Barquinho perdido vagando no mar,
tecendo as águas num eterno balançar.
Destino incerto de um mundo perfeito,
sofrendo na vida de um sonho desfeito.
Naufragado o Barquinho na cor do luar
e nos olhos da sereia que se pôs a chorar.
Verde é a cor de um tempo esquecido,
verde é a cor dos olhos do mar.
Amar por amar, o Barquinho afundou.
Os lábios do céu, por um momento, beijou.
Afundando e afundando em sua solidão,
o Barquinho, por fim, encontrou sua paixão.
Doce sonho que a vida calou,
quando o sabor pelo mar um dia acabou.
O Barquinho amou, afundou e morreu.
E no fundo do mar o seu casco deitou.
|