O Paulo Andreoli me pediu para construir um texto sobre os principais momentos de 2005. Parei um pouco. Deveria escrever sobre a humanidade, sobre o Brasil apenas, Rondônia ou sobre o meu ponto de vista?
Tento fazer uma fusão com o intuito de confundir os que não me conhecem e os que não assistem telejornais, não lêem ou simplesmente temem conhecer o mundo para ter algum tipo de compromisso.
Na passagem do ano o paraíso tropical foi abalado pelo Tsunami de dez metros, vitimando uns 250 mil viventes. Tragédia para uma coletividade asiática, marcante para todos por envolver turistas ricos da Europa e Estados Unidos. Se fossem apenas os pobres das ilhas garanto que as agências de notícias pouco se importariam.
Verdade. Na África todos os anos morrem dois ou três milhões de pessoas vítimas da fome ou das guerras e os europeus e norte-americanos fornecem armas para aumentar o número de mortos.
Depois salto para um momento qualquer. Maio. Desisti da vida de proletário experimentando o sistema podre de transporte coletivo de Porto Velho, mal administrado por tudo e por todos, comprando um automóvel depois de muitos anos para treinar como não matar ciclistas e motociclistas todos os dias.
No absurdo de ruas mal sinalizadas e uma multidão enorme, talvez uns 150 mil ciclistas sem qualquer orientação, tento manter a calma e evito acidentes desde então.
Também não agüentava mais sofrer nos ônibus embolados do Ulisses-BR/364 ou do Candeias. Pobre população que pena naquelas coisas.
Não posso deixar de agradecer as centenas de caronas obtidas ao longo dos oito anos em Porto Velho, mas confesso: não gosto de dirigir.
Um novo salto. Trabalhos, uns terremotos matando gente pela Ásia. Árabes morrendo. Os sectaristas que se dizem cristãos da Europa e Estados Unidos comemoram. Árabes muçulmanos morreram. A hipocrisia manda algumas cartas para lamentar. Na reconstrução dos países todos serão inseridos na economia mundial gerando empregos para milhares de norte-americanos também.
Esquecia dos filmes mágicos da Assembléia Legislativa, vítima dos legisladores de plantão. Todos inocentes, não me entendam mal. Não tenho grana para pagar processos. Viva o conjunto de leis que se transforma num grande guarda-chuva.
Vidros quebrados por estudantes, povo e policiais feridos em nome de ninguém. Democracia sem transparência. Calma, esqueçam este parágrafo.
Outro salto, depoimento na Polícia Federal para provar que não sou picareta. Obrigado a quem de direito pelo grande equívoco.
Um susto no final de ano. Pressão alta. Grêmio Campeão da Segunda Divisão. Coração forte. Um fora de outra namorada. Risos. A formatura da primeira turma de Comunicação Social de Rondônia e de Administração da Faro. Fantástico.
Esqueci do Zé Dirceu e dos mensalões. Só ele foi cassado? Estranho. O Brasil é esquisito. Faz justiça em pastilha e esquece a caixinha. Acho que era isso.
Um detalhe importante. O Rondoniaovivo.com vai comemorar um ano em breve. Dentro da lei. Com jornalistas formados na primeira turma. Risos e rojões virtuais. Comemoremos.
