Todo àquele que vive em contato direto com a natureza é um sábio, pois aprende com a mãe terra a obter o sustento necessário e a interagir com ela respeitando-a, para que nunca falte alimento e água potável a todos os seres que nela habitam.
Partindo deste conceito, o índio é um sábio! A prova disso é a resposta que o Chefe indígena Seattle deu, num longínquo 1856, à Junta de Comissários para Assuntos Índios, que pretendiam comprar para o govêrno dos Estados Unidos da América, uma grande( a melhor) faixa de terra encravada na reserva pertencentes aos índios:
" Como é que se pode comprar ou vender o céu, o calor da Terra? Essa idéia parece estranha. Se não possuímos a pureza do ar e o brilho da água, como é possível comprá-los?
Cada pedaço desta terra é sagrado para o meu povo. Cada ramo de pinheiro, cada punhado de areia, a penumbra na floresta densa, cada clareira e inseto que zumbe são sagrados na memória e experiência do meu povo...
Os mortos do homem branco esquecem sua terra de origem quando vão caminhar entre as estrelas. Nossos mortos jamais esquecem esta bela terra, pois ela é a mãe do homem vermelho.
Somos parte da terra e ela faz parte de nós. As flores perfumadas são nossas irmãs; o cervo, o cavalo e a água, são nossos irmãos. Os picos rochosos, os sulcos úmidos nas Campinas, o calor do corpo do potro, e o homem, todos pertencem à mesma família.
Tudo está ligado, como o sangue que une uma família. Todas as coisas estão ligadas. O que acontece na Terra recai sobre os filhos da Terra. Não foi o homem que teceu a trama da vida. Ele é só um fio dentro dela. Tudo o que ele fizer à teia estará fazendo a si mesmo" .
Fica para nós a lição que um " selvagem " deu à comissão de notáveis que tinha ido tentar enganar os primeiros habitantes do continente.
Não foi sem propósito que José Saramago afirmou " O homem mais sabido que conheci em toda a minha vida não sabia nem ler nem escrever ".