Caminhava o amor pelos campos
Procurando pelos corações inda dormentes
Dos homens q acreditam na mudança dos tempos
Mas que mantém a paixão e saudade dormentes.
De repente o amor encontrou a Rosa
Que de imediato reconheceu o amigo:
-Amor! Venha para cá, pois um pouco de prosa
Há muito não posso ter contigo!
-Amiga Rosa! É um encanto! - o Amor respondeu -
Tenho em ti antiga companheira, tu sabes...
Ultimamente, porém, não entendo o que aconteceu...
Os homens me esqueceram, e querem que me acabe...
-Ah, amigo, conheço tua dor bem de perto
Pois o mesmo comigo tem acontecido.
Por terem esquecido de ti, Amor incerto,
Há muito não tem uma dama me acolhido.
-Somos tão diferentes, Rosa, e no entanto
Temos destinos tristes, tão parecidos.
Os homens preferem guerras, dores e prantos
Do que manter seus corações enternecidos.
-Te enganas, amigo... Somos diferentes nas formas
Mas é idêntica nossa natureza...
Tanto tu, como eu, somos belos se nos notam,
Mas sem cuidado, ferimos, quem depressa busca nossa beleza... |