Todo ano, quando chega,
traz-me a esperança
Que, talvez, a coisa mude
Nesta Terra Santa...
Santa Terra de discórdia,
Fome todo dia,
Na fadiga deste povo
Vida é fantasia.
Nos botecos, nas esquinas,
Sempre rolam prosas
Deste povo brasileiro,
Plantador de rosas,
Que aos anos sobrevive
Colhendo os espinhos
Desta santa hipocrisia
Cega, surda e vil.
Deus, que lá no céu, eu creio,
Está à minha escuta,
Olha este povaréu
Que tanto aqui labuta,
Para encher a pança gorda
De uns filhos malditos
Que aproveitam da miséria
Do povo sofrido.
Viva a terra brasileira,
Santa, bela e justa.;
Viva sua liberdade e sua grandeza.;
Viva os filhos, coitados,
Que a pátria tem.;
Viva o sonho e a esperança,
Que outro ano já vem.
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