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cronicas-->Natal o ano todo -- 13/01/2002 - 10:58 (Marissom Ricardo Roso) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Mais uma vez o Natal se aproxima e as cidades estão tomadas de mercadores, cada um, ao seu modo, vendendo ilusões. Nós, humanos, vivemos de ilusões e procuramos nos afastar da única certeza que temos, a de que um dia deixaremos este mundo.

Nesta época do ano o comércio se torna frenético, salvação de alguns poucos, desgraça de muitos outros. Infelizmente aos milhares de desgraçados pela sorte, esta época do ano é uma tortura humilhante, eis que sequer conseguem suprir seus filhos de alimento sadio, imaginem então, poder comprar um brinquedo de presente de natal.

Houve uma época em que eu já fui um crítico feroz e ácido daquilo em que, com a conivência das igrejas e religiões, os homens transformaram o Natal. Nesta época, eu ficava profundamente deprimido e indignado ao mesmo tempo, com todo esse materialismo. Agora, com o passar dos anos e talvez por ter adquirido um pouquinho mais de sabedoria, passei a ser mais observador e tolerante com muitas coisas. O Natal está entre elas. Mas voltemos ao amor, este sentimento nobre que constrói o mundo e une os homens.

Como vivemos de ilusão e sonhos, se me fosse dado uma chance de criar um sonho e dividi-lo com as outras pessoas, certamente meu sonho seria o de um mundo em que o amor pudesse ser adquirido nas lojas. Não falo deste amor que está nos corações dos atendentes. Falo do amor como mercadoria. Então, eu sairia na véspera de natal com o maior prazer para comprar presentes de amor e distribuir às pessoas. Se isso fosse possível, certamente eu gostaria de assumir as funções de Papai Noel também.

Escolhi o Amor como presente porque ele é o mais nobre de todos os sentimentos. Junto com ele viriam todos os outros sentimentos e emoções necessárias para construirmos um mundo melhor, tais como a fraternidade, a fé, a esperança, o perdão, etc, que só existem se existir o amor.

Esta semana, quando minha sobrinha Camila me pediu ajuda para escrever uma carta para Papai-Noel, mesmo sabendo do alto de seus 7 anos de idade que aquilo era uma mentira, alguma coisa aconteceu comigo ao ver o brilho de seus olhinhos enquanto desenhava as letras. Então ela disse: "Dindo, fizemos uma carta bem legal!" Lembrei de quando pedi minha primeira bicicleta ao Papai-Noel, mas para decepção minha e tristeza de meu pai, ela não veio. Meu velho teve de suar muito para comprá-la algum tempo depois.

Sei que muitas crianças não terão este mesmo brilho nos olhos neste Natal, infelizmente. Muitas delas não vão receber o amor e o carinho que vem junto com o gesto de presentear, por mais barato que seja o presente. Tampouco, ao receber o presente, retribuirão com aquele sorriso imaculado e doce de quem ainda não possui os vícios mundanos e nos dá a certeza de que a vida vale a pena. Aquele sorriso de quem parece saber que o Natal acabou se tornando uma "doce mentira"; de quem parece saber que às vezes uma mentira é necessária para manter vivo o sonho, a fé e a esperança.

O amor não está à venda, eu sei. Mas muitos já descobriram como transformar o sonho em realidade. Este ano foi o ano em que o "voluntariado" mais cresceu no Brasil. Houve um despertar de consciência gratificante, o que prova que nosso país tem jeito é e possível acreditar. Assim, desejo um Feliz Natal e Ano Novo a todos aqueles que proporcionaram si e a seus semelhantes, através de suas atitudes, uma oportunidade de tornarem-se seres humanos melhores, em todas as formas possíveis e necessárias, anónimos ou não.

Nossa cidade tem bons exemplos neste sentido e estas pessoas são felizes porque descobriram o amor e fazem o Natal durar o ano todo.

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