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Poesias-->SALA-DE-ESPERA -- 26/12/1999 - 20:52 (Luiz Hudson) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




" No meu peito há um páasaro

que não consegue abrir as asas.;

Há um estranho no meu peito

que parece estar sempre fora de casa.



No meu peito há um gesto perdido

num par de mãos atadas.

Quem há de partir os grilhões

de uma alma tão desesperada ?



No meu peito há um grito emudecido

pelo silêncio que o asfixia.;

Há um flagelo escondido

nas duras penas da agonia.



O brilho dos meus olhos amargurados

não alcança o fundo deste calabouço.;

Na sala-de-espera da tortura

que Deus não permita que eu morra

tão moço.



Há um fardo tão pesado

que não me deixa chegar à superfície.;

No meu peito há a ansiedade

do desespero mais aflito que existe.



No meu peito há tanto ar

que para eu nunca explodir

sou obrigado a cantar

para que ninguém me ignore.

Há uma dor tão sólida

que para aliviar-me

às vezes é preciso que eu chore."















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