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Artigos-->EXERCÍCIOS DE ADMIRAÇÃO(Ruy Rodrigues da Silva) -- 02/12/2005 - 00:21 (Mário Ribeiro Martins) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
EXERCÍCIOS DE ADMIRAÇÃO

(Ruy Rodrigues da Silva)



Mário Ribeiro Martins*







Na verdade, o título completo do livro é “EXERCÍCIOS DE ADMIRAÇÃO- Reflexões sobre pessoas, poder, cultura e cidades”. A Editora da UFG(Universidade Federal de Goiás) tirou apenas 500(quinhentos) exemplares deste livro do Professor Ruy Rodrigues da Silva, o que foi uma pena, por não condizer com a importância do livro e de seu autor. Falta de verba das “Federais”, em todo o Brasil.



Lançado no dia 24.10.2003, sob o patrocínio do Governador Marconi Perillo, no Palácio do Governo(Palácio das Esmeraldas), em Goiânia, Goiás, o livro, embora vendido por vinte reais, “não deu pra quem quis”. Faltaram exemplares e sobraram leitores. O livro não é encontrado hoje(2005), nem na Biblioteca da UNITINS(Universidade do Tocantins), de que ele foi Reitor, por muito tempo. O exemplar a que este articulista teve acesso, tem a seguinte dedicatória: “Belinha, aluna, amiga e exemplo de vida. Ruy”.



“EXERCÍCIOS DE ADMIRAÇÃO”, do Professor Ruy Rodrigues é de uma profundidade impressionante. Com suas 112 páginas apenas, o livro é o retrato fiel daquela capacidade peculiar ao professor.



Seu capitulo sobre MAURO BORGES E PEDRO LUDOVICO permite se ter uma visão panorâmica e justa dos fatos que culminaram com a deposição do Ex-Governador de Goiás, no dia 26.11.1964, pelo movimento revolucionário.



Sua descrição de ARY DEMÓSTENES é notável. Depois de dizer que ele poderia ter sido profeta ou cardeal, afirma: “Foi um dos homens mais inteligentes de Goiás”.



Sobre DOM ALANO, o bispo dominicano de Porto Nacional e depois de dizer que o território de sua Diocese era tão grande como a metade da França, revela: “Do padre Lebret foi ele quem me falou pela primeira vez. Foi a esse padre que me encaminhou em 1964, quando lhe pareceu impossível salvar-me da prisão. Não veio ao Brasil para converter os índios nem reencontrar, com o hábito branco, as populações, que, fardado, ele conhecera na África do Norte, como jovem oficial da cavalaria e membro do Estado-Maior do Marechal Lyautey. Roma fez dele um bispo, e ele se tornou o meu herói”.



De Helena Scob, a francesa que protegia os exilados, disse: “Era preciso atravessar um estreito corredor e um pátio interno sem fantasias até chegar a uma sala pequena onde as misérias do mundo marcavam encontro. Num escritório igualmente modesto Helena Scob os aguardava. Eis o que esperavam de Helena, todos aqueles que vinham vê-la: que os ajudasse a se reconciliar com o seu passado e com os seus sofrimentos, aceitar a decadência, o fim provisório ou definitivo dos seus sonhos”.



Num outro capitulo trata de “ELY BRASILIENSE, PORTO NACIONAL E EU”. Diz, a certa altura: “Não acha você que é coincidência demais que cada um de nós dois, tendo saído de Porto para caminhar pelo mundo, venhamos a nos encontrar aqui nesta noite? Quantos anos faz que você e eu nos mandamos do velho Porto? Para falarmos da Rua das Flores, onde morava tia Nenzinha, sua mãe, que me oferecia biscoitos e bolos não vendidos em loja”.



Já na página 88, refere-se a JACQUES MAURY. Tratava-se do Pastor Protestante, dirigente da Igreja Reformada e da Federação Protestante de França. Sobre ele escreveu: “Desde o início de nossa já antiga amizade, ele(Jacques) encarnou, para mim, a historia, os valores e o essencial da mensagem desta comunidade que me fez descobrir, QUANDO A FREQUENTEI, uma inimaginável diversidade, sob as aparências de uma perfeita harmonia e linearidade de atitudes e comportamento”.



Segundo alguns autores, quando o Professor Ruy Rodrigues da Silva estivera vinculado à ONG PROTESTANTE “CIMADE”, em Paris, na Rua Grenelle, no Quarteirão dos Inválidos, chegou a viajar para Mali, Guiné-Bissau, Costa do Marfim, Moçambique, etc, como Missionário Evangélico Protestante, o que, no entanto, nunca foi confirmado por ele, mas dá para se supor quando se lê o seu livro, especialmente quando fala do protestante Jacques Maury, chegando a dizer: “Jacques é pastor à dimensão humana, apenas um pouco acima da nossa, o que lhe permite ver melhor aquilo que temos dificuldade de descobrir na planície...Ele é e será o primeiro amigo e meu PASTOR PESSOAL, como eu o denomino, com quem me reencontro em Paris”. Afinal de contas, foram 25 anos de exílio e nestes 25 anos, muita coisa pode ter acontecido.



O capitulo seguinte trata de O EXÍLIO E A ANISTIA. Daí ter escrito: “Todo exílio implica ruptura de projetos, de modos de vida, de relações familiares e sociais, de costumes, valores, cultura, língua e linguagem. É fuga realizada em companhia apenas de lembranças do medo. Cerca de vinte anos flutuei nos ares do mundo e tentei inventar um novo futuro para mim. A anistia não traz esquecimento. É memória restaurada de lutas passadas, de injustiças e perseguições”.



Em LITERATURA, ARTES E CULTURA fala do 1º Seminário de Escritores do Estado do Tocantins, bem como do 1º Festival de Música do Tocantins.



Há outros capítulos interessantes, entre os quais, “O QUE É PRECISO SABER HOJE PARA NÃO MORRER IDIOTA AMANHÓ, “MODERNIDADE-SONHO E REALIDADE”, “PALMAS PARA PALMAS” e o último capitulo “ESTADO TOCANTINS- ESTÓRIAS E HISTÓRIAS”.



O livro, com 112 páginas, tem notas de orelha de José Mendonça Teles e prefácio de Washington Novaes. Mas, seria impossível escrever sobre o livro do Professor Ruy, sem dizer quem é ele. A biografia que segue foi retirada do livro RETRATO DA ACADEMIA TOCANTINENSE DE LETRAS(Kelps, 2005), de Mário Ribeiro Martins, página 309.



Ruy Rodrigues não é membro titular da Academia, mas é membro correspondente, eleito em 02.03.1991, data de instalação da academia em Porto Nacional, no Colégio Sagrado Coração de Jesus, ao lado de Carmo Bernardes, Bariani Ortêncio, José Mendonça Teles, Geraldo Coelho Vaz, Francisco de Brito, Nelly Alves de Almeida, Almerinda Arantes, Rosarita Fleury, Áurea Cordeiro, Regina Lacerda, Nice Monteiro, Adão Bezerra Bonfim, João Lima, Jair Martins Júnior, Amália Hermano, Helena Morais, Runy Silva, Célia Coutinho e José Asmar.



RUY RODRIGUES DA SILVA, de Porto Nacional, Goiás, hoje Tocantins, 28.10.1927, escreveu, entre outros, “MIGRATIONS ET DÉVELOPPEMENT”, “EGLISES ET RÉVOLUTION SOCIALE EN AMÉRIQUE LATINE”, “LE DÉVELOPPEMENT-PROCESSUS ET MÉTHODES”, sem dados biográficos completos nos livros e sem qualquer outra informação ao alcance da pesquisa, via textos publicados.



Após os estudos primários em sua terra natal, no Colégio dos Dominicanos, partiu para outras plagas. Formado em Filosofia, na cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais. Bacharel em Teologia, no Rio de Janeiro, fez-se Padre, retornando logo depois ao seu torrão natal -A VETUSTA E CULTA PORTO NACIONAL.



Como sacerdote que era, também conhecido como PADRE RUY, foi professor em Porto Nacional e também em Pedro Afonso, Goiás, hoje Tocantins, onde morou em 1956, como Diretor do Ginásio Cristo Rei, fundando alí o ESCOTERISMO. Dentro do Grupo Escolar Pádua Fleury, fundou em 1957, o primeiro JARDIM DE INFÂNCIA da região, a que os próprios professores deram o nome de “JARDIM DE INFÂNCIA PADRE RUY”.



Já dispensado dos hábitos religiosos, mudou-se para Goiânia. Em Goiás, foi professor da Universidade Federal de Goiás. Através da instrumentalidade da CADES, fez o curso de Lingua e Literatura Portuguesa, bem como Lingua Clássica e Administração Escolar.



No Governo de Mauro Borges, além de ter sido Secretário da Educação, teria sido, conforme a versão histórica, o pivô da deposição do Ex-Governador goiano, em virtude de sua insistência em mantê-lo secretariando a educação, o que feria os interesses da Revolução de 1964 que considerava o Padre Ruy, como era conhecido, um subversivo.



Já no exílio, durante 25 anos morou em Paris, França, onde também se formou em Sociologia. Com a lei da anistia, retornou ao Brasil, indo para a sua terra natal, Porto Nacional. No Tocantins, foi Secretário da Educação, no Governo de Moisés Avelino, bem como Secretário Extraordinário da Ciência e Tecnologia, do Governo Siqueira Campos, que o conduziu, a partir de 1999, à condição de Reitor da Universidade do Tocantins (UNITINS).



Lamentavelmente, sua biografia aparece sempre incompleta. É que o autor, em seus textos publicados, nunca faz referência ao nome dos pais, dos irmãos e dos filhos.



É estudado no DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO DE GOIÁS, de Mário Ribeiro Martins. Encontra-se na ESTANTE DO ESCRITOR TOCANTINENSE, da Biblioteca Pública do Espaço Cultural de Palmas. Biografado no DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO DO TOCANTINS, de Mário Ribeiro Martins, MASTER, Rio de Janeiro, 2001.



Apesar de sua importância, não é estudado na ENCICLOPÉDIA DE LITERATURA BRASILEIRA, de Afrânio Coutinho e J. Galante, edição do MEC, 1990, com revisão de Graça Coutinho e Rita Moutinho, em 2001 ou DICIONÁRIO HISTÓRICO-BIOGRÁFICO BRASILEIRO(2001), da Fundação Getúlio Vargas e nem é convenientemente referido, em nenhuma das enciclopédias nacionais, Delta, Barsa, Larousse, Mirador, Abril, Koogan/Houaiss, Larousse Cultural, etc.



Mas é mencionado em todos os livros que tratam do Tocantins e sua história, tais como, entre outros, “DOM ALANO-O MISSIONÁRIO DO TOCANTINS”, de Pedro Pereira Piagem e Cícero José de Souza, “UMA UNIVERSIDADE PARA O TOCANTINS”, de Maria do Rosário Cassimiro, “HISTÓRIA DIDÁTICA DO TOCANTINS”, de Liberato Povoa, “PADRE LUSO-TESTEMUNHO DE UMA VIDA CRISTÓ, de Márcia Costa, “BREVE HISTÓRIA DO TOCANTINS”, de Otávio Barros, “VOZES DA CONSOLIDAÇÃO”, de Luiz de Carvalho, “TOCANTINS-EU TAMBÉM CRIEI”, de José Carlos Leitão, SOCIEDADE TOCANTINENSE, de Rosânia França Sarmento, HISTÓRIA DE PORTO NACIONAL, de Durval Godinho, GEOGRAFIA DO TOCANTINS, de Maria de Lourdes Antonio Cavalcante, CONHECENDO O TOCANTINS-HISTÓRIA E GEOGRAFIA, de Júnio Batista do Nascimento, O DISCURSO AUTONOMISTA DO TOCANTINS, de Maria do Espírito Santo Rosa Cavalcante, FUNDAMENTOS HISTÓRICOS DO ESTADO DO TOCANTINS, de Temis Gomes Parente, HISTÓRIA DA IMPRENSA NO TOCANTINS, de Otávio Barros da Silva.



Não se deve confundir o Padre Rui Cavalcante Barbosa, com o Padre Ruy que é Rodrigues da Silva e que nasceu em Porto Nacional, tendo sido Secretário da Educação, no Governo Mauro Borges, em Goiás.



O Padre Rui Cavalcante, de Corrente, no Piauí(1934), é membro da Academia Tocantinense de Letras, enquanto o Padre Ruy Rodrigues, de Porto Nacional(1927), jamais foi convidado, ou, se foi convidado, não aceitou, o que é lamentável. Foi, no entanto, eleito MEMBRO CORRESPONDENTE, conforme a ATA do dia 02 de março de 1991, quando da instalação oficial da Academia.



De qualquer forma, tanto o Padre Rui Cavalcante Barbosa quanto o Padre Ruy Rodrigues da Silva, ambos são verbetes do DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO REGIONAL DO BRASIL, de Mário Ribeiro Martins, via INTERNET, dentro de ENSAIO, no site www.usinadeletras.com.br/exibelotextoautor.php?user=mariorm ou www.mariomartins.com.br







*Mário Ribeiro Martins

é Procurador de Justiça e Escritor.

(mariormartins@hotmail.com)

Fone: (063)99779311 (063) 3215 44 96

Caixa Postal, 90, Palmas, Tocantins, 77001-970.

www.mariomartins.com.br



















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