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Contos-->Retrato Sem Reflexo (capitulo 04) -- 29/03/2002 - 12:52 (won taylor) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Capitulo 04


__ “Nesses dias percebi o tempo não significa nada e que as horas que nos fazem correr, não podem me alcançar. Não é mais como sempre foi. Eu estava sempre com pressa e atrasada, o tempo agora não tem mais esse significado e eu não consigo mais pensar nisso. No meu peito permanece a vontade de continuar aqui, correndo, querendo, pedindo pôr chance, mas não tem nenhum sentido mais. E a dor que sinto é pôr saber, que depende de você ficarmos juntos para sempre, e não mais do tempo. Mas dessa vez, você terá que decidir, o que fazer, e não sei se apenas o que sentimos, lhe trará para perto de mim.
Mudei o que eu era e ser sempre aquela menina, seria impossível, depois de ter conhecido o amor, do qual, eu nunca mais quero me despedir. Apenas sei que, antes de você, eu sempre vivi muito sozinha, em relação a sentir e não quero mais deixar, que eu fique sozinha, e sem sentimentos. Não vou lutar contra o tempo, mas sei que, nada
poderei fazer, quando chegar a hora, de encararmos a verdade. Existe uma possibilidade de tentarmos vencer, precisamos de fé, e coração. Uma nova existência, virá através do tempo e só venceremos se você se livrar do que mais teme, e assim teremos uma chance de continuarmos juntos. Sei que lhe peço o que não podes entender, mas pela Segunda vez, vamos apenas aproveitar, esses momentos e logo chegará a hora de esclarecer tudo”.
__ “Você fala como se o tempo, fosse parar e levar tudo embora ou mudar tudo, mas não consigo ver desta forma. Quando cheguei aqui, e vi você naquele retrato, eu soube que seria para sempre. e depois, veio todo o mistério, que lhe envolvia e ainda lhe envolve. Quero conhecer, a sua família, seus gostos, seus medos e tudo que você pensa!”
__ “Maurício, pensei que fosse melhor aproveitar, o tempo que estamos juntos e deixar para depois todas as outras coisas, mas, vejo que é chegada a hora. Sei que lhe pareço insegura, mas acredite, não é em relação ao que sinto. Uma vez, acreditei que esse amor, que carrego no peito, nunca estaria em mim.
Pensei que estivesse deixando coisas importantes para trás e passei a me dedicar, no que eu acreditava, que seria imprescindível na minha vida. Mas, eu estava errada, nada é mais importante do que amar. Eu via as oportunidades passarem uma a uma, e nem me dava conta, que eu jamais poderia voltar no tempo, para corrigir os erros que cometia. A preocupação com o dia a dia, o cotidiano, a busca pôr coisas matérias, me afastava, das coisas simples, como: ‘sentar e olhar para o longe e perceber que o melhor é dosar, as nossas obrigações, com um pouco de descanso, e sorrir um pouco mais e não levar tudo tão a sério. Porque tudo passa e nós passaremos também e não levamos nada daqui e deixamos de aproveitar a vida. Por mesquinharia e egoísmo, matamos a vida, com a rotina e ambição”, disse Isabel entre soluços.
__ “Você parece arrependida, mas ainda é muito jovem e pode corrigir esses erros!”
__ “Estou tendo a oportunidade de amar e ser amada, e como eu mesma disse, sei que o tempo não pode voltar. Você é a chance que eu tenho, para sentir a vida em mim novamente e isso eu quero manter, seja pôr quanto tempo for. O que eu errei antes, eu jamais poderei corrigir, mas acredito que as pessoas saberão me perdoar”.



__ “Isabel, você fala como se tivesse cometido um crime!”.
__ “Acho que foi um crime mesmo, mas foi um crime contra mim. E que só prejudicou o que eu tinha dentro do peito”.
__ “E pôr isso você não procura os seus amigos, pôr vergonha!”, quis saber.
__ “Não! Eu ainda não posso falar com eles!”, respondeu tensa.
__ “Parece que você está aqui, mandada pôr alguém e essa pessoa lhe controla!”
__ “Maurício, eu vim aqui, não pôr ordem, mas para que fosse cumprida, uma vontade. Não sei como vai aceitar, o que tenho para lhe dizer, mas só terá um meio de saber”.
__ “Acho que não posso mais esperar, Isabel. Tenho medo de que você possa desaparecer para sempre”.
__ “Bem, preste atenção: Há um anos atrás, os médicos descobriram, uma espécie de nódulo, próximo a minha coluna vertebral, logo retiraram...”, Isabel deu uma longa pausa e prosseguiu, “mas, depois de oito meses, surgiram outros pequenos nódulos, espalhados ao longo de toda a coluna. Então, eles decidiram fazer Quimioterapia...”
__ “Meu amor, então é isso! Você está doente!”, Maurício se desesperou.
__ “Calma!”, pediu Isabel, “depois da primeira sessão de quimioterapia, as coisas se complicaram e os médicos não sabiam o pôr quê. Eles tentaram ainda, uma cirurgia de emergência, mas, a coisa toda parece ter explodido e causado uma infecção generalizada, que ficou incontrolável”, novamente Isabel deu uma longa pausa, “daí em diante, apenas lembro-me, de pessoas de branco, em minha volta, sem dizer nenhuma palavra, apenas cuidavam de mim. Sentia um conforto imenso, que me acalmava a alma e essas pessoas sorriam e assim, me sentindo bem, pude dormir”.
__ “Você está querendo dizer...que...você...Meu Deus! Não pode ser!”, antes de cair em pranto, Maurício assustado prostrou-se ao chão e sentado com as mãos no rosto, soluçava sem parar, “Isabel...como você...voltou?”.
__ “Acordei depois num lugar muito claro, que parecia ser uma enfermaria, pela quantidade de leitos, e as pessoas de branco, estavam lá e continuavam a cuidar de mim. Não faço idéia de quanto tempo depois, fui enviada a uma sala enorme, onde um senhor calmamente, me explicou algumas coisas. Entrei em pânico, mas do que você possa imaginar, não aceitei a idéia, mas esse senhor me acalmou. Com orações e palavras, dizendo que ali, tudo era o que estava escrito e se eu estava ali, haveria alguma razão”.
__ “Estás dizendo que era ...céu? Que brincadeira é essa, Isabel! Pare imediatamente com isso!”, suplicou.
__ “Não se angustie! Livre o seu coração de sombras e desnude os seus olhos. Lá não era o céu! Ali, penso eu, que seja apenas um local de triagem. A nossa passagem aqui, é recebida nesse local, como um lugar onde somos cuidados e orientados. Se você acha difícil acreditar, no que lhe digo. Veja as provas estão todas, do seu lado. Meus pais saíram dessa casa, e foram para o hospital, naquela tarde de quinze de Dezembro, e meu pai só voltou aqui, para apanhar as roupas deles e alguns documentos. Eles não levaram mais nada, deixaram tudo para trás”.
__ “Quinze de Dezembro, esse foi o dia, a noite, que meus pais mudaram-se para aqui!
__ “Meus pais anunciaram a casa, quando descobriram, que estava muito doente. Deve ter sido por isso, que seus pais chegaram rápido”.




__ “Mas, como pode estar aqui? Eu toquei em você, fomos ao shopping, pessoas nos viram juntos e nós nos amamos! Como você explica isso?”.
__ “Recebi de você uma carga, muito grande de amor e fui permitida a vir e ser amada e a estar com você”.
__ “E se lhe chamarem de volta?”.
__ “Se me deixaram vir e ter o que eu sempre quis viver, é porque eu tenho algo a fazer aqui, que é muito importante. Mas, é por isso, que eu temo tanto, o tempo”.
__ “Será um castigo, depois de nos deixar juntos, arrancarem isso de nós”, Maurício, não conseguia segurar as lágrimas.
__ “Não chore! Sei que não posso explicar tudo, mas, sei quando você fechava os olhos e pensava em mim, eu sentia esse amor e tudo que eu queria era estar aqui, do seu lado.
Todas às vezes que você se angustiava, por não saber, o que fazer para me encontrar; tudo que eu mais desejava, era poder aparecer para você. Quando você encontrou o meu diário, apesar de não poder ter tido, tempo o suficiente para escrever o que me aconteceu. Mas, dali em diante, você passou a ter esperança de me encontrar, a partir dali, aumentou a minha vontade de querer estar contigo”.
__ “Não vou dizer que, não estou assustado, pois estou e muito. Mas, mesmo assim vou lutar para que fique e se lhe deixaram vir, pode haver um meio para que a deixem ficar. Pode haver uma possibilidade, e eles podem ter errado e de alguma forma, querem lhe compensar...”
__ “Maurício, resigne-se!”, ordenou, “antes de vir, eles me disseram para que eu procurasse, pela Dona Diana, que ela seria o meu elo de ligação e me orientaria, para as coisas que eu deveria fazer e me foi dito apenas isso”.
__ “Vamos até a casa dela, e ver o que ela tem para nos contar”, disse Maurício, abraçando Isabel.

Dona Diana, já os esperava e sentada à mesa, com um livro nas mãos. Aparentava toda a calma do mundo, igualmente comparada ao ambiente, claro e suave. Antes mesmo, que eles a chamassem, ela pediu para que eles entrassem.

__ “Vejo que já soube de Isabel!”, falou em tom de confirmação.
__ “Dona Diana, existe algo que possa ser feito, para que Isabel fique aqui, entre nós?”
__ “Defina: esse ‘Entre nós’, um pouco melhor”.
__ “Permanecer aqui e não ter que ir embora! Já que ela está em seu corpo!”, disparou Maurício.
__ “Tudo está escrito, e nós não temos força para mudar isso, às vezes nós retardamos certas coisas e agimos de forma que, apenas o que vemos, é que nos importa e nada consegue abrir os nossos olhos. Mas, todo efeito leva a uma causa e a causa de Isabel estar aqui, tem um efeito, que deveremos enfrentar.
Os Espíritos devem reencarnar tantas vezes quantas forem necessárias. O limite é se torna a perfeição do que somos e não evoluiria tão rapidamente, o espírito, estando encarnado. Tudo isso que passamos, serve para o fortalecimento do ser. E de nada adianta, querer evitar essa evolução, a qual todos estamos ligados, temos agora, que nos conformar.




Aproveitando a oportunidade de estarmos reencarnados. Não nos deixemos abater pelas provas e expiações que se fazem necessárias ao nosso adiantamento espiritual. Mas, Maurício, devo lembra-lo que Isabel, ainda não está reencarnada. A explicação para que Isabel tenha voltado, um dos motivos, foi o amor, que você, Maurício, sentiu por ela. Todos nós procuramos um sentido, em tudo. Mas, existem coisas inexplicáveis.
Sinto que Isabel, estava perdida numa busca, que lhe fazia sofrer e essa chance que ela está tendo, não chegou tarde, como pode parecer. Veja nesse diário, nas últimas páginas e poderá entender, o que quero explicar”.



“Já começo a me acostumar, com a idéia, de que o amor, que tanto sonhei para mim, não virá nessa existência. Mas, sinto que vai acontecer e mesmo do outro lado, terei força e coração para sentir esse amor em mim. Não desistirei, da chance de ser amada e vou tentar não olhar para trás e nem para frente.
Agora sei o preço que tenho que à pagar, nada poderá me impedir de tentar, se ainda não posso amar, sei que poderei depois...”

__ “Percebe, que Isabel fixou essa idéia e como nós temos o livre-arbítrio, ela se recusou a ir antes de ser amada. E você surgiu no momento em que ela, teria que partir, com o seu amor. E nossos espíritos, tem a condição, em pensamento, de nos levar por todo o universo. Mas, quando desobedecemos um ciclo, nos enviam ajuda, para deixarmos de lutar contra o obvio”, resumiu.
__ “Então virão busca-la?”
__ “Ninguém a forçara a nada! Só lhe indicarão o caminho. Às vezes temos uma missão a cumprir e às vezes, o nosso tempo chega antes, de termos completado essa missão e temos que ficar aqui, um pouco mais. Contrariando os nossos espíritos, que querem ir embora”.
__ “Dona Diana, desde que a conheci, venho usando os seus conhecimentos e conselhos, mas agora estou confusa...”, disse Isabel deitando a cabeça no colo de Maurício.
__ “O que lhe confunde, minha menina?”
__ “ O que eu tenho para fazer aqui, pôr exemplo!”.
__ “Bem, para o Maurício, as coisas devem estar muito confusa, não está Maurício?”.
__ “ E como!”.

Maurício olhou para Isabel e nervosamente passou a mão nos cabelos dela, tentando de alguma forma, acalma-la e sentir um pouco da generosidade daquela menina linda.

__ “Deve haver um motivo muito forte, para que tudo isso, esteja acontecendo”, deixou que os pensamentos fossem transformados em palavras, “ e vejo que nem Isabel e nem eu, sabemos, que motivo é esse”.
__ “Maurício, quando conheci Isabel, me deparei com uma menina fragilizada e com pouca esperança, mas sentia uma força tão grande quanto a generosidade, que lhe saltava do coração. E logo percebi, que ela era forte, corajosa, serena e especial. Existia algo em nos olhos dela, que me abria uma porta, onde eu podia vê-la inteira”.



Maurício escutava as palavras de Dona Diana, abraçado a Isabel. Um abraço forte e protegendo-a em seus braços, como se ela fosse sumir a qualquer instante.


__ “Por esse carinho é que foi escolhida para cuidar de Isabel?”.
__ “desde de que a conheci, eu lhe ensinei algumas coisas e naquela época, a menina estava muito debilitada espiritualmente. Então passei a cuidar dela e como sou médium e Kardecista, acho que ajudou nessa escolha!”.
__ “ Saiba que estou em ótima mãos!”, disse Isabel sorrindo.
__ “ Obrigada, minha menina!”, Dona Diana agradeceu o carinho.
__ “ Não tenho dúvidas quanto a isso! A senhora apareceu para cuidar do lado espiritual e eu do emocional”.
__ “ Penso que você pode ajuda-la e vocês dois estavam vivendo pela metade e o que lhes faltava agora se completa. Veja os dois juntos: um lindo casal”, disse apontado-os com os braços abertos.
__ “ Passei toda a minha vida, evitando esse confronto e nunca liguei para religião. Tinha a minha noção de fé e sempre acreditei em Jesus Cristo, era assim que eu via as coisas. Rezava quase sempre e temia esse assunto, e sempre me revoltava quando, um passarinho ou um bichinho de estimação, que eu tivesse, morria. Me revoltava, questionava e não entendia o motivo. Sempre fui contra a morte e o sofrimento que ela causava nas pessoas. Sei que nunca pus a culpa em Deus, mas sempre vinha a mesma pergunta: ‘como pode Deus permitir, que uma criança de dois anos seja morta e um traficante sair vivo de um tiroteio, depois de ser alvejado por oito projetis. E assim, eu não conseguia entender”.
__ “ O que nós não entendemos ou o que não conseguimos entender, sempre nos assusta. A explicação é simples: cada um de nós, temos um tempo para permanecer aqui e só Deus sabe que tempo é esse. Os nossos espíritos vem aqui, como estudantes e aprendem coisas novas e como estudantes, às vezes são reprovados e precisam voltar, para mais aprendizado. Não devemos nunca julgar a morte, como um fim, mas sim, como um inicio. Se fosse a morte um fim, nós não estaríamos aqui na presença de Isabel. Na bíblia, existem passagem que fala exatamente sobre isso, e nos dá crença o suficiente, para saber que nós em espírito e carne, estamos indo e vindo”.
__ “ Com a senhora, eu aprendi a respeitar essa coisa toda, apesar de não poder ter tido, tempo o suficiente, para digerir tudo isso e de ainda estar inseguro e indeciso ao que fazer, daqui em diante e isso me deixa irrequieto demais. Sempre pensei que fosse impossível, ter de volta, as coisas que deixei escapar, da minha vida. Levava sempre o que eu sentia, para dentro de um buraco, e escondi esses erros, de mim mesmo. Agora, veio o tempo e me trouxe de volta, aquilo que eu achava estar perdido e isso me assustou.










Quando permiti que tudo se afundasse, em minha volta, fazendo com que o meu coração naufragasse, em meu peito. Veio, de uma só vez, tudo que eu mais neguei, coisas que eu pensei que o vento tivesse levado embora, onde eu jamais pudesse ir. Abro os olhos e tudo que vejo são as desculpas, que sempre me colocava em proteção e agora percebo, que de nada adiantou fugir. E admito, que apenas vivi, uma fuga de mim mesmo e sem coração para enfrentar o que sentia por dentro, e sem coragem para olhar para frente.
Meus olhos abrem, um espaço enorme, entre o que eu vejo e o que eu sinto, um horizonte repleto de medo e de solidão. Tudo que mantive em cárcere, para tentar ser feliz e sem saber, que essa felicidade nunca existiu na minha vida”, finalizou.
__ “Eu nunca tive o que sempre quis e mantive o coração aberto e sempre procurei demais, por algo que não era para mim”.
__ “Não, Isabel! Você tem esse direito!”.
__ “ Eu sei disso agora, Maurício! Mas, eu não quero que olhes para mim e vejo que o que está quebrado, não é o que sou”.
__ “ Jamais, faria isso, sei que o que você é e sempre será. A pessoa mais generosa que conheci!”.
__ “ O que sentia me invadia o coração e mudava tudo em minha volta e sei que essas mudanças, afetavam tudo que eu sempre sonhei para mim. Lembrar do gosto doce, de algo que ainda não havia provado, vinha na boca o gosto amargo, de não poder sentir, fechando o meu coração e sentidos. Me aprisionando, num sonho sem fim e nesse mundo, sem ternura e sem tempo para o amor.
Sei que sempre acreditei, que alguma coisa fosse mudar, o modo como eu sentia, toda a indiferença e solidão. Embora fosse tudo fascinante, mas nada que chegava, até a mim, parecia ser real. Eu mantinha a minha vontade nessa escravidão e sabia que logo, eu a libertaria e que seria um inicio para o meu coração. Por isso, quero que você saiba que nada foi quebrado em mim”.
__ “ Nós dois, de alguma forma, estamos ligados e nada justificaria, que eu mudasse o que sinto por você”.
__ “ Mas, o que podemos fazer, para continuar em frente?”
__ “ Nos amar, cada vez mais e mais!”, sentenciou.


A vaidade de Dona Diana não deixava que ela confessasse, que aquilo era o que havia para se fazer; e tanto era contagioso aquele sentimento, no que tocava a sua alma,
Em começo, o amor a tudo consentia, apesar de tudo, houve um acontecimento doloroso, provocado pela sofrimento de Isabel, que fez com que seus pais tomassem, uma decisão extrema de abandonar a casa, onde moravam por toda a vida.










__ “Não quero que aconteça, o que sempre acontecia lá em casa, com a minha irmã. Que por vaidade e ciúmes, da parte dela, sempre me olhava sob suspeita.
Em relação a minha irmã, que era uma menina muito mimada , que vivia em função, de me atormentar. Vivia me encaminhando, a ficar presa nos estudos próprios de seu ego. Milena tinha tendência para música e procurou sempre ocupar-se de livros e cursos. Com dezesseis anos, muito risonha, de uma pele morena, cabelos muito longos, era pequenina e viva, com os seus olhinhos irrequietos e luminosos.
Logo tive, que me acostumar, com as armações dela, que sempre me colocava em fria. Apesar de não ser totalmente sem o meu apoio. Quis namorar, um menino, do colégio, que já namorava em casa, quando eu comecei a receber as ligações da namorada dele. Esta, porém, percebendo a manobra da minha irmã, para afasta-la do namorado, começou a ligar lá para casa, ameaçando-a. E então proibi-lhe, sob ameaça de contar ao nosso pai, que ela estava arranjando confusão na escola. O nome de papai apavorava Milena, não que o temesse e, sim para não perder, o lugar, que mantinha seguro, no coração de papai. Por isso, o respeitava deveras. Se isso viesse a acontecer, não teria para onde ir, e as brigas comigo, não seria absorvidas, pôr causa da sua má conduta. Sem o apoio que encontrava no papai, ela estaria perdida.
Considerando tal hipótese, não relutou em me obedecer; mas começou a me cercar. Quando eu ia sair, precedia-a, ficava na porta do quarto.
Enfim, a pequena Milena, inexperiente, em plena crise de ciúmes, passou a me odiar e com os confusos sentimentos, sem ninguém que lhe pudesse orientar, acreditou que poderia ser melhor, do que eu. E deu o passo errado. Quando papai descobriu o que ela vinha fazendo, e que eu não a denunciará, passou a me tratar secamente”, e pôs-se a chorar e a soluçar.

Dona Diana sem demonstrar o mínimo de pena por aquela dor inqualificável, apenas deu força a menina.

__ “ Não posso fazer nada, no caso, da sua irmã. Já lhe disse que, o amor é o único remédio”.


Apesar de estar ainda nessa transição, Isabel tinha a consciência, de querer esquecer, o que acontecia, entre ela e sua irmã e seu meu maior desejo era apagar tudo, num bom e sólido processo de perdão.
pôs-se a chorar copiosamente. Quando Dona Diana, apertou-lhe a mão. E ficou a pensar nas dores, e nas coisas ruins, que passou.



__ “ Jamais será julgada, você é o amor da minha vida e sempre será!”, disse Maurício acariciando os ombros de Isabel.





__ “ No diário, que passei a escrever, na tentativa vã, de expiar os meus erros. Eu dediquei algumas páginas, em pensamentos a minha irmã, caso ela o lesse, talvez soubesse, que eu a perdoei, mas, apenas se ela caísse em si e percebesse, que eu nunca a odiei e que todas as reações que tive, foi apenas por medo e insegurança.
Quando estamos apenas ligando, para o que temos em nossa frente, tudo passa a ser questionável e eu sempre fui muito apegada as minhas coisas. E Milena, passou a quebrar meus estojos de maquilagens, canetas e minhas bonecas. Pedia para que seus colegas, ligassem lá para casa, às vinte e três horas, para que minha mãe ou meu pai atendesse.
Isso tudo ficou insuportável e passei a contra-atacar, agora sei que não deveria ter entrado em conflito, com a minha irmã e todo esse tempo perdido, não será recuperado e nós duas, poderíamos ter sido ótimas amigas, assim como fui com Elisa. Logo que pude tentei ir ao encontro de Milena, mas, ela não conseguia transvasar algumas barreiras e vi a minha irmã sofrendo, em arrependimentos e culpa”, Isabel começou a chorar copiosamente.

__ “ Isabel, deixe que eu vou procura-la e entrega-la o seu diário!”, disse Maurício tentando passar um pouco de conforto.
__ “ Maurício, deixe que eu vou procura-la. Será melhor que eu converse com ela!”, argumentou Dona Diana, esticando a mão em direção ao diário.
__ “ A senhor tem razão, será melhor assim”, admitiu Maurício, entregando-lhe o diário.
__ “ O que a senhora dirá a Milena?”, indagou Isabel.
__ “ Direi que eu achei o seu livrinho, na rua e como não tinha um endereço novo, eu o guardei comigo e ao vê-la e reconhece-la, sabendo que é a irmã de Isabel, marco uma outra hora e a entrego o livrinho”.
__ “ Acho que a minha irmã, vai acreditar”.
__ “ Isabel, não posso falar para ela, que você está aqui, pois, se lhe fosse permitido, você estaria com eles agora. Então, devo omitir algumas coisas”, justificou.
__ “ Muito bem! Desde de que ela possa ler e deixar de sofrer com a culpa e saber que apesar das nossas brigas, que eu a amo e sempre a amei”.
__ “ Isabel, se Milena ler essa parte:

‘ A minha irmã pensa, que como irmã mais velha, eu quero retira-la de um trono imaginário, e poder ter toda a atenção, que ela tem de meus pais e que derruba-la é a minha intenção. Mas, em meus defeitos, nunca constou o de ser má ou mesquinha. Quando Milena era menorzinha, quase uma pre-adolescente, uma menina, em seus dez aninhos. Eu cuidava dela na rua, em casa e passava horas lendo histórias e sempre ao lado dela, eu amava arruma-la e pentea-la. Talvez, essas pequenas coisas, não sejam provas do amor que sinto por minha irmã.
Passei a assumir os erros que ela cometia, como no caso, em que minha mãe, encontrou uma revista pornográfica, embaixo do travesseiro de Milena e minha mãe, não conseguia entender como uma menina aos quinze anos, poderia estar vendo uma revista dessas e antes que ela contasse ao meu pai, eu disse a minha mãe, que a revista era minha.






Depois desse dia, minha mãe passou a me controlar e me vigiar no banheiro, no quarto e a me proibir a sair à noite. Perdi a confiança que eu tinha com a minha melhor amiga, que era a minha mãe, mas não deixei que ela sofresse a decepção, com a filha menor, que seria muito pior.
Milena desde de pequena, sempre me pareceu um criança feliz e eu adorava faze-la rir, aquele lindo sorriso, maroto e debochado. A materialidade presa em mim, não me permitiu agir com cautela e tentar trazer de volta, aquela menina linda, que eu amava e me fez entrar naquele jogo, de gato e rato.
Mas, apesar de não poder falar, as coisas que agora entendo, eu desejo que Milena possa lembrar, das boas horas, que passamos juntas, dos passeios aos shoppings, as praias, aos parques e das conversas que tínhamos, sentadas a beira da cama dela. Com isso, Milena entenderá, que nós nunca fomos inimigas, mas irmãs e com irmãs, o nosso amor sempre estará em primeiro lugar. Eu a amo e sei que ela também me ama’.

__ “ Isabel, acho que levarei isso imediatamente a sua irmã, pois, ela está muito perturbada, com a culpa e de não poder ter-lhe dito, que também a amava e Milena quis pedir-lhe desculpas, assim como você também quer”, resumiu Dona Diana.
__ “ Eu ouvi Milena em pensamentos, e ela me pedia perdão, pelo modo que passou a me tratar, nos últimos dias e também disse, que queria uma chance para me dizer isso”.
__ “ Ela saberá que você, já a perdoou”, disse Maurício sorrindo.
__ “ Fico feliz, em poder retirar esse peso, do coração da minha irmã!”.
__ “ E do seu também, minha menina!”.
__ “ Tem razão, Dona Diana! Do meu coração também! Mas a minha irmã, não merece viver sofrendo”.
__ “ Vou encontra-la assim que amanhecer e logo tudo será resolvido!”
__ “ Está mais aliviada, Isabel?”, quis saber Maurício.
__ “ Você não pode avaliar o quanto!”
__ “ Posso sim! Pela sua expressão de paz e por causa desse sorriso solto em seu rosto!”.
__ “ Essa coisa toda, estava me incomodando e me tirando a tranqüilidade e não sabia como resolver. Agora estou mais tranqüila e segura, sei que a minha irmã sentirá o mesmo”.
__ “ Com certeza! Já que ela também está sofrendo do mesmo mal!”.
__ “ Por que vocês não aproveitam, para agradecer a Deus, pela oportunidade, de consertar, alguns erros cometidos, no passado?”, sugeriu Dona Diana.
__ “ Quer dizer, uma oração?”, perguntou Isabel.
__ “Sim!”
__ “ Como começamos?”
__ “ Isabel, em primeiro lugar, vamos dar as mãos e limpar as nossas mentes”, pegando a mão de Maurício, Dona Diana começou, “ Espíritos de luz estejam conosco, reunidos aqui, para absorvermos a culpa, que nos persegue e nos desvia do bom caminho e envie os nossos pensamentos positivos aos que amamos e estando em separados, faça com esses pensamentos cheguem em seus corações e demostre o amor que sentimos”, continuando a oração, Dona Diana falava de forma calma e com a voz segura, palavras leves, que entravam e permaneciam dentro, dos ouvidos que a escutava.



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