Sem máscaras ou disfarces mudo minha rota
Sigo sentido leste nas noites
E oeste nos dias
A minha bússola está desorientada
De tantas idas e vindas
De tanto vai-e-vem
Fugindo da calmaria do dia
Alegrando-se nas tormentas noturnas
Em ondeares frenéticos e ritmados
Seguindo a canção da lua
O pedaço de terra jazido no chão
[o teu corpo]
que molho com a espuma que faço
[sem usar sabão]
Tu que pensas que podes antever
Mar este que convidas a viver
E nos desejos úmidos em algas marinhas
Tua estrela brilha em fundo escuro
E quando imprimo o ritmo de timoneiro
De mar viro marinheiro
Deito-te na proa
Que pensas que é sonho
Voa em mar aberto
Quando adianto e te penetro
Deixo minha âncora invadir e estacionar
O teu mar interno irá se abalar
No gélido porto distante de tão fria tela
Então ouço um grito ecoado em alto e bom som:
Falta homem no teu mar
Ou falta areia para te deitar
E na falta de uma ilha vou-me
Pois minha âncora sozinha acabara de se levantar...
E partiu na espera nua...