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cronicas-->Pressa emocional. -- 13/01/2002 - 10:44 (Marissom Ricardo Roso) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
"Entre uma multidão haverá uma que te resista. Mesmo as que resistem, gostam de ser cortejadas. E, se falhares, não sairás prejudicado com isso. Mas por que hás de falhar? Quando há sempre uma grata volúpia nova e se o coração é mais seduzido pelo que lhe é estranho?" (Pablius Ovídius Naso - Ovídio, para os íntimos da poesia e da arte de amar).

Está na imprensa - dos jornais mais sérios às revistas de futilidades - a história do homem que declinou o convite de uma artista global, resistindo ao assédio para acompanhá-la até a alcova e ter com ela uma noite de amor que prometia ser quente. A noite acabou com ela indo para casa sozinha e ele recebendo as mais cruéis piadinhas do clube dos machões, além do título de pipoqueiro.

A espantosa velocidade do mundo moderno e toda sua tecnologia vêm impondo um ritmo frenético aos seres humanos em todas as suas emoções. Há uma busca desesperada de viver o emocional em sua total plenitude. Mais do que qualquer outro sentimento, o amor, a paixão e a libido, que quase se confundem, não escaparam desta armadilha que eu chamo de "urgência emocional".

O mundo tem pressa e as pessoas também, todos querendo se apaixonar, se dar bem ou sangrar, não importa, desde que seja num átimo de segundo. O amor talvez seja a mais brusca e surpreendente experiência afetiva que toma conta do ser humano. Com um objeto excitante e de um valor inestimável, provoca um derrame de reações glandulares, mexe com o corpo e com a alma das pessoas. É praticamente impossível permanecer emocionalmente neutro diante da pessoa amada.

Este desejo de aproximação é quase irresistível.
Não sei se por carência afetiva, pressa de viver estas emoções, ou até mesmo falta de prática nestes jogos para adultos, acho que as mulheres, depois que se libertaram do jugo opressivo talibã de praticamente 30 anos atrás, não estão sabendo jogar este jogo. A mulher está se deixando vulgarizar pela mídia - afinal, elas só pensam nisso! - e passou a encarar os homens como se fosse outro homem. Aparentemente, ela não está sabendo lidar com a liberdade conquistada tão duramente, que causou mudanças significativas no mundo ocidental.

A cada dia, aumentam os artigos nas revistas femininas, escritos por homens, abordando o assunto. Recentemente, um deles reclamava o direito de ser um pouquinho machista, querendo pagar a conta no restaurante, etc; outro que li, escrito por um jovem e bem sucedido publicitário, discorria sobre sua busca daquilo que chamou de "mulher-calcinha-de-algodão", ou seja, a mulher natural. Aquela mulher que não tem vergonha de ser ela mesma, que não usa uma superprodução para agradar no primeiro encontro.
Aquela que, em vez de estabelecer para si objetivos e modelos inatingíveis, procura valorizar o que ela tem de mais particular para encantar, sem temer a celulite e as rugas.

Os homens acusaram o golpe e estão se retraindo. Eles sempre foram naturalmente os predadores, os caçadores e tornaram-se mestres na arte da conquista, chegando a escrever verdadeiros manuais a este respeito mesmo sabendo que depois de tudo, são eles que serão fatalmente conquistados pela mulher amada.

Mas no mundo moderno parece não haver mais lugar para o amor, para tolos romànticos com suas flores e flertes. Só há lugar para a paixão fugaz e passageira. As mulheres continuam cada vez mais belas fêmeas, mas estão, às pressas, sufocando sua natureza e isto acaba se traduzindo em solidão. Até parece que estão lendo nossos manuais de conquista de ponta-cabeça. Ovídio, o mestre, simplesmente não acreditaria!
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