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Cronicas-->Sedução intelectual afetiva. -- 13/01/2002 - 10:51 (Marissom Ricardo Roso) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
"Grande parte do que eu realmente preciso saber sobre a vida - o que fazer, como ser - eu aprendi no jardim da infància. Não foi na universidade nem na pós-graduação que eu encontrei a verdadeira sabedoria, mas sim no recreio do jardim da infància". (Martha Medeiros).

Cada vez que a mão mágica da Martha Medeiros desliza sobre o papel, ela produz um texto suave e agradável de se ler. Depois de descobrir este texto sobre o Jardim da Infància perdido em meu computador, fiz uma viagem no tempo, impregnada de nostalgia e alegria. Quase por acaso, avancei um pouco mais meus pensamentos sobre esta sedução intelectual afetiva que existe entre aluno-professora que, no meu caso, começou a desabrochar precocemente lá no Jardim de Infància, tendo seu ápice na adolescência colegial.

Duas mulheres estão presentes na formação do caráter do homem. A mãe e a professora. Todas as mães não deixam de ser professoras. Algumas professoras, de certa forma, também são mães, mas podem ser apenas uma mulher. Assim, a primeira mulher que o menino literalmente conhece é a própria mãe, mas como as mães são sagradas, não têm sexo. Portanto, nem sexo fazem. A segunda mulher é a professora, com a qual, a partir de uma certa idade, já lhe é permitido fantasiar seus sonhos de menino-homem.

É difícil discordar que exista algum movimento da inteligência que não envolva o emocional, já que todo aprendizado passa pelo afetivo, ainda mais quando acontece através de uma construção positiva. Este saudável mito da relação intelectual afetiva professora-aluno está cada vez mais presente nas salas escolares. Como a sexualidade se relaciona quase que por excelência com o afetivo, revisitando o pensamento freudiano, podemos afirmar que o afetivo é sexualidade. Então, nada mais natural que essas sensações se confundam na adolescência, quando somos como romãs cheias de suco, prontos para explodir de desejo.

Uma destas mulheres inesquecíveis que fizeram parte de minha vida, além de minha mãe, é claro, e que ainda permanece viva em minhas lembranças, foi a minha professora do Jardim da Infància, que conheci aos cinco anos de idade, quando comecei a frequentar o Colégio Cel. Pillar, na cidade de Santa Maria. Como eu morava com minha avó - meus pais ainda estavam no campo, trabalhando a terra - minha mãe estava ausente no momento em que eu descobria um mundo novo, e a professora acabou se tornando sua substituta natural.

O velho colégio ainda está lá, imponente, resistindo ao tempo, mas minha professora querida, cujo nome, numa flagrante injustiça não lembro mais, onde andará? Restaram dela imagens tão profundas que basta fechar meus olhos para lembrar da despedida da classe no encerramento de ano, quando todos nós - alunos, mães e professora - choramos juntos.

Ela não era uma `miss sedução´, como essas jovens professoras que lecionam agora nas escolas e faculdades, que preenchem de fantasias romànticas a cabeça de seus alunos, adolescentes ou homens de meia idade. Mesmo assim, para aquele menino assustado, ela era a professora mais bonita da escola; mesmo usando óculos e roupas comportadas, além de estar um pouquinho acima do peso, era um verdadeiro oásis de doçura.

Assim como tantos outros meninos, também fui "apresentado" à professora-mulher na adolescência, mas sobre este assunto, o máximo que posso me permitir é sorrir cinicamente e lhes dizer que um cavalheiro não tem memória, ainda mais agora, cursando faculdade, onde estou novamente exposto a esta sedução intelectual afetiva.
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