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Frases-->Liberalismo, o que é? -- 23/05/2007 - 13:06 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Preâmbulo

Félix Maier

Liberalismo, antes de tudo, significa o exercício do livre mercado, a livre circulação de idéias e a liberdade religiosa. O Estado deve se ater às áreas de Segurança, Educação e Saúde, sem interferir de modo autoritário na economia do país, que deve ser conduzida pelos empresários, não pelo Leviatã estatal. Um socialista, portanto, nunca poderá se autodenominar de "liberal", como ocorre com os políticos americanos (democratas) e com os britânicos (trabalhistas).


"O liberalismo é uma palavra que serviu muito, na medida exata, nos países anglo-saxões, para designar o inverso do que é: um liberal americano ou britânico está antes de tudo mais próximo de um socialista francês... (*) Da mesma forma, alguns pretendem que o liberalismo avançado que conhecemos na França era apenas uma versão atenuada da social-democracia.

(*) Por motivos culturais e históricos, no mundo anglo-saxão, os equivalentes dos liberais franceses são chamados conservadores ; os sociais-democratas são liberais nos Estados Unidos, trabalhistas na Grã-Bretanha".


(Guy Sorman, in "A Solução Liberal", Instituto Liberal, Rio de Janeiro, 1989, pg. 6-7.)


"A fábula das abelhas

Socialismo e liberalismo não são escolhas equivalentes. Não dependem de preferências pessoais ou de inclinações morais; não se trata de uma alternativa política, mas de um debate objetivo de caráter científico: este é o sentido e a mensagem de Hayek. A ambição de sua vida terá sido demonstrar a superioridade teórica, histórica, experimental do liberalismo. Para Hayek, nossa sociedade depende de duas interpretações possíveis e somente de duas: a ordem amadurecida (ou espontânea), que ele chama de Kosmos , ou a ordem imposta (ou decretada), que ele chama de Taxis . Da primeira deriva o liberalismo, da segunda, o socialismo. Partindo desse oposição, Hayek dedica-se a demonstrar que só o liberalismo tem fundamentos racionais verificados não só pela história, como pela lógica.

(...) Os homens, como as abelhas de Mandeville, contribuem pela soma de seus vícios e de suas virtudes para edificar uma ordem coletiva da qual até mesmo os princípios lhes escapam. Nossa sociedade moderna é, conseqüentemente, muito mais o produto de nossos atos do que o de nossas decisões; ela se desenvolve segundo leis que não conhecemos.

(...) O que Hayek descobre, somente pelo raciocínio, encontra-se hoje amparado por modelos matemáticos. É este, em particular, o sentido dos trabalhos de Gérard Debreu, um economista que, de certa maneira, prova a superioridade científica da mão invisível , a das iniciativas individuais sobre a autoridade centralizada".

(Op. cit., pg. 50 a 52)


Por que o Japão cresceu? Porque tornou-se liberal.

"Wataru Hiraizumi, no seu partido, é o encarregado das relações com países estrangeiros e mais particularmente com os outros países liberais. Para Hiraizumi, o liberalismo não é apenas o partido da realidade , mas o da normalidade ".

(Op. cit., pg. 36)


Os sindicatos recuam. As igrejinhas crescem. A economia também...

"Os partidos de massa e os grandes sindicatos retrocedem, não conseguem mais mobilizar as massas através de compromissos e slogans elementares. As próprias igrejas explodem numa infinidade de correntes que fazem a fortuna de seitas e movimentos evangelistas. As grandes empresas, organizadas segundo um modelo hierárquico, desmoronam e desaparecem, enquanto as novas atividades econômicas se organizam na base de pequenas unidades dispersas e concorrentes. Apenas os Estados continuam fiéis ao modelo burocrático, mas por isso mesmo funcionam mal".

(Op. cit., pg. 18)


Lei de Podhoretz

"Apesar das ameaças evidentes que a ascensão dos mitos nacionalistas e de novas utopias sociais faz pesar sobre o liberalismo, a família liberal permanece na sua maioria confiante na real politik . Seu slogan poderia ser: sobretudo, nada de projeto , perfeita ilustração da lei de Podhoretz - do escritor americano conservador que a formulou - segundo a qual é preciso votar nos inimigos, a fim de que estes apliquem a política de seus próprios adversários. É o que fazem os suecos - e que os dinamarqueses tentam evitar".

(Op. cit., pg. 38)


Para vencer a esquerda, é preciso, antes, se livrar da direita

"Se há um modelo reaganiano, ele está nesta coerência sem complexo que supõe - como escrevia Caton - que para vencer a esquerda, é preciso, antes, se livrar da direita . Reagan, Thatcher, Schlüter só superaram definitivamente a deriva social-democrata através de uma revolução prévia no seu próprio campo , livrando-se dos wets , as galinhas chocas do liberalismo, para usarmos o vocabulário britânico.
De qualquer maneira, onde a direita não consegue essa renovação interna, a esquerda disso se encarrega e recupera o liberalismo para seu proveito: é o modelo italiano".

(Op. cit., pg. 40)


O socialismo é uma impostura política

"Os conceitos de social-democracia ou de economia mista dependem, evidentemente, por sua natureza, da ordem decretada; não podendo ser justos pela metade, são, por isso, totalmente falsos. O socialismo não pode tornar-se liberal, sem deixar de ser socialista; não se pode entrever uma síntese entre duas explicações da sociedade radicalmente contraditórias. Vê-se aí quanto a contribuição de Hayek é essencial e permite traçar uma fronteira rigorosa entre a coerência ideológica e a impostura política".

(Op. cit., pg. 53)


Socialismo: o pecado do orgulho

"Ao mesmo tempo, compreende-se muito melhor a sedução do socialismo: é um pecado de orgulho contra a natureza das coisas. Esta tentação socialista de construir um mundo racional está em contradição com toda a experiência histórica; é uma demência moderna que pretende englobar todo projeto humano para organizar, planificar, comandar e até mesmo experimentar suas idéias nos homens. O que Hayek questiona nos socialistas não são, pois, suas intenções, mas seu erro original. Segundo ele, esse erro não é comumente divulgado entre o povo. A sabedoria das nações admite facilmente que possam existir leis que não sejam o resultado de nossa razão. Em compensação, os intelectuais o admitem menos bem; eles são naturalmente racionalistas. Para Hayek, o liberalismo é, por natureza, um sentimento popular e o socialismo, uma invenção dos intelectuais".

(Op. cit., pg. 53-54)


As bases morais do capitalismo

"O capitalismo está, efetivamente, fundado sobre princípios morais sem os quais não pode funcionar. Está claro que, sem respeito à palavra dada, sem honestidade nas relações comerciais, qualquer empresa acaba por se desagregar".

(Op. cit., pg. 56)


Guetos de pobreza hereditária

"No fundo, até uma data recente, todos os franceses estavam dispostos a aderir ao velho adágio de Lammennais que pretendia que, entre o rico e o pobre, é a lei que libera e a liberdade que oprime. Hoje podemos sem medo reverter a fórmula de Lammennais em outro sentido, porque atingimos um limiar para além do qual é agora a lei que oprime cada um. É esta, em particular, a conseqüência de muitos regimes de proteção social e econômica cujo aperfeiçoamento, bem-intencionado no início, chegou ao extremo de criar comportamentos de dependências e, até mesmo, guetos de pobreza hereditária".

(Op. cit., pg. 56)

Obs.: Qualquer semelhança com o Bolsa-Família de Lula, não é mera coincidência. Com esse projeto petista, a miséria se eternizará (F.M.).


Os três princípios do novo liberalismo

"A noção de solidariedade deveria progressivamente substituir a de justiça social. A reivindicação de justiça, nos termos em que é colocada pelo social-estatismo, conduz efetivamente à condenação da sociedade em bloco, sob o pretexto de que não somos todos iguais. O socialismo tornou-se, assim, uma ideologia da redistribuição que se apropriou da idéia de justiça social. É uma impostura, pois a redistribuição só foi possível graças ao crescimento liberal. Considerando o crescimento como uma aquisição, o socialismo encontrou-se, portanto, com a penúria para redistribuir. É verdade que, por sua vez, o liberalismo clássico se tornou uma teoria do crescimento pelo crescimento, persuadido de que tudo se arranjaria sempre, graças às virtudes mágica do mercado. Ora, não há mais mercado. Não construímos sobre uma tábula rasa, mas numa sociedade atravancada de instituições; boas ou más que sejam, elas existem, porém. O novo liberalismo parte daí com a ambição inteiramente prática de reconciliar crescimento e solidariedade.
(...) Superioridade da ordem espontânea, desconfiança em relação à lei, dever de solidariedade: tais me parecem ser os três princípios fundadores de um novo liberalismo a ser posto em prática".

(Op. cit., pg. 57)





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