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Artigos-->CORTADORES DE CANA MORREM NOS CANAVIAIS BRASILEIROS -- 04/01/2006 - 13:50 (Fernando Antônio Barbosa Zocca) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
CORTADORES DE CANA MORREM NOS CANAVIAIS BRASILEIROS







Fernando Zocca







José Mário Alves Gomes, de 45 anos, foi mais um dos que morreram a serviço dos senhores de engenho no Brasil. O Cortador faleceu no dia 21 de outubro de 2005 num dos canaviais da Usina Santa Helena, do Grupo Cosan de Piracicaba.

José Mário faz parte de um grupo de 13 pessoas mortas em circunstâncias semelhantes. A ONU (Organização das Nações Unidas) suspeita que os trabalhadores morreram em conseqüência do excesso de trabalho. Duas missões de observadores da entidade estiveram na região dos canaviais paulistas.

Antônio Ribeiro Lopes, de 55 anos faleceu no dia 23 de novembro à noite, depois de sentir-se mal, na lavoura de cana da usina Moreno, situada no município de Luís Antônio, perto de Ribeirão Preto.

As precárias condições de trabalho, oferecidas pelos latifundiários, provocaram a paralisação dos trabalhadores da Usina Bonfim, no dia 24 de novembro. 250 migrantes, trazidos de outros estados brasileiros, bloquearam a estrada de acesso aos alojamentos, impedindo a saída dos ônibus. Eles pleiteavam o imediato acerto de contas e a volta para casa.

O cortador Sidnei Oliveira protestou dizendo: "Do jeito que somos tratados, isso não vai parar." O corpo de Antônio Ribeiro Lopes foi velado em Guariba. Dezenas de companheiros deixaram o trabalho para ir ao sepultamento.

No atestado de óbito a constatação: a morte de Antônio Ribeiro foi causada por edema e hemorragia pulmonar. Ele sofria do mal de chagas.

Antônio Ribeiro Lopes era natural de Berilo (MG) e morava em Luís Antônio havia mais de 15 anos. Ele cortava cana quando sentiu-se mal, pediu para descansar e, ao voltar caiu morto na plantação.

Em julho faleceu, numa situação semelhante, o cortador Valdecy de Paula Lima de 34 anos. Ele veio com a família do Maranhão para trabalhar no corte da cana da usina Moreno.

Todas as mortes estão sendo investigadas por 13 órgãos públicos e entidades civis. No dia 25 de novembro, o procurador federal do trabalho da 15a. Região Aparício Quirino Salomão pediu a exumação do cadáver de José Mário Alves Gomes, de 45 anos, morto no dia 21 num canavial da Usina Santa Helena. O corpo do trabalhador foi enterrado em Araçuaí (MG).

Os cortadores de cana ficam alojados até oito meses no meio dos canaviais. Eles não recebem alimentação adequada e há casos em que a assistência médica é cortada.

O presidente do Sindicato dos Empregados Rurais de Guaíba Wilson Rodrigues da Silva visitou o local onde ocorreram os óbitos, para mediar as negociações entre a empresa e os cortadores. Segundo ele a usina Bonfim pertencia a empresa Corona e foi adquirida há um mês pelo Grupo Cosan.

O Grupo Cosan esclareceu que não é proprietário da usina Bonfim, mas que parte de suas ações foi adquirida por um dos seus acionistas.

O representante da usina Waldemar Boccaro Júnior negou a existência de más condições de trabalho e alimentação. Ele disse que a higiene dos alojamentos é de responsabilidade dos trabalhadores. Segundo Waldemar, a atuação dos "gatos" na intermediação entre os trabalhadores e as usinas, agrava as condições dos migrantes.

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