Eu ressaqueado e bambo
[mole]
sem reflexo e opaco
fora de foco
fora do logos
como água umedeço-te
bato e bato, até que o furo
dos rios BH Janeiro
mês inteiro abril
as portas do saber poético
para curar dores
pulverizar odores de fêmea
mesmo que estática rocha
penetro-te rochedo
sem medo
sem falsos pudores
exalando odores de macho no cio
infernizando o seu pensar amor
roubando suas noites de sono
induzindo-te a sonhos insanos
entupindo labirintos
entre anéis que unem desejos
mesmo quando sem bateria
dançando em solo
e dedilhando pianos sem calda
desejando afinar flauta
esperando o toque
tocando em solo
roçando lábios
singrando contornos
exibindo as falésias
que hei de espumar
no vagaroso mas constante ondear do mar
em libertino pensar
aflorando a libido
de coqueiros sedentos a dar água
sem furos
direto na fonte
que goteja
e alaga suas noites frias
em pensamentos em crinas
a cada verso que cavalgas no meu colo
rochedo sem base
também ressaqueada
louca para ser explorada
nos delírios dessa doce madrugada