Usina de Letras
Usina de Letras
141 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62211 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10450)

Cronicas (22535)

Discursos (3238)

Ensaios - (10356)

Erótico (13568)

Frases (50604)

Humor (20029)

Infantil (5429)

Infanto Juvenil (4764)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140797)

Redação (3303)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6185)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Contos-->Goteira Fatal -- 24/03/2002 - 04:37 (Guilherme Laurito Summa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

O vento soprava os galhos das árvores que murmuravam sob a noite inquieta. Grilos, cigarras e rãs reinavam na noite com seus ruídos estridentes e irrequietos. Um coiote à rocha exibia sua nobre vitalidade, subjugando todos os ruídos daquela noite com seu uivo imponente. Era uma noite normal no chalé dos Laurentis.
O chalé era bem simples: uma sala de estar era pequena e decorada com várias plantas que enfeitavam quase toda a casa, a sala de jantar tinha em seu centro uma mesa com uma cesta com diversas frutas de origem tropical e o mezanino completava a alegria da casa. O banheiro e o quarto do casal não deixavam de ser bonitos: todo em mármore, o banheiro abrigava sabonetes perfumados e loções cremosas e líquidas de todos os tipos. A cama de cidra, a estante de roupas perfeitamente arrumada, a parede enfeitada com quadros e a Santa Maria cedida a um feixe de luz à parede não escondia o xodó dos Laurentis.
Aquela noite prometia ser bem agradável à lareira se não fosse por um probleminha: goteiras. Não chovia, mas as cegonhas que haviam se mudado para a chaminé há dois dias, simulavam uma goteira bem mais indesejável.
Os Laurentis não sabiam das cegonhas e haviam comprado marshmallows para assar no fogo da lareira. À medida que os marshmallows ficavam bronzeados, pitadas de fezes caíam sobre os flocos açucarados. Os Laurentis saboreavam com vontade sem desconfiar de nada, até o momento em que uma haste de merda caiu sobre as mãos de Bogart Laurentis. Ele ficou irado e logo percebeu o que estava acontecendo quando, em seus lábios, jazia uma baba amarela e pastosa.
Bogart era pacífico, mas numa situação destas a ira vencera o pacifismo. Não hesitou em pegar sua automática e dar um jeito no causador daquilo tudo. Foi correndo para fora de seu chalé ao encontro com o inimigo, porém, não contava com o coiote que estava à sua espera. Logo que viu o jovem, o coiote, que não comia decentemente há dias, pulou sobre o peito do senhor Laurentis com índole assassina, rasgando a carne com as garras afiadas. O animal estava faminto e muito voraz; penetrou com força seus caninos na barriga do homem, abrindo uma cratera em seu peito e dando luz ao pulmão. Bogart não teve tempo de reagir e sentiu quando o animal o devorava vivo.
Anne Laurentis estava preocupada e saiu à procura do marido irado. A surpresa e o terror encontravam-se em sua mente, quando viu as metades do companheiro morto. O coiote ignorou a moça e continuou a se deliciar com o verdadeiro banquete, comendo, em seguida, a parte intestinal.
Anne estava desesperada, queria espantar o coiote para tentar salvar o noivo, agora decapitado. Tentou pegar a automática, mas no movimento brusco de desespero, o coiote fora assustado enquanto comia: um erro fatal. Com o focinho ensangüentado e um olhar demoníaco, o animal saltou diretamente para a garganta da moça. A dentada fora fatal. Anne caiu no chão com o pescoço jorrando sangue e preso aos dentes do coiote. A morte foi instantânea.
A noite prosseguia normalmente, porém, o coiote havia se calado e somente por aquela noite os grilos, as cigarras e as rãs reinaram com suas vozes inquietas à noite sangrenta.
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui