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Contos-->Retrato Sem Reflexo (capitulo 3) -- 23/03/2002 - 21:13 (won taylor) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Capitulo 03

__ “Dona Diana! Isabel esteve comigo ontem!”, gritou do portão.
__ “A hora era aquela e ninguém pode fugir da hora”.
__ “Ela me pediu para conversar com a senhora! Insistiu que a senhora tem algo a me dizer! Do que se trata?”
__ “Você precisa aprender algo! E precisamos conversar sobre algumas coisas, que você desconhece, mas que não precisas temer. Você terá que ouvir com atenção”.
__ “O que seria esse ‘algo’?”
__ “Vou começar falando de você. Se tem algo que você nunca tira da mente, isso se torna um estado patológico caracterizado pela tendência de uma pessoa retornar sempre em seu pensamento em sua palavra a um só tema. É a idéia fixa, da qual falamos, ou o estado de consciência mórbida, que se caracteriza pela persistência de uma idéia, que nem o curso normal das idéias, nem a vontade conseguem dissipar. Às vezes nos prendemos a coisas matérias ou a sentimentos de vingança, desespero, paixões e desânimo. Nós agimos igualzinho a um robô, se nós damos uma ordem ao cérebro, ele passa a obedecer essa ordem o tempo todo, até que venhamos a muda-la. Quanto mais tempo permanecermos com essa ordem em nossa mente, mais as imagens do pensamos se cristalizarão em nosso halo mental. Assim imobilizamos a nossa alma em uma única razão para fazer as coisas. É que as horas correm invariáveis no relógio, mas têm graduações diferentes em nossa mente. Se alegres, voam; e dissemos ‘parece que o tempo voa’, se tristes, dissemos ‘o relógio está quebrado’. Os ponteiros assinalam o mesmo horário para todos, entretanto, o tempo é leve para os que venceram a si mesmos e pesado para os que se chafurdam no crime de fixar a idéia. Às vezes ouvimos as pessoas falarem que levam a vida como robô, pôr sugerirem um único caminho a seguir na vida delas e assim não conseguem progredir e ir em frente. Nesse sentido, somos herdeiros dos reflexos de nossas experiências anteriores, porém, com a capacidade de alterar-lhe a direção. Acionando a alavanca da vontade, o livre arbítrio, assim podemos escolher qual caminho seguir, ou se devemos ou não fazer determinada coisa e dessa forma poderemos traçar novos rumos para a libertação de nosso espírito”.
__ “Eu não estou entendendo, eu sempre me mantive em vigilância e oração, e sempre estive em sintonia comigo mesmo, tornando-me cada dia mais auto-consciente. Posso ver claramente as reações do cotidiano, sabendo o que é negativo e positivo.
__ “Mas, no que tens idéia fixa?”, falou olhando em direção ao espelho, pendurado no canto da sala.
__ “Em nunca morrer”, respondeu rápido.
__ “ O que é a morte para você?”
__ “Nem quero pensar, é algo assustador, apavorante e inaceitável”.
__ “Deixe-me tentar lhe dizer algo. A origem dos Espíritos ainda é-nos desconhecida. Sabemos que de Deus, que é a causa primária de todas as coisas, vertem-se dois princípios: o princípio inteligente e o princípio material. Individualizados, denominam-se respectivamente Espírito e Matéria. O Espírito, criado simples e ignorante, utiliza-se da matéria para sua evolução. A cada nova encarnação, novas experiências e novas oportunidades de aprendizado. Com esse conhecimento, a morte torna-se uma evolução aos nossos espíritos”.
__ “Pôr que estamos falando desse assunto?”
__ “Logo teremos que falar sobre isso!”
__ “Pôr que? Estás doente?”
__ “Não, mas, pelo fato de tudo que olhas aqui, será como um espelho. Temos dever e uma consciência moral que nos liga ao livre-arbítrio e este ao dever. O Dever, que é o exercício do livre-arbítrio, começa no ponto em que ameaçamos a liberdade do próximo e termina no limite em que não gostaríamos de ver ultrapassado com relação a nós mesmos. O cumprimento do dever depende das circunstâncias, ou seja, implica em contrariar e ser contrariado. Por isso, ao estarmos livres para escolher esta ou aquela ação, tornamo-nos responsáveis pelo que praticamos. O sentimento de dever pode ser obscurecido pelo sentimento da paixão. A paixão é útil quando é governada e prejudicial quando governa. Muitas vezes, o dever se acha em antagonismo com as seduções do interesse próprio. Nessas circunstâncias, a vontade deve ser acionada, a fim de estabelecermos limites das referidas seduções. Posteriormente, habituando-nos a atuar segundo o interesse geral, diminuiremos os impulsos da paixão e solidificaremos os ímpetos do verdadeiro dever. O cumprimento do dever está entremeado de contradições. A confiança em Deus e em nós próprios muito nos auxiliarão na suplantação de todas as nossas dificuldades. À medida que vamos atuando, percebemos que aquilo que no passado era temível e considerado impossível hoje fazemos com muita facilidade. É que a dificuldade criou o seu antídoto, liberando forças para enfrentarmos dificuldades maiores. Hajamos sempre de acordo com o interesse geral. Esta ação, várias vezes repetida, amplia-nos a visão de mundo, colocando-nos no devido lugar para o cumprimento de nossos deveres.


__ “Eu sempre acreditei em Deus e em seu filho Jesus!”
__ “ Nós estamos sempre sendo submetidos a prova e nos sentimos marginalizados pôr estar sendo testados. Fazemos pergunta sem resposta definida. E isso nos aprisiona como se fizéssemos parte desse mundo e nos afasta dos princípios e das doutrinas, através de mensagens”, tentou mostrar um sorriso verdadeiro, “temos que aprender qual é a nossa missão no mundo, e entender o que somos”.
__ “Você me parece ser uma boa senhora, mas eu gostaria de saber o motivo, para estar me falando sobre religião. Tenho sido ruim? Fiz algo ruim?”.
__ “Não! Você é bom e não fez nada errado! Quero apenas saber se você tem consciência, que erramos nesse mundo e que temos a chance de viver uma outra vida”.
__ “Tenho fé, bastante fé, que não cabe em meu coração! Mas, chegar a acreditar que há outra vida, não tenho certeza disso”, levantou e olhou para a estante e pôr alguns segundos fitou os livros espíritas, espalhados pôr toda a estante, “fico feliz que esteja querendo me doutrinar. No meu coração, existe uma vontade de ouvi-la, algo que me diz, que preciso aprender essas coisas que desconheço. E nem sei o pôr quê, parece que estou perdido e o que você diz me faz sentir situado novamente. Estou me sentindo fraco, preciso ir para casa, de repente, me deu vontade de estar com meu pai e minha mãe. Sinto que eles estão aflitos, vou até lá acalma-los”, emocionou-se.
__ “ Basta deixar que o seu amor pôr eles, exale de seu espírito. Deixe, o seu amor fluir de você e isso lhes trará um pouco de paz. Use os seus pensamentos, pense no amor que tens pôr eles, e deixe que esse sentimento, chegue no coração deles. E pôr esses dias, não vou estar aqui e aproveite para estar com Isabel”.


Maurício saiu dali, pensando e tentando deixar que aquelas palavras, tão serenas entrem no seu coração e fazer uma ligação, no surgimento de Isabel. E sentindo-se aliviado, com menos peso me seu coração, parecia mais feliz e menos desesperado. Pelo fato, de já ter-se encontrado com Isabel.

__ “Maurício!, disse Tato com uma voz mais alegre, “Vim lhe agradecer!”
__ “Agradecer!”
__ “Depois que Elisa o ouviu, ela e eu, bem, nós estamos namorando!
__ “Que maravilha! Vocês merecem essa felicidade!”
__ “Cara, eu nem acreditei! Ainda não contamos aos nossos pais, mas logo todos saberão. Primeiro a faculdade e agora Elisa, as duas coisas que eu sempre quis. Engraçado, que, Isabel sempre tentou nos aproximar, mas sempre acontecia algo que nos levava a se afastar. E com você, foi rápido assim”.
__ “Vocês apenas estavam confusos e não conseguiam enxergar, o que se passava dentro de seus corações, só isso!”.
__ “Tenho que ir agora, vou apanhar a Elisa na casa dela e vamos a loja, que ela vai levar os documentos dela. Acho que ela vai conseguir uma vaga, na Pru pé calçados”.
__ “Mande um abraço e deseja-lhe toda a sorte do mundo”.




De repente, um pouco do que foi conversado com Dona Diana, surgia como prova das palavras dela, e se Tato e Elisa não conseguiam enxergar o que sentiam, então foi com a verdade mostrada, que eles puderam realmente ver e encontrar esse amor. Seria essa a verdade libertária, a verdade que Maurício precisava em sua vida.


__ “Como está o meu caçador?”, a voz suave de Isabel preenchia todos os espaços daquele enorme quarto.
__ “Isabel, que bom que estás aqui!”
__ “Vim apanha-lo para sair, vamos?”, convidou.
__ “Sim, mas antes quero lhe explicar um pouco melhor os motivos de ter-lhe procurado”, fez uma pequena pausa e prosseguiu, “antes de você aparecer na minha vida, tudo era distante e impossível, amar e estar presente, quase me tornou uma pessoa medrosa. Via tudo se perder ao longe, difícil de se alcançar; medo e insegurança; conseguia prender o que eu sentia no meu coração. Sabia que isso terminaria quando eu encontrasse com você, porque tudo que sempre tentei sentir, vinha de você e só com você, eu poderia aprender a amar”.
__ “Amor da minha vida, também sei que és o meu amor eterno, as nossas almas são parte de um só. Encontrar você, era questão de tempo, e a vontade de Deus, foi respeitada e pôr isso, só agora estamos juntos. Mas, falta alguns detalhes, para que tudo seja o que deverá ser.



Você e eu seremos sempre parte um do outro, e esse amor é o que nos liga, o que nos permiti estarmos juntos. Tanto quis lhe amar, que sentia medo de não conseguir, ultrapassar os limites, que tenho”.
__ “Não duvido de você, mas, como sabes que é amor, se apenas estamos nos vendo pela Segunda vez?”
__ “O amor não se encaixa em relação ao tempo, bastou olhar dentro dos seus olhos e ver que o amor estava lá e nos pertencia”, pausou e deitou as mãos em seu colo, “depois de saber que pôr causa do meu retrato, que deixei aqui, você havia se apaixonado, não tive como duvidar que era você, o amor da minha vida”
__ “Vamos dar uma volta!”
__ “Tenho um lugar especial, para leva-lo e lá entenderás um pouco mais do que está acontecendo”.
__ “Será uma surpresa?”
__ “Sim e não!”
__ “Corro o risco de nunca mais vê-la?
__ “Temo que não!”
__ “Bom, pois não se livrará de mim tão facilmente”.
__ “Tenho certeza disso! Nós estamos juntos pôr dois motivos: um é o amor; e o outro saberás logo”, Isabel fez uma cara de mistério.
__ “Estás atrás dos meus milhões de dólares?”, Maurício começou a rir sem parar.

__ “Nunca tive a oportunidade de amar, tudo dava errado, parecia que não era para acontecer. Decepções, antes mesmo de nascer o amor, minha vida, que ainda se iniciava, para o amor; era algo que ninguém aparecia para me mostrar, que poderia ser linda. Depois, tudo ficou denso e passei a simplesmente não pensar, nas coisas do coração e tive um tempo reduzido, e nada me prendia e me interessava, apenas os estudos. Eu sabia que algo estaria reservado para mim, seus olhos, eu podia sentir claramente, que eles me acompanhavam. Todas as emoções que não pude ter, e mesmo depois de tudo que me aconteceu, agora elas explodem em meu coração, e com você nada poderá ser mudado. O que penso, o que vejo e o que quero”, abaixou os olhos e segurou as palavras, antes de surgirem lágrimas em seus olhos.
__ “Você fala de destino e que estávamos predestinados a ficar juntos, mas chora quando diz que agora estamos juntos! Você acha que vou deixar de estar ao seu lado? Pode abandonar esses pensamentos, que eu sempre vou estar ligado à você”, tentou acalma-la.
__ “Estou muito feliz, pôr estar aqui e pôr isso quero aproveitar cada espaço curto, que temos e não deixarei que tudo se acabe”, disse Isabel puxando Maurício contra o seu corpo e alisando os seus cabelos ( ).

Aconteceu o beijo que os transportaria ao tão desejado paraíso, e longo e os deixava que suas almas se unissem em decanto. Sentindo em casa, Maurício se agarrava a Isabel, com força e carinho. Tudo que imaginou, estava ali, sentimentos e olhares apaixonados.





Nada de impossível, mudaria o modo como Maurício, sentia em relação ao que queria e ver a garota que passou a amar, lhe rendendo amor, lhe fazia sentir-se muito bem e diante dessa emoção, a sua vida voava em flashes diante de seus olhos.

__ “Como podemos nos amar tanto?”, perguntou Maurício.
__ “O amor fica reservado para as pessoas certas, somos pares que vivem em separado, temos que prosseguir com a nossa vida, fazer as coisas do nosso dia-a-dia, e quando cruzar com a nossa outra metade, temos que lutar para que ela nunca se vá. Conduzir esse amor, sem sofrimento e desespero, e o futuro será apenas um outro dia que terminará”
__ “Somos as nossas metades e devemos confiar no que sentimos, e nunca deixar que em nossos corações, chegue o contrario”.
__ “Você é lindo; inocente; e bom! Esperei tanto para dizer: ‘Eu te amo’, para a pessoa certa, e agora digo isso, com o coração pesado, que mal consigo carregar no peito”.
__ “Eu simplesmente não consigo entender a sua tristeza! Se estamos apaixonados, o que lhe faz triste?”
__ “Saber que este lugar, não cabe o que temos, e nosso amor não cumprirá o que sempre quis...”
__ “O que sempre quis?”
__ “Passear em shoppings; cinemas; praias; teatros; parques e clubes”, disse desesperançada.
__ “Então, vamos até a sua casa, você colocará um roupa apropriada e vamos a um cinema e depois vamos a um clube, e vamos dançar a noite toda. O que diz?”
__ “Você me levaria a esses lugares?”
__ “Se você recusar, me sentirei rejeitado!”
__ “Não pensei que fosse possível!”

__ “Pôr que? Nesses lugares, eles proíbem pessoas linda como você a entrar? Não vamos Passar o dia lamentando as coisas que não fizemos antes e vamos fazer tudo agora. E não vamos ser preguiçosos de pular da cama à hora marcada, nem dar desculpas da dor de cabeça que nos incomoda, ou da falta de dinheiro. Não se deixe abater pelo que passou, vamos solucionar. O acaso não existe. Estamos colocados no devido lugar para a resolução de nossos problemas. Convém, para o nosso bem, fortificar dia-a-dia essa confiança. Tomemos a decisão de não nos deter. Procuremos, pelo contrário, a solução que a situação requeira. Se você quer sair, então, vamos sair muito.
__ “E se eu me viciar? O movimentar-se diário produz hábitos. Os hábitos maus enraízam de tal sorte em nosso psiquismo que se tornam extremamente difíceis de serem eliminados. Em se tratando do esforço para extingui-lo, parece-nos que cometemos um erro que já se tornou secular, ou seja, combater a causa pelo efeito. Somente quando tomamos consciência do móvel que produz a ação é que podemos ter segurança na eliminação do efeito. Na realidade, não somos nós que deixamos os vícios; são eles que desprovidos da nossa atração, deixam-nos. Mudemos o nosso mundo interior e tudo o mais se refletirá no exterior como um passe de mágica.
__ “Não vejo como um hábito negativo, querer estar presente na vida e participar dela, como sendo algo imprescindível”.



__ “Tudo que sei é o que Dona Diana me ensinou, e depois meus olhos abriram portas, antes fechadas e agora escancaradas, e posso dizer-lhe: ‘Tudo que acontece segundo a natureza é bom’. Resignar às circunstâncias adversas, que não podemos evitar, não é permanecermos ociosos, mas aceitarmos, de bom grado, a vontade divina e não a nossa. A nossa fé, a nossa esperança e os atos de caridade que cometemos, abrem a nossa mente e os pensamentos positivos, expulsam, em contrapartida, o desânimo e o pessimismo. Ainda mais que, quando Deus fecha uma porta, abre dez”
__ “Como não consigo enxergar tais coisas?”
__ “A vontade que tens de apenas viver, e apenas abrir os olhos ao que é passível de se enxergar. Mas, acredito que tens algo importante a fazer. Assim, como fez, unindo Tato e Elisa. E eu tenho você para cuidar”.
__ “Então, vamos logo, para que não venhamos a perder a sessão no cinema!”
__ “Tá! Me dê esse prazer, que eu lhe darei o prazer de me acompanhar!”.
__ “Esse humilde criado, está a sua disposição!”, o riso fácil de Maurício contagia qualquer ambiente.
__ “As pessoas vão me ver?”, perguntou séria.
__ “Claro! Você não é invisível!”


O encanto no sorriso de Isabel, pôr estar andando entre as pessoas no shopping, trazia uma paz serena, como se andasse entre anjos, a satisfação de estar ali, de poder curar uma ferida, que com o tempo permaneceu aberta.

__ “Posso comprar pipoca antes de entrarmos na sala?”.
__ “Claro, hoje você pode tudo que quiser!”.

Como uma criança Isabel ia pedindo, uma a uma as coisas que queria fazer: Comprar as entradas; comprar bala; sentar nas primeiras fileiras e perguntar ao lanterninha se o filme já vai começar.

__ “Isabel parece que está é a sua primeira vez, que vem a um cinema!”.
__ “E é! Com um namorado é!”.
__ “Sinto que é a primeira vez, de qualquer forma, contudo, percebo que estás feliz pôr estar sendo vista, pelas outras pessoas”.
__ “É magnifico estar sendo amada e apenas quero que as outras pessoas vejam isso!”
__ “Fique quieta! O filme vai começar!”
__ “Vou me comportar bem, tá papai?”.
__ “Vão nos colocar para fora, se não fecharmos as nossas bocas!”


Maurício abraçou-a e beijou-a, desta vez com força e desejo, espremendo os lábios contra os dela, forçando a passagem da língua, e fazendo-a sentir calafrios subindo pela coluna. Isabel, começou a sentir o calor e a vontade invadindo, todo o corpo e toda a dor que antes lhe habitava, dissipavam rapidamente da mente dela, deixando apenas que o desejo lhe preenchesse.


__ “Maurício, podemos ir para a sua casa?”, perguntou Isabel com a voz rouca e ofegante.
__ “Nem vou discutir isso com você!”, disse levantando-se e dando-lhe a mão para que Isabel se levanta-se também.

Os dois chegaram e entraram depressa, antes que os pais de Maurício dessem conta. Subiram as escadas sorrateiramente como ladrões que roubam à noite.

__ “Estás pronta?”, perguntou Maurício.
__ “Nunca estive tão preparada! Estou tão contente de estar aqui!”.
__ “Ainda que quisesse voltar atrás, eu entenderia e seria paciente”.
__ “Abraça-me! Só preciso do teu amor e que me ames!”

O amor é um fogo que queima todos os outros sentimentos e sobrevivi dos corpos de seus apaixonados, e contra o amor, nada é possível. Maurício deixava que suas mãos corressem pôr todo o corpo de Isabel, às vezes parando nos seios dela e às vezes tocando de leve entre as coxas de Isabel. Toda a saudade de algo que ainda não foi vivido, foi substituída pôr emoções novas e os colocavam num estado magico.
Maurício que guardava sem consciência, a falta de habilidades para o amar, mudava os sentidos do que havia para fazer. Com o corpo sobre Isabel, Maurício fazia carinhos no rosto daquela mulher linda, com as pontas do dedo e com a boca ia beijando ora um seio ora outro.
Isabel, ficava próxima de perder os sentidos, nunca pudera imaginar o quanto aquilo era maravilhoso e como possível mexer tanto com a emoção. Contorcia e gemia baixo, sem controlar a respiração. Deixava todo o corpo à mercê, para ser explorado e penetrado pôr Maurício.

Ao chegar no ponto mais esperado, Isabel começou a chorar, e como cristal com o corpo em chamas, percebia que alguma coisa havia mudado e seu amor infinito estava mais forte. Os olhos dela transparecia o que pensava, os motivos que a fizeram estar ali, eram apenas pôr amar.

__ “Me diz o que pensas!”, Maurício quis compartilhar aquele momento com Isabel.
__ “Penso na oportunidade que você me deu, para conhecer a felicidade total das coisas vivas”
__ “Você também me deu isso!”
__ “Mas antes de você, eu jamais cogitei que isso pudesse acontecer comigo. Desistir em tentar e quase deixei de acreditar. Havia muito mais do que um deserto a atravessar, e todas as barreiras, quase nunca me permitiam ir além. Essa aventura, que é facilmente aceita, era algo intocável para mim”.
__ “Os caminhos que seguiu lhe conduziu a lugares errado, agora eu lhe guiarei no caminho certo”.
__ “Pôr falar em caminho, eu é quem devo lhe guiar! Não pense que sabes andar sozinho!”



Isabel falava de coisas da vida que não podia entender, e toda essa novidade jamais sentida, e honestamente isso a fazia um pouco infeliz. Mas, agora ela já amará alguém e já podia ter lembranças do que era amar.


__ “Seremos os filhos do sol e teremos a noite como companhia e falaremos a língua dos anjos. Até responder o que não foi dito e até entender o que for preciso. E depois de cada olhar, lembraremos o que foi esquecido e tentaremos de novo nos amar.
E se tudo foi importante. Então, por que deixar, deixar para lá ... Olha só, como a gente era e como estamos agora. Parece que nada aconteceu e que não é você e nem sou, eu, tanto faz...
De onde veio tanta mágica, e todos os sorrisos, e tantas palavras? E agora temos que continuar, quando na verdade tudo que tenho para fazer é voltar... Quero voltar a ser feliz assim. Depois do tempo, nos sobra a memória ,basta lembrar e sonhar, para que tudo volte para nós dois. E seremos novamente você e eu. E nem a noite e nem o dia vai nos alcançar e vai conseguir nos separar”, disse Isabel emocionada e caminhando em direção a janela, lançando um olhar profundamente triste em direção ao céu.
__ “Tudo está claro para mim, um amor que não pode existir, é isso que eu sinto cravar no meu peito, abrindo um buraco sem fim, uma imensa profundidade de sofrimento, se fores embora novamente. E se me entrego a você... me surpreendo também, com esse gosto bom e é como se você não estivesse mais em mim, eu sinto isso, apenas por alguns momentos.
Por que não consigo sentir a sua o contrário? E não sentir mais nada que vem de você, nem mesmo essa dor, que sentes agora. Queria mais um pouco desse milagre, e dessa magica que você mencionou. Sei que é inútil resistir, ao que não podemos ser mais.
Só gostaria de me agarrar a esse amor, e não deixa-lo ir jamais.
Se o que respiro é o que te sufoca, e o que sinto lhe machuca e lhe faz sangrar. Me diz: “Por que eu consegui amar você, antes mesmo de lhe ver, fisicamente?” Quando o que você, pensa em rejeitar é o que eu sou. E sem você, talvez eu nunca consiga lembrar desse amor. Que me alimentar e me trás força para prosseguir tentando ser feliz. E sem você talvez eu nunca consiga viver e sorrir, um pouco mais a cada dia”, desabafou Maurício tentando persuadi-la a lhe abrir o coração e revelar o que deixava tão aflita.


Maurício sentia que alguma coisa, muito séria acontecia com Isabel. Depois de ter praticamente fugido daquele bairro, esse retorno inesperado, poderia não ser duradouro, e nem mesmo pelo amor que demostrou sentir, ele sabia que, ela teria que partir novamente. Alguma coisa maior do que sentia, lhe obrigava a se esconder de todos e agora, Maurício tentava saber qual era o motivo dessa fuga.
Ainda preferindo que, aquele momento, ficasse ali, preso, parado e vivo em sua memória. Maurício, olhava sem deixar escapar qualquer reflexo, ou qualquer movimento de Isabel. Queria decifrar aquela misteriosa menina, que ele já amava tanto.
Mas, a falta do conhecimento não pode ser ignorada de forma vulgar, intelectual, e intuitiva. É uma volta sobre si mesmo, tentar encontrar respostas. Fosse somente sobre o próprio pensamento, sem a intervenção dos sentidos; mas, como o pensamento e os sentidos são inseparáveis, a única conclusão, era a de esperar, que Isabel, lhe contasse tudo o que estava acontecendo com ela, e assim poria um fim em todo esse mistério.
__ “Maurício, a dor é verdadeira e me leva a um destino, que ainda nem sei qual será. Por essa dor e destino, podemos saber o que fomos e, também, o que tencionamos ser. Eu sempre fui muito positiva; e sempre estive me preparando para o futuro. Pude avaliar-me, observando as reações dos outros com relação às minhas atitudes.
Embora haja dificuldade de conhecermos a nós mesmos, uma avaliação serena de nossa dor e do nosso relacionamento com o próximo pode oferecer-nos uma luz no fim do túnel. Além do mais, tomando consciência de nosso destino, estaremos alicerçados para detectar a nossa verdadeira capacidade, de sentir, de aceitar, de obedecer e de amar.
__ “Olhando o que ficou para trás, vem a lembrança do que fomos e nada era tão simples, e tudo pode estar se desperdiçando agora. Um amor verdadeiro jogado num canto qualquer; assim somos nós, perdidos a espera de algo que não vem. Assim como a dor, que insiste em não ir embora”, palavras que se contradizem com o mundo que Maurício vivia agora.
__ “Vem da minha boca o gosto da despedida, e de tantas palavras amargas. Tudo que eu disse foi jogado contra mim, e tudo que eu fiz me trouxe um castigo, que nem o sol cinza me ajudou a segurar. Ainda sei o que sinto e quero, só não sei o que fazer para que possam acreditar em mim, e me darem mais uma chance; mais uma vez”.
__ “Pensei que eu não fosse mais, o que você pensou que eu pudesse ser, e com todas as mudanças que vieram. Não ver você é a que mais me machucará, e não quero mais lhe fazer mal; mas, sem você aqui, não saberei como superar essa dor. Isso não quero mais”, disse Maurício, abraçando-a forte contra os seus braços.
__ “Às vezes o que você sentia, era só a desilusão e cansaço, e eu mesmo sem lhe conhecer, percebia que você chorava às escondidas. E achava que você era feliz, mesmo com os erros que cometia, apesar de tudo eu vou seguir amando você. Sem saber que o
gosto que eu sentia estava diferente, nesses últimos momentos. E não pude retirar a tristeza que surgia no meu olhar, até o dia em que você não quiser ir embora, para longe de mim”, Isabel, revelou-se muito abatida, ao concluir que uma despedida estava pôr vir.
__ “Às vezes parecia que tudo seria impossível, que nós nunca chegaríamos até aqui, e nada seria perfeito entre nós. Então o amor chegou enfim, nos unindo. Até pensei que desta vez fosse durar para sempre, mas não me diga que me enganei tanto, e que agora terei sombras no que antes era sonho. E palavras que vagam dentro da minha mente,
cheguei a acreditar que era só, por eu não ser capaz de amar. Mas, eu vi você tão feliz.
Sei que nunca apagarei você da minha mente e começar de novo, não poderá ser sem a sua presença. Porque a sua ausência doerá tanto e a sua falta, não me deixar nem espirar. Mas o que fazer para evitar que esse amor se transforme em magoas e despedida.
Além da dor no seu peito, eu também não existo mais”.
__ “E quando a noite cai vem com ela a culpa, por não ter aprendido a obedecer, do jeito que sempre quiseram que, eu obedecesse, mas, o amor chegou e me perdi, entre a obediência e lhe amar. Nem mesmo as minhas mais belas desculpas, serviram para amenizar a decisão, que está preparada para mim. Se não puder lhe amar outra vez mais,
Prometa me que, mais uma vez, vais voltar para mim”, pediu em meio as lágrimas.
__ “Prometo! Sempre estarei ao seu lado!”, um abraço carinhoso e um beijo selou a promessa de Maurício.



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