Vendo o teu corpo no espaço
Assim como fada,
Assim como anjo
No qual teus olhos cálidos
Expiram o desejo, paixão, luxúria
E espasmos flutuantes se desdobra.
Tuas formas fremem ante o palor
Do pejo que ascende o vulcão da volúpia,
E recende o hálito de teus seios.
Teus lábios teus lábios vorazes
Roubam-me as forças primevas da Terra.
E o Gênesis repete os ritos:
O Beijo! O Toque! O Ato!
Tua mão passeia por meu torso
Como o beduíno cavalga no oásis
Com o albornoz ao vento.
E com minha palmeira pulsátil,
Introduzo-me em tua gruta.
Na noite de teus cabelos,
Nossas línguas
–Doudos cometas lúbricos–
Gozam o prazer, o orgasmo telúrico
Que devasta a cama
E semeia horizontes em nossos corpos.
E assim, singela,
Assim como uma fada.;
Assim como um anjo
Ou uma hetaira
Da acrópole de Athenas
Repouso em teus braços,
E no teu colo adormeço
Na noite de prazer e paixão
De nossos corpos.