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Contos-->A criação do amor - noite do 1º dia -- 15/03/2002 - 15:26 (Clóvis Luz da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
À noite, em merecido repouso mental e espiritual, afastado dos pensamentos conflitantes que na presença de Potira me queriam erguer do chão, voando em sua direção para cobri-la de carinhos, cogitei não ser prudente concluir que aquele gesto dela, chamando-me pra perto, pudesse significar algum interesse por mim que não tivesse relação com sua dificuldade em aprender inglês e a minha intimidade com o assunto. Será que ela foi simpática comigo apenas para usufruir de minha inteligência? Não poderia ser esse o único motivo de sua delicada atenção...

É certo que uma mulher, quando tem muitas qualidades, cedo descobre como bem usá-las em proveito próprio. Não é à toa que mulheres lindas não raramente fazem de sua beleza a arma mais poderosa do seu arsenal, com a qual, de forma sutil, conseguem atrair qualquer homem, e dele, qualquer coisa.

Potira era linda. Mas, quem foi que disse que a beleza apenas ressalta a inteligência? Ah! Foi Dostoieviski naquelas noites brancas. Minha nova deusa, além de bela, também era muito inteligente; deveria eu então concluir que ela estava usando sua beleza para me conquistar sem nenhum interesse adicional? Pois se ela era formosa, surpreendentemente cativante, e ainda assim não se preocupou em esconder seus atributos intelectuais, versando habilmente sobre vários temas, como poderia imaginar que seu único interesse em mim era que eu lhe ensinasse o que ela não sabia, sendo dispensado depois como um mero bagaço de laranja?

Ah! Esses fantasmas me perseguiam! Teria que descobrir qual o verdadeiro motivo dela ter se mostrado tão solícita naquela momento. E meu travesseiro não estava sendo um bom conselheiro. A quem recorrer? Sou um homem sem amigos, estou prestes a cometer uma loucura e ninguém pode dizer se minhas intenções são razoáveis ou precipitadas.

Decidi: no dia seguinte iria criar situações que me permitissem descobrir se Potira tinha interesses legítimos em mim ou se apenas queria me usar feito um idiota que se deixa hipnotizar pela beleza duma mulher, entregando-se a ela como se deixa envolver pelos braços quentes e carinhosos da mãe um filho.

E foi-se então a noite do primeiro dia.

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