Escritor, Analista internacional, Autor do livro “Guerra en los Andes” (Editora Abya-Yala - Quito, 2005)
Doze eleições até o final de 2006 não deverão mudar a face política da América Latina nem as suas perspectivas de menor crescimento resultantes da desaceleração da economia mundial. A refrega começa por Honduras em novembro próximo, continua com Haiti, Bolívia e Chile ainda este ano e se completa com Costa Rica, Peru e Colômbia no 1º semestre do ano que vem, seguidas por México, Brasil, Equador, Nicarágua e pela Venezuela que em dezembro completa o ciclo. O atual equilíbrio ideológico só mudará se a crise motivada por casos e mais casos de corrupção no PT impeça a reeleição de Lula, retirando da esquerda regional o seu maior trunfo. Na verdade, a esquerda parece só ter chances concretas de vitória nos dois últimos pleitos, graças a uma possível recuperação da frente sandinista na Nicarágua (venceu os pleitos municipais de 2004) e à anunciada permanência no poder de Hugo Chávez diante do coma induzido em que se encontra a oposição venezuelana.
Em Honduras se mantém o equilíbrio entre as mesmas duas forças conservadoras (acusadas pela pobreza do país) que dominaram as seis eleições anteriores do atual período democrático. Pepe Lobo do Partido Nacional (situação) e Mel Zelaya do Partido Liberal estão empatados na preferência popular. No Haiti ninguém sabe se as eleições serão realizadas em 11 de novembro ou adiadas para “quando for possível”, conforme as palavras prudentes do 1º ministro Gerard Latortue. A mesma incerteza cerca o pleito boliviano, onde o presidente-substituto tem data para pular fora: 4 de janeiro. No momento há um impasse devido a uma decisão judicial que obriga a uma redistribuição de vagas no Senado entre os estados, o que prejudica La Paz e favorece Santa Cruz, velhos adversários. Evo Morales do MAS (Movimento Ao Socialismo) e dirigente cocaleiro, responsável pelos bloqueios que já derrubaram dois presidentes, pode virar a mesa se perder, o que relançaria o país no caos. As eleições bolivianas costumam ser muito equilibradas e o segundo turno se decide no Congresso, onde o