A excomunhão de Marco Aurélio de Mello
F. Maier
Não, ainda não dá para cantar o Aleluia de Haendel com o indiciamento da "quadrilha" do mensalão. Nenhum "mensaleiro" foi condenado, apenas foram acatados pelo STF os processos movidos pelo Procurador-Geral da República.
O bom da história é que os "40 ladrões" vão responder a processo, tornaram-se réus. O ruim é que o verdadeiro chefão, o maior beneficiado do esquema criminoso, o Ali Babaca, aquele que finge que não sabe de nada, não completou a lista do Procurador.
Resta agora aguardar o longo processo que vem pela frente, com infindáveis chicanas dos advogados de defesa, e torcer para que pelo menos a metade desses réus sejam exemplarmente punidos.
Porém, não dá para acreditar na palavra proferida pelo ministro Marco Aurélio de Mello, no final do acatamento da denúncia contra os mensaleiros, o qual, jogando para a platéia, como de costume, afirmou que a impunidade foi finalmente "excomungada" da vida do País. Não é verdade. Excomungado, até hoje, está o STF, que nunca, em sua história, puniu um político corrupto sequer. Portanto, a impunidade continua firme como sempre esteve, especialmente por amparar, com esse abominável foro privilegiado, quadrilheiros e corruptos de toda espécie.
Será que "ainda há juízes em Berlim", quero dizer, em Brasília? Eu pago para acreditar nisso!
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