ISTOÉ – O jogador cubano Rafael Capote quer asilo político do Brasil. Deve tê-lo?
Silva – Conheço Cuba, estive lá algumas vezes. É emocionante o esforço do Estado cubano para garantir a segurança alimentar, o acesso à educação, saúde e esporte, para que a juventude construa perspectivas. Esse jovem deve ter uma série de ilusões quanto às possibilidades de viver fora de Cuba. No caso dele, não se trata de asilo político porque ele não é um perseguido. Ao contrário, teve a oportunidade de se desenvolver. Espero que ele tome juízo e volte para os seus.
ISTOÉ – Depois de ter desertado, ele poderá voltar a Cuba sem risco de parar no paredão?
Silva – Essa história de paredão pertence a outro período da história cubana, duro, de enfrentamento na pós-revolução. Hoje a situação é um pouco diferente. Provavelmente há muito mais gente indo para o paredão nos Estados Unidos do que em Cuba.
Obs.: Para Orlando Silva (não confunda com o grande cantor brasileiro), as deserções são questões pessoais e não políticas. Nada tem a ver com o regime cubano. Para o ministro dos Esportes, membro do PCdoB, não há nenhum problema do fujão voltar a Cuba, mesmo que seja fuzilado. Cara-de-pau maior não há (F. Maier).