Por que eu sou assim.
"Começo a desconfiar de minha própria consciência, e de sua consistência.
Vejo meus tormentos –- aparições! --- Então, sou um desconhecido; Não reconheço minha face no espelho. Portas se abrem, e, se fecham no vazio do abismo onde jaz o esquecimento. Prejudicado e com o intelecto adoecido, ouço apenas vozes, gritos – vejo – me numa prisão em que celas e muros não são necessários. A alma e seus confins.. O complexo, frágil e horrendo mundo que carregamos sobre os ombros, quem é capaz de fugir desta realidade?
Nem mesmo D-us na cruz foi tão longe. O pressuposto que uma sujeição do espírito provoca uma dor indescritível, que todo o passado e todos o hábitos do espírito se rebelam contra o absurdo não passa de uma conseqüência e pane da realidade da sujeição. A verdade é desconhecida e, genuinamente audaz, rigorosa, impertinente, ritmada, necessária, filosófica e espiritual. A eira e a beira – onde mais posso brilhar? Se é que existe algum brilho. Começo a duvidar de mim mesmo; Existe alguém para captar minha fala, alguma alma esplêndida e generosa?
Sou um poço profundo de insensatez e loucura, ou, ainda, repousa em minhas palavras algum sabe?"
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