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Artigos-->VULTOS PICOENSES (1) -- 10/01/2006 - 23:42 (Francisco Miguel de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
VULTOS PICOENSES (1)





Francisco Miguel de Moura*



Para começar, falo do teatrólogo, folclorista, contista, poeta e ator, sobretudo ator, Leão Sombra do Norte Fontes, nascido em Picos (no lugar “Vaca Morta”), no dia 27 de outubro de 1928. Hoje mora em Brasília, aliás, já há bastante tempo. Não sei o que significou sua mudança para Brasília. Só sei que, no Piauí, especialmente em Teresina, onde estudou no Colégio Diocesano, participou de vários movimentos estudantis e artísticos, tendo uma ação destacada no teatro. Foi Diretor da Casa Anísio Brito e supervisor do Movimento de Educação de Base.

Já em Picos, ainda adolescente, deu início à sua trajetória teatral dirigindo e encenando o Auto do Reisado, na Fazenda Vaca Morta e arredores da data Samambaia, de propriedade de sua família há mais de 300 anos. O “Reisado” era dirigido por Sombra do Norte e composto por alguns irmãos e primos seus, formando o grupo “Teatro do Reisado Leão do Norte”. Embora mais velho do que Sombra, quem sabe se o famoso escritor e teatrólogo Fontes Ibiapina não teria trabalhado nesse “Reisado”?

Além de orador oficial nas reuniões e festas do Colégio Diocesano e o seu Grêmio Estudantil, Sombra do Norte participa no meio teatral de declamações, enquetes e pequenas dramatizações do Centro Estudantil e Teatro dos Moços Católicos, sob os auspícios do Arcebispo Metropolitano, D. Avelar Brandão Vilela.

Em Teresina, um dos primeiros homens de teatro com quem manteve contato (e depois amizade estreita), foi com o Antônio Santana e Silva. A partir de então, ingressa no “Teatro 4 de Setembro”, onde participou de vários espetáculos. Alguns deles foram destacados por Leão Sombra do Norte Fontes, numa entrevista que mantive com o teatrólogo, por ocasião do lançamento de meu livro “Por que Petrônio não Ganhou o Céu”, na Academia Taguatinguense de Letras, da qual Sombra do Norte faz parte:

1. “Dorinha”, monólogo. No auge da tragédia o irmão de Dorinha esfaqueia o namorado dela; foi quando uma moça da platéia levantou-se e gritou:- “Êta macho pai-d’égua!” E houve então um suspense na assistência, após o que o espetáculo continuou – lembra Leão Sombra do Norte Fontes.

2. “Confissão de Caboclo”, monólogo - poema trágico de Zé da Luz. Durante a recitação houve outro “qüiproquó” por intervenção verbal da platéia, prova de que esta era participativa e o teatro vivo e vibrante naqueles primeiros anos.

3. “Tragédia do Gólgota”, 1962, em cuja encenação Sombra do Norte fez três papéis, entre os quais o de Longuinho, soldado romano que traspassou o lado de Cristo com uma lança e ficou cego naquele momento. Quando Sombra do Norte “transvasou” o lado de Cristo com a lança, uma moça da platéia tirou o próprio sapato e atirou-o contra Longuinho, gritando: “Cristo Amado! Miserável! Infeliz! Estás matando Cristo!”

“O teatro é uma arte muito efêmera”, diz o teatrólogo português Luís Miguel Cintra, ao receber agora o “Prêmio Pessoa 2005”. Não fosse a prodigiosa memória de Leão Sombra do Norte Fontes para contar essas minúcias, do que então se faria a história do teatro? Apenas relacionando peças e mais peças, atores e mais atores, representações e mais representações em tais e tais lugares? Prêmios mais prêmios, em tais e tais festivais.

Não, pois isto seria pouco. Sombra do Norte faz parte da história do nosso teatro.





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*Francisco Miguel de Moura é escritor brasileiro, mora em Teresina e tem e-mail: franciscomigueldemoura@superig.com.br



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