Todos os dias surgem assuntos interessantes em nossas cabeças que poderiam virar contos ou crônicas. Infelizmente, quem não está acostumado a escrever tem enorme dificuldade para colocar esses casos no papel e, assim, transformá-los em alguma coisa gostosa de ser lida.
Já me preparei de variadas formas para poder redigir: fiz curso de reciclagem de português, e tenho lido muito dizem, grandes escritores, que uma das condições fundamentais para o escritor deslanchar é a leitura constante. Há um ano, estou fazendo um curso que, a partir da leitura individual, discute coletivamente as obras literárias.
O que está faltando então? me pergunto. Aventuras vividas e escutadas é que não. Falta de reflexão, também não. É, tenho que criar coragem. Seria este o termo? Penso e repenso, sinto que não. É uma certa dificuldade, que por sinal estou sentindo agora, neste exato momento que interromperam-me, para falar algo que me interessa, mas que não necessitava ser dito agora. Aliás, não o teriam feito, se as pessoas não fossem tão ansiosas, ou se eu estivesse trancado, como o faço pela manhã, quando me ponho a meditar praticar zazen.
Tenho muita curiosidade para saber quais foram, ou são, as condições de trabalho do escritor que produz grandes obras. Será que é uma grande capacidade de concentração, entendida esta como um ausentar-se de tudo o mais que o cerca, enquanto pratica o seu ofício, a sua arte? Ou será que ele se tranca sozinho, em algum cômodo, algumas horas do dia? Ou será que é um sujeito com inspiração muito especial e que, portanto, não depende muito do ambiente de trabalho? neste caso teria um dom especial para a escrita.
É bem possível que seja de tudo um pouco, somado ao esforço que faz como qualquer trabalhador intelectual. E eu aqui achando que, como em um conto de fada, uma varinha de condão surgirá em minhas mãos e delas nascerão belas histórias.
Como diz o ditado “o hábito faz o monge”, é, também, provável que o escrever faça o escritor.
Comentários ao texto serão bem-vindos.
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