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cronicas-->Pintiner -- 16/04/2000 - 15:45 (Márcio Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
PINTINER

Pintiner e eu, costumávamos a brincar pela praia nos dias de sol. Lembro-me de que era muito bom. Havia muita gente de chapéus, de toalhas, com bolas nas mãos e nos pés e, crianças, muitas crianças...por todos os lados.
Pintiner tinha medo das ondas. Ele não sabia furá-las.
Sempre, pela areia, ele corria. Ria desenvolto das marés subindo a seus pés até as canelas, finas pernas, de menino.
Tinha doze anos, mas parecia mais e menos, dependendo da hora: era criança e homem e vice-versa. De pele branquinha, calção constante no rego, fazia pose com a prancha, só pose, entrar mesmo no mar, nunca! Dizia: "o mar é pra peixe". E, assim, sempre justificava o porquê que não entrava...ele não era peixe...não era cachorro, não era cavalo, não era quiabo, não era melancia...não era nada...Era, menino do sol, menino de sol, da luz, da areia. Pintiner vinha sempre do meu lado, as vezes, dava-me suas mãos sujas pra eu pegar. Olhava para os lados e para mim, como se fosse meu, como se fosse eu...olhando para um jardim...
Um dia, Pintiner veio brincar mais cedo na areia. Estranhei, não havia sol...havia só uma vontade imensa em seu olhar: vontade de tudo, de viver tudo, de sorrir tudo, de chorar tudo e pertencer a tudo, não a felicidade, ele era a felicidade...
Brincou o dia todo, fez festa e rodopiou na areia. Chamou-me ainda de besta...eu me lembro; depois foi para o mar e, lá, entrou e ficou até nunca mais...
Quando passo pela praia, vejo Pintiner surfando nas ondas e uma razão vem banhar meus olhos: o mar não é pra peixe...é de Pintiner!
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