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Artigos-->Mitos e ritos -- 24/02/2006 - 12:37 (Hamilton de Lima e Souza) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


A mitologia grega é para o mundo ocidental importante ferramenta para a construção da identidade. Gerações têm sido formadas ao longo dos séculos inspiradas na mitologia, rica em histórias e detalhes que retratam a natureza humana em formas divinas e frágeis.

Antes da mitologia grega os orientais desenvolveram seu imaginário, que segundo alguns teria dado origem aos mitos ocidentais. Depois foram surgindo os mitos modernos, associados à necessidade de heróis, na melhor tradição da oralidade.

Para o escritor Danillo Nunes essa necessidade da presença constante de heróis teria originado a mística envolvendo a queda da bastilha, considerada por alguns historiadores como o marco inicial da Revolução Francesa, movimento liderado pela burguesia para sepultar definitivamente o regime monárquico na França e estabelecer novos parâmetros políticos no continente europeu.

No título “A Bastilha e a Revolução” , publicado pela Record em 1989, aspectos pouco conhecidos da famosa prisão francesa são revelados, principalmente o fato, surpreendente, de que a construção de origem medieval teria servido diversas vezes ao confinamento de inocentes e criminosos comuns.

Com muita agilidade para informar, Danilo desmonta o mito, mostrando que a Revolução Francesa começou muito antes, principalmente pelo fato dos burgueses estabelecerem intensa influência na corte, inclusive através de um irmão de Luís XVI, o príncipe de Orleans, que tinha interesse em derrubar o parente, compondo novas forças para a administração francesa.

Segundo a concepção de antropólogos e outros estudiosos da natureza humana a necessidade de encontrar um rito de passagem transformou o ataque popular à Bastilha no marco inicial da revolução, um movimento que estava sendo articulado há muitos anos, fruto do desgaste das relações políticas da monarquia, tradicionalmente improdutiva e opulenta.

Para Danilo somente esta situação justificaria a transformação do fato, aceitada por historiadores e por boa parte da mídia, conferindo ao povo francês uma aura, digna das melhores tradições gregas.

O livro de Danillo é leve, esclarecedor, e o que é comum para tantos autores, desconhecido para a maior parte do público, incluindo estudantes de História.

Os mitos e ritos completam o perfil da humanidade, sendo criados pela necessidade constante de renovação das esperanças.

Tive a sorte de encontrar o título numa loja de livros encalhados na cidade de Curitiba. Infelizmente duvido que se encontre em Porto Velho. O que é uma pena, pois certos mitos precisam ser conhecidos na origem, possibilitando uma análise mais completa dos historiadores.



* Professor universitário
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