Usina de Letras
Usina de Letras
34 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62280 )

Cartas ( 21334)

Contos (13267)

Cordel (10451)

Cronicas (22540)

Discursos (3239)

Ensaios - (10386)

Erótico (13574)

Frases (50667)

Humor (20040)

Infantil (5457)

Infanto Juvenil (4780)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140818)

Redação (3309)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6207)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->HORÁCIO DE MATOS E O CAPITÃO MANOEL QUIRINO MATOS -- 01/01/2006 - 15:20 (Mário Ribeiro Martins) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
HORÁCIO DE MATOS E

O CAPITÃO MANOEL QUIRINO MATOS.





Mário Ribeiro Martins*







Os descendentes dos MATOS, através do Alferes José Pereira de Matos, vieram do Tijuco, em Minas Gerais, mas eram portugueses de origem. Este Alferes Português veio para Santo Inácio, na Bahia, por volta de 1800, dedicando-se a garimpar DIAMANTES.



Desta Vila Baiana, espalharam-se os seus filhos, dentre os quais, Quintiliano Pereira de Matos(pai de Horácio), Clementino Pereira de Matos(1831-1911) e Canuto Pereira de Matos(1841-1895)-PAI DE MANOEL QUIRINO-, estabelecendo-se todos na região da Chapada Velha, entre Brotas de Macaúbas e Barra do Mendes que, naquela época, formava um só Município, o de Brotas de Macaúbas que tinha cerca de 7.000 km2(sete mil quilômetros quadrados), indo de Morpará(margens do Rio São Francisco) até Barra do Mendes.



É neste contexto que nasce MANOEL QUIRINO MATOS. Nascido na Chapada Velha(entre Brotas e Barra do Mendes), em 1880. Filho de Canuto Pereira Matos. O pai de Manoel Quirino Matos, o Canuto Matos nasceu em 1841 e foi assassinado com 54 anos, no dia 10.02.1895, na Fazenda Milagres, de seu irmão Clementino. Canuto era o comandante das forças da Chapada Velha. Tal foi a brutalidade da morte que Canuto foi enterrado e depois desenterrado para ser queimado e reduzido a cinzas, em 12.02.1895, pelos jagunços remanescentes do grupo derrotado de José da Volta Grande.



Quanto a MANOEL QUIRINO MATOS, além de ter sido Coronel da Guarda Nacional, foi também comerciante bem situado nas regiões de Rochedo(no Município de Morro do Chapéu) e Tiririca do Bode, juntamente com os seus filhos. Vale lembrar que as patentes de Coronel, Tenente-Coronel e Capitão eram concedidas a homens de notório prestígio e poder financeiro. A famosa GUARDA NACIONAL tinha sido criada em 18.08.1831, durante a Regência Trina Permanente(17.06.1831 a 12.10.1835), logo depois da renúncia de Dom Pedro I. Mas estas patentes foram extinguidas com o passar do tempo e da seguinte forma.



Afonso Pena, como se sabe, governou o Brasil de 15.11.1906 até 14.06.1909, quando faleceu. Foi substituido pelo seu Vice-Presidente, Nilo Peçanha. Este Nilo apoiou Rui Barbosa, mas foi eleito Presidente da República do Brasil, o Marechal Hermes Rodrigues da Fonseca que governou de 15.11.1910 a 15.11.1914. No início do governo do Marechal Hermes se deu a extinção da Guarda Nacional, consumada em 1911, legando ao Exército a condição de único responsável pela ordem interna do Brasil. Mesmo assim, as patentes continuaram valendo no interior do Brasil.



Em março de 1926, quando Manoel Quirino Matos estava com 46 anos de idade, foi convocado pelo seu primo Horácio de Matos para combater a Coluna Prestes. Observe-se que o Estado-Maior da Coluna, formado de Carlos Prestes, Miguel Costa, João Alberto, Djalma Dutra e mais o jornalista Pinheiro Machado já tinha visitado e tomado café na casa de Manoel Quirino, no Município de Morro do Chapéu. Apesar de bem recebidos, os elementos da Coluna terminaram por saquer todas as mercadorias da casa comercial de Manoel Quirino, sob a afirmativa: “ISTO É DA GUERRA, BAIANO”.



Debaixo da orientação do General Mariante(Álvaro Guilherme Mariante), REPRESENTANTE DO MINISTRO DA GUERRA, o Coronel Horácio de Matos reuniu 560(quinhentos e sessenta) homens armados para combater a Coluna.



Consoante Jorge Amado, em seu livro CAVALEIRO DA ESPERANÇA, “Horácio de Matos, Franklin de Albuquerque e Abílio Wolney com os seus homens, os três formaram o trio invencível aplaudido pelo Governo de Artur Bernardes, no combate ao giro fantástico da Coluna”.



Quando a Coluna Prestes(que era chamada pelo povo de “OS REVOLTOSOS”) passou por Rochedo(municipio de Morro do Chapéu), tentando invadir sua Fazenda Pedra Lisa, Manoel Quirino, com poucos homens, provocou baixas tremendas na Coluna, alcançando com isto muita fama. De qualquer forma, a Coluna alcançou Tiririca do Bode e invadiu Barra do Mendes(27.03.1926), prosseguindo sua viagem.



Manoel Quirino continuou ao lado de Horácio de Matos, organizando batalhões de voluntários e dando apoio logístico aos combatentes. Foram estes Batalhões que perseguiram a Coluna Prestes(os revoltosos) pelo Estado de Goiás e Mato Grosso até a fronteira da Bolívia, em La Guaiba, o que ocorreu por volta de janeiro de 1927, já sob o governo do Presidente Washington Luis que tinha tomado posse no lugar do Presidente Artur Bernardes.



Manoel Quirino Matos, no entanto, não tinha espírito muito belicoso e por isto permaneceu na região da Chapada Diamantina cuidando de suas roças, de seu comércio, de seus filhos e dos negócios da família, não mais se tendo notícia dele. Não se deve confundir este baiano Manoel Quirino Matos, com o também baiano de Santo Amaro, Manoel Quirino(1851-1923) que foi jornalista, escritor, artista plástico e historiador.



Apesar de sua importância, Manoel Quirino Matos não é mencionado no livro BAIANOS ILUSTRES(1979), editado pelo Instituto Nacional do Livro, de Antonio Loureiro de Souza(aliás, nenhum dos Matos, inclusive Horácio) e nem é estudado no “DICIONÁRIO HISTÓRICO-BIOGRÁFICO BRASILEIRO”, da Fundação Getúlio Vargas, publicado em 2002 e nem é convenientemente referido, em nenhuma das enciclopédias nacionais, Delta, Barsa, Larousse, Mirador, Abril, Koogan/Houaiss, Larousse Cultural, etc.



Não é citado em CANGACEIROS, COITEIROS E VOLANTES(1998), de José Anderson Nascimento, bem como não é encontrado em O DICIONÁRIO DE FAMÍLIAS BRASILEIRAS(2001), com 4(quatro) volumes gigantes, de Carlos Eduardo de Almeida Barata e Antonio Henrique da Cunha Bueno. Mas é mencionado no livro MONTALVÃO(1962), de Américo Chagas, bem como em JAGUNÇOS E HERÓIS(1962), de Walfrido Moraes. É verbete do DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO REGIONAL DO BRASIL, de Mário Ribeiro Martins, via INTERNET, dentro de ENSAIO, no site www.usinadeletras.com.br ou www.mariomartins.com.br







*Mário Ribeiro Martins

é Procurador de Justiça e Escritor.

(mariormartins@hotmail.com)

Home Page: www.genetic.com.br/~mario

Fone: (063)99779311 (063) 3215 44 96

Caixa Postal, 90, Palmas, Tocantins, 77001-970.

www.mariomartins.com.br















Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui