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Poesias-->Depois da vidraça -- 05/05/2002 - 21:24 (Gernaide Cézar) |
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São tantas janelas juntas isoladas
E eu sinto depois da vidraça que passa
As vidas vividas a cada espaço juntas
Vejo pessoas pequenas e grandes com grades
Grades que transformam a vida em quadrados
Num elo casual que forma um rosto nu
Que aparece na janela solta dentro e fora
Da parede armada de problemas construidos
É uma existência regida por espaços reduzidos
Em metro quadrado de solidão que entra
Pelo canto sofisticado da convivência social
Entre o indivíduo e o reflexo do que restou
Reflexo que vejo no espelho sem alma
Separando-me do contexto invertido da noite
Onde vejo as luzes das janelas sonolentas
E cabeças que refletem na claridade obscura
Vejo passos nervosos não sinto nada
Separada pela divisória frágil que reflete a dor
O eco indiviual de cada janela passa
No vazio cordial do dia ocupado e tenso
Suprimido pela noite de novela figurada
De figuras que passam sofrem e mentem
Para enganar e massificar as dores
Do cansaço real da vida quadrada com grades
Do rosto esgotado que busca uma forma de vida
Fora da janela junto isolado deformado
Pela vida apagada no anoitecer sem sol
Forjada pelo clarão da lua e o barulho do mar
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