Amanhece impenitente em espumas secas o dia
no alvorecer da mais pura calmaria
na maré baixa meio que sonolenta
o arrepiar de corpos que provaram água benta
Sólida rocha clara e seca morna na areia
guarda lembranças quentes no canto da sereia
mesmo que vento assopre em poeira matinal
os doces delírios de sexo animal
A rocha invadida respira ofegante
esperando ósculos do mar seu amante
e em tons sustenidos compõem juntos novas canções
Cientes da força do destino que revela
segredos íntimos mesmo anestesiados e amnésicos
devido às chaves jogadas nas marés em altas madrugadas