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Cronicas-->Vestibulando -- 05/01/2002 - 11:13 (Thiago Valério Rufino de Lima) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos



O garoto ia prestar vestibular. Já tinha o colegial completo e estava dedicando agora todos os seus esforços nos estudos para esse exame tão temido por muitos. É difícil pro fera encarar o vestiba com tranquilidade, principalmente quando está se aproximando a data tão esperada - o dia da prova - que já começa a afetar os nervos dos candidatos que acabam transformando o vestibular num verdadeiro "Bicho-de-sete-cabeças", que na verdade não é. Mas, voltemos ao garoto, que apesar de já estar na iminência dos testes se mostrava bem tranquilo, comportamento típico de um fera bem preparado. Estudava sempre que podia, cortava as diversões excessivas, decorava fórmulas em cima de fórmulas e andava sempre com um livro debaixo do braço. Quem o conhecesse diria que já estava com um pé na faculdade, apesar de optar por curso concorrido.
Enfim, chegou à véspera do exame. Como sujeito bem organizado que era, tratou logo de arrumar as coisas de que ia precisar: lápis, borracha, caneta, régua... tudo que podia. Arrumou a roupa que ia usar no outro dia, parecia até que ia em missão de paz no oriente médio, separou os tênis lustrados umas dezenas de vezes, tomou um suco de Maracujá e foi dormir. Acordou olhando para o teto; achou estranho o despertador não ter tocado e foi logo ver as horas, dali a pouco tempo estaria fazendo a prova. Olhou o relógio, estava atrasado! Parece que o suco de Maracujá fizera realmente efeito. Tomou café às pressas, tomou um banho rápido e foi vestir-se. Já estava praticamente pronto, só faltava calçar os tênis, que estavam no canto da sala. Pegou-os com a leveza de uma pluma e logo sentiu um cheiro desagradável...
-Nããããããããããããããããããããããão!!!
O grito desesperado acordou sua mãe que desce as escadas mais do que assustada e dá de cara com o filho com as mãos no rosto.
- Mas, o que foi meu filho?
- Animal miserável! Veja em que estado os meus tênis ficaram. Se eu pego esse bichano dos infernos...
- Deixe - me ver! - diz a mãe já estendendo os braços.
O gato (animal que por sinal ele detestava) resolveu fazer dos tênis seu banheiro particular. Os sapatos estavam mesmo lastimáveis. Mas não era nada impossível de se resolver, sua mãe tratou logo de lhe dar um par de chinelas havaianas brancas. Era o único, logo ele que detestava branco, agora ia sair por aí desfilando havaianas albinas. Não pensou muito, calçou-as e saiu. Preocupado com a prova, saiu desembestado e quase fora atropelado por um ónibus que lhe deu um verdadeiro banho de lama. Estava atrasado, enlameado e desesperado. Logo concluiu: Estava ferrado! Subiu num ónibus e o percurso parecia durar uma eternidade, com muita sorte chegaria a tempo, já suava frio. Conseguiu chegar quase em cima da hora e brigou pra entrar porque o porteiro o confundiu com um mendigo. Chegou na sala bufando que nem motor de fusca velho e logo todas as atenções se voltavam para ele, se sentiu um derrotado no meio de nobres imperadores. Faltavam cinco minutos para a entrega das provas, os cinco minutos mais tensos de sua vida.
Recebeu a prova, leu com calma as advertências e viu no final: Boa sorte! Sorte? Será que ele tinha acordado com sorte? Isso o deixou mais nervoso do que tudo, até aquele presente momento não se tocara que ia decidir os rumos de sua vida! Que naquela prova estavam suas esperanças, seus sonhos e até seu futuro! Nervoso como estava, pós-se a fazer a prova. Olhava as questões e não conseguia respondê-las, as letras se emaranhavam na sua frente, as fórmulas não lhe vinham à mente. Só se lembrava que V= V0 + at e que NaCl é um sal. Tentou puxar pela memória, viu uma manada de elefantes percorrendo uma savana, um hipopótamo dançando balé, Osama Bin Laden fazendo careta... Tudo! Tudo menos o assunto.
Passou uma hora nesse lenga-lenga, só respondia questões triviais e já estava sem esperanças. Pensou até em se matar mas a ponta da caneta não era tão afiada, filar também não ia adiantar nada porque ele nunca tinha feito isso, mal sabia esticar o pescoço para ver outra prova. Começou a passar mal, ficou com falta de ar e chamou um fiscal da sala. Explicou toda a situação e disse que não podia fazer a prova, mas o fiscal não podia adiar a prova, aquela era sua única chance. Resolveu continuar seu desespero. Olhou pros lados, e travou, viu uma colega de infància, dos tempos do colégio. Que tempos aqueles... Lembrou das brincadeiras, dos amigos, dos professores, das paqueras... Lembrou do assunto! As lembranças o tranquilizaram mais do que precisava, recomeçou a fazer a prova, estava conseguindo!
Tarde demais, só tinha dez minutos e ele não estava nem na metade da prova, não aguentou tanto desespero num dia só... viu sua vista rodar. Desmaiou!
- Acorda filho! Vai se atrasar! Acorda...
Olhou em volta estava sentado na cama, enquanto sua mãe lhe alertava. Olhou pro teto, se beliscou pra saber se estava sonhando, não estava. Viu as horas e saltou da cama. Começava o pesadelo outra vez....

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