A globalização econômica é um fato concreto e irreversível. Como a Nafta e outros acordos do gênero, a Alca (Área de Livre Comércio das Américas) deverá ser implementada nos 34 países do hemisfério ocidental. Uma questão de tempo. São 800 milhões de consumidores e um PIB de US$11 trilhões! Os Estados Unidos sempre viram neste gigantesco mercado a solução para as suas exportações, cuja economia se encontra em recuperação. Eles sempre defenderam a tese do livre comércio entre as nações, mas continuam liberando bilhões de dólares em subsídios agrícolas para beneficiar seus fazendeiros, pois eles não conseguem competir com os preços dos nossos produtos. No aço brasileiro, impuseram uma sobretaxa de 30%, além de manterem outras dezenas de barreiras protecionistas contra as importações dos mais variados produtos brasileiros. A estratégica dos EE. UU com a Alca é consolidar a sua influência econômica e política na América Latina; o que, aliás, nunca foi nenhuma novidade. A equipe econômica do Governo tem participado nas negociações que se realizam periodicamente para defender os interesses comerciais do nosso país, mas está arredia e prefere o Mercosul. Mas se forem removidas as barreiras nas negociações, não há razão para esta posição pragmática, em contraponto às vantagens comparativas de um acordo desta natureza e, portanto, não haverá nenhuma razão para o nosso país ficar fora da Alca. Somos a oitava economia do mundo e a maior do cone sul. A Alca poderá se constituir num grande mercado para as exportações brasileiras; um item básico e de fundamental importância no processo da retomada do crescimento da nossa economia. A posição radical de alguns segmentos da sociedade, rejeitando de modo peremptório todo e qualquer entendimento com o Governo Americano para a inserção do Brasil na Alca, não passa de uma grande tolice.