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Cronicas-->Folclore e Eu (*) -- 06/01/2002 - 10:15 (Thelma Regina Siqueira Linhares) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Parei para pensar e escrever sobre a presença do Folclore em minha vida.

Nesses 47 anos, com certeza, é marcante, rica e variada, a influência dos diferentes fatos e manifestações folclóricas em minha vivência.

Ainda, na vida intra-uterina, tabus, crendices e superstições nos ligaram - mamãe Ivanice e eu.

Já nascida, cantigas de ninar e histórias da carochinha marcaram minha memória, nas vozes de mamãe e madrinha Getrudes.

De papai Nami, brincadeiras de trava-língua e confecção de brinquedos populares - papagaio/arraia/pipa e móveis de caixinhas de fósforo.

Com minha irmã Edna, muitas brincadeiras de casinha, bonecas de pano (bruxinhas), que conviviam, harmoniosamente, com os brinquedos comprados e sofisticados.

Já na escola, em Fortaleza e, posteriormente,em Recife, as primeiras leituras de folclore: lendas indígenas (Boitatá, Cobra Norato), tipos humanos, danças e folguedos. No recreio, marcando a socialização com colegas e amigos, as brincadeiras de roda, as parlendas, as histórias sem-fim, as piadas, os jogos de espião/queimado, etc.

Com minhas tias, Beta, Nida e Dulce, oportunidades de leituras variadas do universo do Folclore.

Na universidade, o primeiro contato formal - um curso de especialização em pesquisa folclórica. Micromonografias. O início de amizade com um grande folclorista - Mário Souto Maior.

Na vida profissional, como professora de crianças, a possibilidade concreta de oportunizar vivências e resgate das diferentes manifestações folclóricas.

Num baile de carnaval, o encontro com Edvaldo, o marido. Não faltou, naquela noite, frevo, maracatu, samba e fantasia.

Anos depois, o nascimento de Sthella e de Rodrigo e o sentir na própria pele, as crendices e superstições ligadas à identificação do sexo do bebê - em desprezo das ultra-sonografias realizadas. Não usar chave no seio (para o bebê não nascer com lábio leporino). Cheirar casca de limão ou chupar gelo para passar enjóo. Usar, na primeira roupinha do recém-nascido, algum detalhe vermelho - para atrair sorte. Usar alguma peça do batizado, durante todo o dia, para trazer felicidade. Chumaço de algodão molhado na testa do bebê para passar soluço.

Para os filhotes e o sobrinho Raimundo Júnior, passei a ser o elemento de ligação entre o Folclore e o cotidiano da turminha da televisão, do vídeo-game e do computador, que caracterizam as gerações a partir dos anos 80. Muitas vezes, numa relação desigual, onde a tecnologia exerce influência mais poderosa e significativa - não necessariamente, qualitativa.

Mas, fica em mim, a tranquilidade de que o Folclore permanecerá junto ao ser humano, independente de transformações, mudanças, mutilações, sufocações ou adaptações que possam ocorrer em suas diferentes manifestações, pois na realidade, se trata - o Folclore - das maneiras de pensar, sentir e agir de um povo, como bem sintetizou o mestre Càmara Cascudo.


(*) Texto escrito, exclusivamente, para a revista on line JANGADA BRASIL, nas comemorações de seu 3º aniversário, em setembro/2001, nº 37.
http://jangadabrasil.com.br






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