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Artigos-->Chega de Violência! -- 10/05/2000 - 12:22 (Lucky de Oliveira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Chega de Violência!



Lucky de Oliveira





Recentemente, o IBGE divulgou a Síntese dos Indicadores Sociais do Brasil (1999), na qual aponta a violência - homicídios, suicídios e acidentes - como principal causa da morte entre jovens de 15 a 19 anos de idade. A maior taxa foi registrada por Roraima (82,5%), vindo a seguir o Distrito Federal com 77,6% e Rio de Janeiro, com 77,2%. Dados preocupantes que nos leva a refletir sobre as suas complexas causas.

Conforme o IBGE, outro dado negativo diz respeito à renda familiar, um fosso enorme entre pobres e ricos. Cerca de 30% das famílias com crianças de até 6 anos de idade vivem com até meio salário mínimo per capita de renda mensal ( o salário mínimo atual é de R$136,00). O rendimento médio dos 40% mais pobres da população brasileira é de R$125,04, enquanto que o rendimento médio dos 10% mais ricos da população é de R$2.477,61, que somam 19 salários mínimos.

Será que a violência está relacionada com a questão econômica? Claro que está. A política de desmonte do Estado praticada pelo governo neoliberal de FHC não resultou em reduzir esta disparidade entre as classes sociais. Ao contrário, aprofundou mais a crise e temos hoje uma pequena parcela da população detendo as riquezas do país em suas mãos, enquanto a maioria vive em estado de miserabilidade. Soma-se a isso a falta de investimentos nas áreas sociais, como educação, saúde, esporte e, fundamentalmente, na criação de alternativas para ocupação laboral da massa de trabalhadores jogada na economia informal.

É certo que as causas da violência exacerbada que se verifica no país - o narcotráfico, os sequestros, os assaltos, os roubos e furtos, muito das vezes com vítimas fatais - são frutos da falta de políticas governamentais nas áreas sociais. Assim também poderíamos creditar alguns pontos para a mídia, principalmente a eletrônica, com a exposição de filmes de violência e programas que têm como âncoras o lado cruel da sociedade, que banalizam o sentido e importância da vida humana. Ponto também para o Judiciário, um poder que no Brasil está acima do bem e do mal, que penaliza os pobres e arrefece quando os réus são abastados. Rápido para condenar os três "p" (pobre, preto e prostituta) e cego, surdo e mudo para os membros criminosos da elite. É preciso que a sociedade tenha o controle sobre o Judiciário!

Os indicadores do IBGE causaram surpresas ao apontar o Distrito Federal à frente do Rio de Janeiro no quesito de mortes violentas entre jovens. A violência no Rio tem como pano de fundo o narcotráfico. Mas no DF, quais são as causas? Seria a política do Roriz de atrair contigente populacional com promessa de lotes e empregos fáceis? O DF não tem vocação de centro industrial para acomodar esta massa de trabalhadores semi-analfabeta, correndo o risco de expandir as favelas pelos cerrados afora.

O tráfico de drogas, certamente, é responsável por boa parte desta violência. Basta ler as notícias diárias. As mortes violentas em Planaltina, no Gama, na Ceilândia, na Samambaia e Santa Maria, entre outras, estão ligadas, de alguma forma, às drogas, este câncer incrustado em nossa sociedade e para o qual o Poder Público não encontra remédio. São jovens matando jovens por futilidades! São jovens que se tivessem oportunidade poderiam sobressair em competições esportivas, nos estudos...Mas onde estão as oportunidades para eles, que são de família de baixa renda? No rebanho do gabinete do vice-governador?

Outra causa da violência entre os jovens são os acidentes de trânsito, provocados por imprudência (velocidade acima do permitido pela via) e doses exacerbadas de álcool e, às vezes, drogas. Quantas vidas se perderam por vacilos dessa natureza?

Nos shows também a violência se manifesta. Principalmente nos pagodes, axé-music e similares. E o mais grave: com bebidas alcoólicas de fácil acesso para os menores de idade, tempero suficiente para a ação dos bad boys. Interessante notar que nos shows de rock, regae e blues a violência é neutra. "As galeras se conhecem. Vão nos shows para se divertirem. Ninguém mexe com as meninas dos outros", dizem ao adeptos do gênero.

Nos anos 60, embalados pelo movimento de contracultura e bandas como os Beatles, Rolling Stones, Pink Floyd, entre outras, os jovens ganharam o mundo com a mensagem "faça amor, não faça a guerra". Acho que está na hora de os jovens, novamente, erguerem a bandeira contra esta violência danada que impera na sociedade contemporânea, aliados com a onda da globalização, e com a rede mundial de computadores (Internet). É chegada a hora de dizer um basta à violência. E este compromisso tem que ser dos adultos e, sobretudo, dos jovens. Vamos retomar a bandeira de John Lennon pela paz? Afinal, o sonho não acabou!!! (Bsb, 10 de maio/00)



Obs.: Produzido originalmente para o site

www.vampirosdocerrado.com.br



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