de algo que alguns poucos povos desperdiçam... O básico para a
sobrevivência só não chega a estes pequenos mártires, porque aquele mesmo povo
que patrocina ditaduras militares, desperdiça os recursos da Terra, massacra os
que não têm a mesma cor de pele e degrada o meio ambiente também sustenta pequenas elites em nossos países fazenda com elas concentrem as nossas riquezas
e se mantenham no poder à custa de corrupção, manipulação de leis, desvio de
verbas, enriquecimento ilícito e versões mais evoluídas do antigo
coronelismo.
Como se vê, nós sabemos muito bem o que vocês americanos
estão sentindo pois temos muito mais vítimas pelas quais chorar...
Mas, ao contrário de vocês, felizmente nós já descobrimos
que não vai adiantar retalhar. Para quê vingar os nossos mortos com mais mortes?
Violência não vai gerar ainda mais violência? Vamos matar para mostrar a eles
que não devemos matar?
Solidários a nossos irmãos americanos, choremos e rezemos
por todas as vítimas do terrorismo, seja o terrorismo cinematográfico que matou
dezenas de milhares nos EUA, seja o terrorismo econômico que tem matado milhões
ao longo da história na Ásia, na África e na América Latina.
O momento é de reflexão e este pode ser o marco de uma nova
era. Os terroristas que cometeram ambos os crimes precisam ser
descobertos e devem ser punidos exemplarmente. Mas, pelo amor de Zeus, de Buda,
de Alá, de Javé ou de Deus, não vamos vingar a morte de nossas crianças matando
as crianças deles...
assina:uma mãe latino-americana
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