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Poesias-->A nova canção dos dias -- 07/05/2002 - 08:44 (Anderson Christofoletti) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A nova canção dos dias







O tempo voa.

O vento entoa

A cantiga do amanhã.



A aurora do dia

Se distancia

Devorando o presente

Num passado que deveria

Ter sido.;

No medo intermitente

Que o futuro permeia

- Desconhecido -.



Guardo o horizonte frio da cidade.

Minhas retinas deslizam pela memória

Que se revela por entre as cortinas rendadas.



Quase posso ver sua perfeita imagem

Nas nuvens que entrepassam novas arquiteturas.



É tudo tão constante

(Tão previsível)

Sinto falta da transitoriedade ,

Das impulsivas e imprevistas

Loucuras necessárias

Que nos mantinham vivos

Dentro deste mundo vazio.



Enquanto a vida se derrama

Num revés

Sem reflexo previsto,

Me pergunto

Se haverá

Uma mão

Entre tantas vis intenções

Armada de dons

E , entre eles,

O imaculado dom

De arrancar

Este nó

Sem nome:

Esta enorme

Dor

Que carrego no peito...



O tempo voa.

O vento entoa

A cantiga do amanhã.



Haverá

Uma bondade encastoada...

Haverá

Sinal de um velho sentimento

- Decrepto -?





Talvez

Um hiato,

Um abstrato,

Uma vida

Que me sinta

Entre o real e a poesia,

Entre a essência e a fantasia.



O tempo voa.

O vento entoa

A cantiga do amanhã.



Na curva da estrada

Um não fere minha alma.

Uma lembrança me acalma

E acende uma esperança

Arrefecida.;

Concede à vida a luz

Já esquecida

De uma antiga direção,

Da nova canção

Dos dias.





©Anderson Christofoletti

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