JOÃO HERRMANN NETO É CITADO COMO RECEBEDOR DE REPASSE
Piracicaba, 14 de janeiro de 2006
O deputado federal João Herrmann Neto (sem partido) foi mencionado, pela quebra do sigilo bancário da empresa de aviação Beta (Brazilian Express Transportes Aéreos) como recebedor de pagamentos mensais decorrentes de acordos existentes entre a empresa e os Correios.
A CPI dos Correios, instalada especialmente para apurar denúncias de fraudes, nos contratos da estatal com empresas privadas, constatou a existência de 25 repasses mensais de R$ 3.000 para o deputado João Herrmann Neto. No total o legislador teria recebido R$ 79 mil.
O integrante da câmara dos deputados teria sido agraciado com tais repasses ao longo de 2 anos. Os pagamentos, feitos pela Beta, saíram de uma conta da empresa no banco Safra de São Paulo para uma conta em nome do parlamentar, no Citibank.
João Herrmann, 59 é considerado um dos mais ricos dentre os componentes do Congresso. Segundo um levantamento do site "Controle Público" ele declarou um patrimônio de R$ 110 milhões em 2000.
Em dezembro de 2.000 Herrmann foi mencionado pela revista Veja como um dos parlamentares que mais deviam ao INSS. Segundo a reportagem assinada pela jornalista Ana D Angelo de Brasília, na lista negra dos maus pagadores, o deputado ocupava o 7.o lugar com um débito de R$ 15 milhões.
A origem da conta seria uma usina de álcool, herdada por Herrmann de seu pai, sediada na cidade de Presidente Alves.
No final de setembro a Folha de S. Paulo apurou que o nome de João Herrmann foi citado numa reunião entre parlamentares da CPI e Antônio Augusto Morato Leite Filho, ex-cotista da Beta. O empresário teria dito que a Beta fez pagamentos a João Herrmann.
A direção do PDT resolveu suspender a filiação do legislador até que se esclareçam os fatos.
Procurado por telefone para se manifestar sobre as conclusões da CPI dos Correios, o parlamentar não foi encontrado.