"O capitalismo, nas nações formadas pela afirmação vital do puritanismo calvinista, emergia como fundamentalmente oposto ao ideal de pobreza evangélica de humildade e controle eclesiástico que persistia no mundo católico. A índole autoritária e comunitária do catolicismo não fora radicalmente rompida após o aggiornamento do Vaticano II, de modo que as portas se abriam à invasão da Igreja pelos agitados clérigos frustrados em seu voto de castidade e comprometidos com as ideologias coletivistas, revolucionárias, igualitárias e social-estatizantes".
José Osvaldo de Meira Penna, o "Barão de Castália", in "Opção preferencial pela riqueza", Instituto Liberal, Rio de Janeiro, 1991, pg. 10
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Comentário
F. Maier
O resultado está aí, duplamente pernicioso para países católicos, como o Brasil:
Primeiro:
Por termos um sistema econômico mercantilista dos tempos de Pombal, por estarmos ainda vivendo na pré-capitalismo, por sermos anticapitalistas, em que o patrimonialismo descarado dos nossos políticos mistura o público com o privado, gerando burocracia e corrupção, em que o empresário e o governo se locupletam para obter benefícios próprios, não para a Nação Brasileira, devido a essa péssima escolha, continuamos muito mais atrasados do que os países de origem protestante.
Segundo:
Com a opção preferencial pela miséria (ou seja, pelo socialismo), padres penduraram as batinas e vestiram a boina de Che Guevara, gritaram slogans comunistas à população, e o resultado aí está: os católicos abandonaram sua religião, indo para as vertentes pentecostais, onde passaram a ouvir a palavra de Deus, não a do Diabo. Os evangélicos estão crescendo em número muito superior ao dos católicos, cuja população está estacionada, senão encolhendo. Tipos "holísticos" como Frei Betto e o ex-padre Leonardo Boff ainda não se deram conta do dano que causaram à Igreja Católica. Será que algum dia irão fazer o mea culpa?
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