Gostaria de hoje ter nas mãos a leveza necessária para revelar o que se esconde pelas minhas veias,eliminar as armadilhas do meu ego vil, pois tem certas coisas na vida que nos reduzem a um único desejo.
Não preciso pensar que sou melhor do que alguém para me sentir bem, mais fácil o escárnio do que o elogio, o amanhã de ontem agora já virou meu hoje acalantando minhas esperanças sinceras, ao chorar aprendo a sorrir melhor.
A desilusão é uma espécie de sim que virou não, mas nem tudo que ao coração me fere minha mão escreve, faço das palavras barrigas de aluguel, aviões para voar no céu , em algumas passo mel, enquanto vou catando uma a uma ao léu, nem tudo faz sentido porque não quero falar só do meu umbigo.
Preenche meus espaços vazios o desafio diário de tornar grande o que é pequeno, grãos de areia que um dia foram montanhas, posso mentir na literatura o que não vivo na realidade, posso tornar falsa uma verdade e tornar dourada uma maldade, luto muito para nunca perder o brilho, antes que minha filha ou filho venham a este mundo.
Qual será o limite em minha vida entre a velhice e a juventude? Todos têm sempre uma resposta para a vida do outro, mas não tem a menor idéia do que se passa na própria... as perguntas que se quedam enfurecidas em mim são os motores do meu caminhar, a leveza das mãos aliviam o peso nos meus ombros.