A mulher que nunca deu
e guardou a virgindade
Ainda se orgulha disso
e já passou da idade
é tão difícil acreditar
Que a moça vai segurar
essa gostosa vontade.
A mulher tá com alguém
Num chamego perigoso
Relando o bicho naquilo
No maior tesão gostoso
A virgem não se segura
Sentindo uma coisa dura
Deixa entrar o pomposo.
Só na prática da yoga
E a vocação pra freira
A moça segura o tchan
para não fazer besteira
Se ela guarda com fome
O homem depois só come
Se for com uma britadeira.
Pra que perder tanto tempo
Privando dessa delícia
Se eu fosse promotor
eu chamava à polícia
Para dá voz de prisão
Por desacato ao tesão
E crime de lesa-malícia.
Se não desse resultado
Mandava para o hospício
Internava como louca
Fazia um estrupício
Publicava na imprensa
Pra ver o que o povo pensa
Organizava um comício.
Se a mulher morre virgem
Vai sofrer no inferno
Sem ter o que explicar
Terá um castigo eterno
não deu o que tinha que dá
seu perdão nunca terá
Por não sentir nada interno.
Se ela nunca transou
e só trancou o balaio
brincou na beiradinha
Não sentiu nada no taio
Vive nervosa e carente
É maluca ou doente
nunca passa do ensaio.
Ao chegar no inferno
Vai ser logo possuída
Pela legião do cão
Numa fogueira ardida
Vai perder seu cabaço
Sentindo pica de aço
Eternamente fudida.