No nordeste brasileiro há um dizer popular muito conhecido que afirma "O que está feito não está por fazer." No sul, costuma-se dizer: "Não deixe para amanhã o que podes fazer hoje." Boa parte das empresas deveria ter um quadro com uma dessas duas frases em cada sala, cada oficina e em cada um dos corredores e elevadores. Já pensaram em quantas oportunidades de negócios foram perdidas e quantos prejuízos ou lucros que não foram contabilizados pelos simples fato de que alguém, num determinado momento, deixou para depois o que poderia ter feito na hora.
No transporte aéreo,por exemplo, os prejuízos decorrentes da atitude de deixar para amanhã ou para sei lá quando o que se pode fazer na hora causam prejuízos irrecuperáveis. Isto porque não há nenhum produto mais perecível do que poltrona de avião. A aeronave fechou a porta, e pronto. Todos os lugares que foram vendidos e estão ocupados, ok. Aqueles que estão vazios, jamais serão recuperados, uma vez que aquela viagem nunca mais vai se repetir. O mesmo se pode dizer dos hotéis, em relação a seus clientes e das empresas prestadoras de serviços de uma maneira geral. Por isso mesmo, é importante classificar, ao montarmos nossa agenda diária, quais as ações urgentes, passando imediatamente a ...REALIZÁ-LAS, ou seja, torná-las um item a ser "ticado" no final do dia como REALIZADO, ULTRAPASSADO, VENCIDO.
Nada pior para uma empresa do que acionistas, dirigentes e funcionários que ficam sempre deixando para amanhã a concretização de ações urgentes, às vezes com a desculpa famosa de que a pressa é inimiga da perfeição, que vai se aguardar uma melhor oportunidade, que vamos fazer quando as coisas estiverem mais calmas, que não é bom fazer nada correndo e aquela terrível frase: e se não der certo? Já perceberam que temos à nossa disposição um milhão e meio de argumentos para não levantarmo-nos da cadeira para fazer, para realizar, para fazer acontecer, mesmo quando a ação é muito necessária e urgente? Vencer o Macunaíma, o Jeca Tatu, que existe em cada um de nós, principalmente para nós, brasileiros, é um duro combate de todos os dias. O hábito e a política da ação imediata, são extremamente saudáveis e criam o costume da reação com ação corretiva imediata em todos os níveis da Empresa. O contrário disso tudo, que é o terrível costume de transferir todas as ações para o amanhã, ou pior ainda, para o dia de São Nunca, deve ser combatido de forma permanente e implacável pois, em todo o mundo, as empresas estão buscando profissionais e executivos que realizem as ações importantes e urgentes logo depois de terem sido acionados.
E não se esqueça que desculpas para deixar as coisas para depois são muitas e fáceis.
Mas é muito melhor e até mais prazeiroso, agir, fazer, realizar logo, para que os resultados positivos da ação também se concretizem mais rapidamente possível, criando-se um movimento permanente e conjunto para o progresso e o desenvolvimento.
Mário Galvão é jornalista e profissional de RP |
