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Artigos-->QUEM FOI O GENERAL MOHAMED CHICHAKLI? -- 29/12/2005 - 22:43 (Mário Ribeiro Martins) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
QUEM FOI O GENERAL CHICHAKLI?





Mário Ribeiro Martins*



(REPRODUÇÃO PERMITIDA, DESDE QUE CITADOS ESTE AUTOR E O TÍTULO).



MOHAMED ADIB CHICHAKLI(GENERAL), de Hama, Síria, 16.01.1910. Após os estudos primários em sua terra natal, deslocou-se para outros centros, onde também estudou.



Como Militar, chegou ao posto de Ministro da Guerra. Através de um golpe militar, em 1950, quando tinha 40 anos de idade, chegou à PRESIDÊNCIA DA SÍRIA.



Em 1952, mediante eleições gerais, foi confirmado Presidente da Síria. Em virtude de suas reformas políticas, entre as quais, a Reforma Agrária, terminou sendo deposto, em 1954, por um novo golpe militar.



Fugiu para a Arábia Saudita, onde ficou 20 dias. Foi para Paris, onde fez tratamento médico. De 1954 até 1960, viveu entre a França e a Suíça.



Aconselhado por amigos, mudou-se para o Brasil, passando 8(oito) meses no Rio de Janeiro, juntamente com a família. Com o dinheiro que lhe fora dado pelo Presidente da Arábia Saudita, comprou uma fazenda de 1250(um mil, duzentos e cinqüenta) alqueires goianos, em Pequizeiros, antigo norte de Goiás, hoje Tocantins.



Aconselhado pelos seus amigos Sírios, resolveu fixar residência na cidade goiana de CERES, onde se tornou fazendeiro e plantador de Arroz.



Vivia em Ceres, com sua segunda esposa Therese Flav Chichakli e uma filha de nome Amália, além do filho do primeiro casamento, ex-oficial do Exército Sírio, Morfak Chichakli.



No dia 27.09.1964(com 54 anos), na parte da tarde, em Ceres, Goiás, depois de atravessar a ponte sobre o Rio das Almas, que liga Rialma a Ceres, foi baleado com vários tiros. O General Mohamed ainda tentou escapar entrando numa casa, mas foi perseguido pelo ASSASSINO que descarregou 5(cinco) tiros.



Conforme testemunhas, o matador tirou os óculos, chutou o corpo do morto e saiu recarregando o revólver e caminhando pelas margens do Rio das Almas. O enterro do General em Ceres foi simples e acompanhado da população local que o estimava.



O General foi morto por um rapaz de óculos escuros e cicatriz entre os olhos, chamado Nawal Ben Youssef Ghazal, pertencente à religião DRUSI, cujos seguidores tinham sido perseguidos e suas aldeias bombardeadas pelo General quando Presidente da Síria. Este rapaz saíra de Brasília no dia 24 de setembro de 1964, com destino a Ceres e despedira de seus amigos, como se nunca mais fosse voltar. Mas voltou algum tempo depois, já carregando sobre os ombros o ASSASSINATO do General Mohamed.



Conforme a Enciclopédia Britânica, os drusos são inteligentes, respeitosos, mas cruéis e sanguinários. No Brasil, têm sede em Belo Horizonte, mas muitos adeptos em todo o país.



A cicatriz do matador aparecera no tempo em que lutava Box para ganhar a vida. Com o auxílio dos amigos sírios, furou o cerco armado pelos policiais e conseguiu fugir. Foi, no entanto, preso em Teófilo Otoni, Minas Gerais, consoante notícia da Revista O CRUZEIRO, de 24.10.1964.



Nos anos seguintes, Nawal montou um restaurante em Taguatinga, cidade-satélite de Brasília.



A Síria tinha se libertado da tutela francesa em 1946 e o General Chichakli foi o seu quarto Presidente. O segundo Presidente General Hossni Al-Zahim também foi morto em 1949, o mesmo ocorrendo com o Primeiro-Ministro Monsein Al-Barazi.



Sobre o General Mohamed Adib Chichakli escreveu Nair Leal de Andrade, em seu livro HISTÓRIA E HISTÓRIAS DA CANG(Kelps, 1990).



Apesar de sua importância, não é mencionado no livro MEU PAI, BERNARDO SAYÃO(1965), de Léa Sayão, não é estudado no “DICIONÁRIO HISTÓRICO-BIOGRÁFICO BRASILEIRO”, da Fundação Getúlio Vargas, publicado em 2002 e nem é convenientemente referido, em nenhuma das enciclopédias nacionais, Delta, Barsa, Larousse, Mirador, Abril, Koogan/Houaiss, Larousse Cultural, etc.



Mencionado neste Dicionário Brasileiro, por ter vivido muitos anos em Ceres, Goiás, onde também foi morto e sepultado. Não é referido no livro A IMIGRAÇÃO ÁRABE NO BRASIL(São Paulo, Garatuja,1994), de Jorge S. Safady.



É verbete do DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO REGIONAL DO BRASIL, de Mário Ribeiro Martins, via INTERNET, dentro de ENSAIO, no site www.usinadeletras.com.br ou www.mariomartins.com.br



Quanto a NAWAL BEN YOUSSEF GHAZAL, conhecido como RACHID, faleceu por volta de 16.12.2005, sendo seu corpo levado para a Síria, onde foi sepultado como HERÓI NACIONAL, conforme e-mail enviado a este autor.



Sobre o assunto, recebi o seguinte e-mail: Enviado Por: Emir Elias Riman - emiriman@hotmail.com. Da cidade : Sao Paulo, 02.01.2009. Caro autor, Compartilho da sua opinião acerca da omissão do ex-presidente Sírio tanto em obras brasileiras quanto estrangeiras, mas tal atitude pode ser justificada pelas atitudes tomadas em vida por aquele que apesar de assassinado não inspira piedade.



Sua política foi dura e cruel para com um povo que tendo se afastado da violência se viu massacrado e empurrado a um conflito estranho e tendo sido autentico como foi e porque não dizer ingênuo por parte da massa e egoísta pelas atitudes de seus representantes abdicou ao direito de ter um estado próprio para compor um estado em forma confederativa o que ate a atualidade não é aceito nos meios árabes.



Shishakli manchou com sangue a moradia dos druzos que defenderam aquela terra e fizeram-na tão formosa. Druzos estes que erroneamente conhecidos pela barbárie são tão doces quanto o mel das abelhas que também possuem ferrão, o qual utilizam tao somente quando agredidas ou ameaçadas. Não se pode condenar um druzo tomado pela dor e pela revolta de ter tido seus entes queridos, entre os quais mulheres e crianças mortos pela força integrativa e pelo desejo de Shishakli.



A violência realmente não é o melhor caminho a ser seguido, mas infelizmente esta ao alcance quando somos tomados pela dor e pelo ódio. Infelizmente a violência que toma a região médio oriental é resultante de uma grandiosa falta de respeito pela natureza humana e pela livre maneira de pensar.



Eu faço parte deste povo que decidiu seguir seu caminho, mas que sempre foi difamado e teve seu trajeto interrompido. Nossa historia no Líbano e Síria alem de Egito e Jordânia vem de muito mais de 1000 anos e muito intima com a historia dos árabes, das mais antigas tribos entre as quais dos lakhm, fundadores da tão conhecida Belém, berço do primeiro cristão e também dos Tanoukh que foram os primeiros bispos da região iraquiana.



Aceitaram o islamismo e foram fieis ate encontrarem missionários fatimidas no sul do Líbano e abraçarem o unitarismo druzo ao qual são fieis ate hoje. Nossa violência existiu, mas não excedeu a de qualquer outro povo ameaçado pelo genocídio. Veja o fato dos armênios que foram massacrados pelos turcos, e cujo representante assassinou Talaat paxa, que pode ser analogicamente comparado a Adib shishakli aos druzos.



No entanto, talvez pela similar crença, o cristianismo sua violência ou reação seja amenizada. Não somos cristãos é verdade , mas não somos desprovidos de um coração e dos sentimentos puros da natureza humana assim como seus vícios.



Sou contra a violência e o mundo atual já tem problemas demais para nos ocuparmos. Mas sou pela minha liberdade em entender o mundo pela minha filosofia e pela minha sobrevivência e de minha família e dos meus pares juntamente. Espero como o senhor que o mundo se encha de respeito mutuo para que atrocidades vis e fúteis cessem em nosso meio. Atenciosamente, Emir





*Mário Ribeiro Martins

é Procurador de Justiça e Escritor.

(mariormartins@hotmail.com)

Home Page: www.genetic.com.br/~mario

Fone: (063)99779311 (063) 3215 44 96

Caixa Postal, 90, Palmas, Tocantins, 77001-970.

www.mariomartins.com.br



































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